Fé e Gratidão

Grupo Espírita CISCOS, quarta-feira, grupo Fabiano de Cristo, Desobsessão, 16 de junho de 2021

O estudo do Evangelho Segundo o Espiritismo desta noite foi capítulo 13, item 1, Fazer O Bem Sem Ostentação.

Não façais as vossas boas obras diante dos homens, com o fim de serdes vistos por eles; não saiba a tua esquerda o que faz a tua direita; E Jesus, estendendo a mão, tocou no leproso dizendo: Pois eu quero; fica limpo. Então lhe disse Jesus: Vê, não o digas a alguém; mas vai, mostra-te ao sacerdote, e faze a oferta que ordenou Moisés, para lhes servir de testemunho a eles.”

Existe um ditado em Portugal, nossos avós falavam, que diz: “O diabo quis tanto enfeitar o filho, que lhe furou os olhos.”

Espírita tem a mania de endeusar a recomendação “que tua mão direita, não saiba o que deu a mão esquerda”. Mea culpa, penitência, não sou perfeito, ai meu deus! Ainda quero os louros da minha bondade e caridade, como posso ser um bom espírita, se sou deste jeito!? Fica se condenado para dizer que se esforça para ser bonzinho. Muita perda de tempo…

A Humanidade, no estágio de EVOLUÇÃO em que se encontra, pouco melhor do que há 2 mil anos quando Jesus esteve conosco e disse: “Oh geração incrédula, até quando estarei convosco?”  ainda precisa de reconhecimento, como estímulo para seguir em frente e fazer coisas melhores, do jeito que for capaz. Gosta de aplausos mesmo! Reforço positivo. Ou você tem saudades da professora corrigindo seus erros nas provas com caneta vermelha?!

Se nós prestarmos bem atenção no Evangelho vamos ver que ser reconhecido também era um problema nas relações do Mestre Jesus com aqueles que o rodeavam.

Olha, não o digas a alguém, mas vai, mostra-te ao sacerdote, e apresenta a oferta que Moisés determinou, para lhes servir de testemunho. Ele, porém, saiu e começou a tornar público o fato, espalhando a notícia.”

Jesus queria provocar os sacerdotes, e sempre que tinha uma oportunidade de curar, pedia que a pessoa fosse se mostrar para os sacerdotes.

Agora pensa na situação do leproso. Rejeitado por todos, mantido longe, abominado, e de repente fica curado! Tem que falar para todo mundo! Precisa contar da sua cura, do milagre, para poder ser aceito novamente pelas pessoas que viviam ao seu redor! Interessante é que Jesus diz que ele é que salvou a SI mesmo!

Em outra ocasião, vieram 10 leprosos até Jesus. “Jesus, Mestre, tem misericórdia de nós! E ele, vendo-os, disse-lhes: Ide e mostrai-vos aos sacerdotes. E aconteceu que, indo eles, ficaram limpos. E um deles, vendo que estava são, voltou glorificando a Deus em alta voz. E caiu aos seus pés, com o rosto em terra, dando-lhe graças; e este era samaritano. E, respondendo Jesus, disse: Não foram dez os limpos? E onde estão os nove? Não houve quem voltasse para dar glória a Deus, senão este estrangeiro? E disse-lhe: Levanta-te e vai; a tua fé te salvou.”

Neste caso, foi Jesus que perguntou onde estavam os nove, que não vieram agradecer. Será que Jesus estava precisando de aplausos?

É que ele estava perguntando sobre o sentimento de GRATIDÃO. Um dos leprosos, acredita que está curado, um samaritano, visto com muita repulsa, vai até os sacerdotes, mostra que está curado e retorna para agradecer. “Tua Fé te salvou.” Provavelmente os outros nove, podem até ter aparentemente ficado curados naquela encarnação, mas a causa dos seus males não foi modificada e a lepra continua no âmago deles. Por isto Jesus salienta que apenas um voltou e foi confirmado que estava salvo.

Com  isto podemos ver que receber ajuda ou ajudar, ainda é uma situação de difícil execução para a Humanidade. Primeiro porque o nosso conceito do que é CARIDADE é infantil. Basta fazermos uma coisinha em benefício de outro, que achamos que fizemos muito. Coisa de criança… Falta muito, faltam muitas reencarnações, muito exercício no bem,  para entendermos o que é ser caridoso com os outros.  “Um novo mandamento Eu vos dou: Amem-se uns aos outros. Como eu vos amei.

