Caiu em boa terra, e dava fruto

O trabalho do grupo Fabiano de Cristo nesta quarta-feira 19 de maio de 2021, no CISCOS, teve lições interessantes.

A abertura da leitura do Evangelho foi o capítulo 17 item 5 Parábola do Semeador.

Outra enfim caiu em boa terra, e dava fruto, havendo grãos que rendiam a cento por um, outros a sessenta, outros a trinta.”

Uma troca de ideias bem proveitosa, sobre as diferenças nas condições de receber e entender, depois executar, as ideias, os ensinamentos do Mestre e da Doutrina Espírita. Acabamos chegando no tema proteção e protetores e rimos muito lembrando do motoqueiros.

Com esta crise de mais de ano, com comércio fechado, perda de empregos, muitas famílias constituídas de 4, 8 até 10 pessoas na mesma casa, foram sustentadas pelo trabalho dos motoboys. Não fosse a santa moto, a desgraça por aí teria sido muito grave e trágica. Até que alguém falou que os motoboys andam com dois protetores cuidando deles. Mas matematicamente analisando, chegamos à conclusão que no mínimo são quatro protetores, dois de cada lado, para segurar a moto e não deixar cair. Afinal, tem muita gente na família não fazendo nada e dá para escalar os protetores destes familiares para ajudar a proteger moto e motoqueiro. Mais risada ainda.

Daí conversamos bastante sobre o socorro que a Casa espírita tem como compromisso com a DOR. Quem sente muita dor, seja física, emocional, sentimental, acaba se desesperando, e o trabalho do médium é se aprimorar para ajudar ao máximo este socorro. O início do exercício da mediunidade é desconfortável para todos os médiuns. Somente com o tempo é que aprende a ajudar mais e falhar menos. Todos os médiuns puderam falar sobre esta dificuldade.

Conversamos também sobre a proteção da Casa Espírita e a necessidade de trabalhadores especializados para cada tipo de atendimento.

O espírito amigo, que faz a abertura dos trabalhos conversou conosco sobre estes assuntos levantados. Conseguimos fazer apenas uma anotação do que ele falou para nós.

Os trabalhadores do lado de cá, espíritos de todos os níveis de desenvolvimento, conhecimento, e capacidade de trabalho, seres de Luz do alto, estão trabalhando muito para socorrer todo este desespero.

Tem tanta coisa do lado de cá, todo esse desespero batendo, muitos desencarnados chegando. Quem precisa, aceita a ajuda daquele que está disposto a ajudar.

Espero que vocês continuem com o coração aberto para receber aqueles que vem aqui para ajudar. Todos doando uns para os outros com a vontade e o carinho para ajudar. Temos uma reta muito difícil para caminhar sozinho. Ninguém vai a lugar nenhum sozinho. Vamos dar as mãos, caminhar, respeitar, seguir sempre juntos.

Que o Mestre ilumine o caminho de vocês, de nós e a todos que surjam neste caminho.

Que assim seja!”

Os atendimentos aos espíritos foram um pouco difíceis, e até demorados. Envolviam muita gente e era preciso ter cuidado.

Um deles foi de uma mulher que chorava copiosamente. Debulhada em lágrimas

não quero sair de lá, é minha casa, lá estão meus filhos

– mas agora você já sabe que morreu e que tem que seguir por outro caminho

– não vou sai de lá, eles já me esqueceram, como pode esquecer tão rápido?!

– veja, sua mãe está aqui, vai cuidar de você, vai te levar para uma nova casa

– não vou, não quero, eles vão me esquecer, lá é meu lugar, como ele pode ter me esquecido tão rápido?!

– quanto tempo faz que você morreu?

– meus filhos são pequenos, tenho que cuidar deles

– preste atenção, veja o tempo que passou…

– ???

– seus filhos já cresceram, estão grandes…

– ???

– você entende que eles não esqueceram, apenas cresceram e hoje cada um tem a sua vida

– é…

– agora você tem que ir com sua mãe e os outros amigos que vieram te buscar

Outro atendimento foi longo… Ele estava se vangloriando que agora não precisa fazer mais nada, serviço encerrado, Casa vazia, ninguém vem mais.

– realmente a Casa está vazia e estas pessoas não vem mais

– então não preciso fazer mais nada, fico aqui só olhando

– só que agora você vai entender que tudo o que você fez, era sabido, o pessoal aqui tem mais capacidade do que você pensa.

– e você vai fazer o quê? Vai me prender?

– vamos te prender, você vai ficar aqui conosco, precisa entender algumas coisas e sair desse seu ódio e raiva

– pode me prender, não vou mudar nada

– primeiro vamos duplicar tudo o que você colocou nas pessoas e colocar em você

– o problema não é meu, elas aceitam

– sim, elas aceitam e o que é delas, vai continuar com elas, só que vamos duplicar tudo e colocar em você também

– eu aguento, eu suporto, não vou ceder( mãos se contorcendo, mal estar)

– para que aguentar tudo isto? Para que tanta raiva?

– e você, porque está se importando comigo?

– porque vamos ficar amigos

– não vou ficar seu amigo

– você não precisa sentir medo, é muito assustador ter medo

– eu aguento o medo, porque você se preocupa com o meu medo?

– porque eu também sinto medo, e o medo nos trava, nos paralisa, é muito ruim ter medo

– você tem medo deles

– tenho medo, igual você. Não precisamos ter medo, vamos ser amigos, todos nesta sala estão aqui para ser amigos uns dos outros.

-a dialogadora o abraça… passando as mãos nas costas, falando de carinho, amor, perdão…afagando a cabeça

– não me fale de amor, é só sofrimento, decepção, não quero saber de falar de amor!

– você não pode ir embora para o seu chefe, você sabe disso

– vocês querem me prender

– você sabe que a prisão aqui é muito diferente da prisão do seu chefe, para aqueles que fracassam

– não quero falar, nem pensar nisso…

– você vai ficar aqui, num alojamento, vai ser tratado e aos poucos entender que as pessoas que te amam estão esperando por você

– vou ficar preso

– esta é um prisão diferente, as pessoas que te amam é que vão vigiar você e esperar até o dia que você quiser se livrar da raiva e ódio e voltar para elas. Elas tem tempo, trabalham aqui, vão esperar o tempo que for preciso, estarão muito ocupadas trabalhando…

Após os atendimentos, o trabalho foi encerrado com uma linda prece.

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