Nosso atendimento de socorro espiritual começou. Nos vários espíritos atendidos revelavam a permanência do sofrimento na mesma situação por muito tempo. Uma cristalização mental, uma surdez que impede de ouvir qualquer coisa que lhe seja diferente…

– Ele chegou manso, contido, se segurando, falando que estava muito agradecido. Aos poucos foi se soltando e sua raiva explodiu. Estava revoltado com seus parentes, com seus pais, que não ensinaram que a vida continua, que tudo é igual do outro lado. Por não saber, ele cometeu muito erros que se arrepende e tem muita vergonha de ter feito.

Sente muita raiva, se lamenta e chora. A dialogadora explica que provavelmente seus pais também não sabiam que a vida continuava, que respondemos pelo que fazemos. Ele foi se acalmando. O avô dele se aproximou e foi pura emoção. Chorou copiosamente. Entendeu que seus familiares também não sabiam e por isso não lhe ensinaram… Seguiu emocionado com seu avô.

– Um outro atendido chegou com vontade de vomitar. Repetia, repetia, não conseguia ouvir. Sempre repetindo o mesmo sofrimento. Só queria vomitar o nódulo que estava dentro dele. Não ouvia nada e ninguém. A dialogadora foi dura com ele. Falou mais alto e perguntou em que ano ele estava. Responde 1980. A dialogadora faz que não consegue ouvir e vai repetindo. Mil….. ele responde 1980. Mil novecentos… Fala 1980.

– Mil novecentos e oitenta! Você sabe em ano estamos hoje, agora, neste instante?!

– 1980

– 2021!!! Faz 41 anos que você quer vomitar este nódulo!

– o médico disse que estou em fase terminal

– você já morreu, seu corpo já se livrou deste nódulo fazem 41 anos!

– estou me sentindo doente

– você não consegue ouvir! Não precisa mais da doença!

– estou com muito sono

– Esta é uma situação típica de parar no tempo amarrado nas próprias crenças…

– como você está?

– trabalhando, eu trabalho muito, preciso sustentar a família

– você não acha que está na hora de parar e fazer outra coisa que seja melhor para você?

– estou trabalhando… emagreci muito, estou bem magrinho, mas continuo trabalhando…

– você precisa entender que as coisas mudaram, que você não está mais trabalhando lá… veja o que aconteceu com você…

– nossa! Eu não sabia disso, como é que isso aconteceu?

– você ficou muito doente e morreu, agora está numa nova situação e vai poder fazer coisas que gosta de fazer… você veio aqui para se recuperar.

– mas, e meus filhos e netos? Tenho que trabalhar para sustentar eles.

– eles já estão grandes, aprenderam a se virar.

– como eles sobreviveram?

– agora você vai se recuperar e depois vai entender

– Ele chegou perguntando em que lugar estava. Tinha algum santo? Então é lugar de gente ruim. Todo mundo é mal. Pior são os hipócritas! Ele é uma pessoa ruim, não merece perdão, tem que viver no inferno mesmo! Não precisa sair de lá, o inferno é o lugar de gente como ele…

– se foram te buscar lá no inferno é porque alguém pediu muito por você, alguém que te ama muito!

– é minha mãe, não sei porque ela insiste em me ajudar, perde seu tempo, fica lá comigo, no inferno, não sei pra que?

– sua mãe tem todo este esforço e sofrimento e é assim que você a trata? Porque fazer tanto mal para sua mãe?

– eu não quero fazer mal a ela, só não mereço nenhuma ajuda, ela só perde tempo em me ajudar

– eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu, eu…. você não fala outra coisa, não pensa em nada a não ser em você…

– ela quer que eu vá com ela…

– você pode falar NÓS vamos juntos, começar a falar NÓS, você e sua mãe, no lugar de falar eu e ela. NÓS…

– então vou com ela, nós vamos juntos

– Chegou com aparência de uma ave. Se via voando como um pássaro…

A dialogadora foi perguntando bem delicadamente onde ele vivia, o que ele gostava

– eu moro no mato, não está vendo?

– e o que você faz?

– eu gosto de caçar, comer as comidas da mata

– gosta de passarinho?

– gosto muito… acho que também sou uma passarinho e sei voar…

– o que você está vendo agora?

– de quem é esse corpo?

– é o corpo de uma pessoa que está ajudando você conversar comigo agora. Esse corpo não é seu, é um empréstimo para a gente conversar…

– agora estou me vendo melhor

– você está vendo que não é um pássaro, voltou ao seu normal.

– é sou eu mesmo…

– você saiu de uma situação que te iludia, agora vai ficar conosco e entender melhor

No encerramento, uma espírito amigo agradeceu todo o esforço e explicou que o atendimento continua no Plano Espiritual e desejou que estejamos no CISCOS novamente na próxima semana. Que Jesus abençoe a todos nós!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *