A única defesa que o encarnado tem, é a Luz do bem

Cada vez mais, o trabalho vai se enriquecendo de detalhes novos. As artimanhas que alguns espíritos recorrem para prejudicar seus desafetos não têm limite de imaginação. Como são invisíveis ao encarnado e este por sua vez vive distraído, deslumbrado com o mundo materializado mais intenso, fica fácil colocar a imaginação para o mal na ativa.

A única defesa que o encarnado tem, é a Luz do bem. Como obter esta Luz, varia ao infinito. Cada um que escolha seu caminho, sua trilha para chegar lá. No trabalho esteve uma entidade que volta e meia transita por lá e nos disse que o caminho tem espinhos, tem caminho com emaranhados de espinhos grandes, e outros com rosas e espinhos. Cada um tem livre arbítrio para escolher por onde quer andar.
Para quem não conhece, não estuda, não lê, pode parecer estranho as coisas que os espíritos dizem e que fazem. É mais fácil bancar o incrédulo e mais fácil ainda é ignorar. É o risco de quem acredita na ilusão.

Atendemos um espírito que queria apenas se safar:
– me deixe quieto aqui, parem de falar na minha orelha
– onde você está?
– estou aqui quieto no meu caixão e eles ficam me acusando falando que sou um pária,  um inútil…….
– no caixão você não pode ficar, vai ter que sair daí
– me deixe aqui, não estou incomodando ninguém, só eles que fica falando, me acusando de covarde….
– vamos, se levante por que aí não é mais o seu lugar. Vai saindo que já estamos modificando esta cova. Agora é um jardim..
– não; me deixe ficar no meu caixão…..

– de que te acusam?
– falam que sou covarde, um pária, um inútil, não sirvo para nada…
– o que você fez?
– eu era um soldado e tinha que prender estes bandidos. Eu cuidava da lei e eles tinham que apanhar, eles eram bandidos. Mereciam morrer….
– a lei não te deu esse poder de bater ou matar…
– mas eles eram bandidos, eu tinha que matar….torturar (fala baixinho e rapidamente)…
você não sabia de fato se todos eram culpados.

Neste momento, por indução magnética ele vê suas vítimas e murmura concordando que alguns não eram culpados e foram vítimas.

– mas eu era um soldado, trabalhava para a lei… (insiste neste argumento)
– você está sofismando. A lei não lhe conferiu este poder.
– começa a chorar por se sentir acuado; não tem a mínima intenção de refletir.

– estão falando que eu tenho que pedir perdão para Deus e para eles.. Que eu é que tenho que ir salvá-los, tirar eles da escuridão…

Outro atendimento interessante foi uma entidade que chegou com um aparelho na cabeça, como um capacete com viseira. O que foi visto não dá para explicar, falta recursos. Ao chegar, e entrar em contato com a médium, se expressando através dela, o capacete é retirado. A colocação do capacete foi necessária porque ele se recusava a vir até nós.

coloco aparelhos nas pessoas, sou especialista nisso (colocou na encarnada atendida)
– para que servem estes aparelhos?
– na cabeça é para ela não pensar direito, não ver as coisas direito, a cabeça e os pensamentos, fica toda embaralhada
– só na cabeça?
– tem outros no corpo também, para ela ficar doente…
Os “aparelhos”, uns mais simples e de maior tamanho, outros minúsculos e sofisticados, podem ser considerados pontos de partida de um número expressivo de obsessões espirituais graves. Encontramos referência no livro Nos Bastidores da Obsessão¹. A médium Ivone Pereira, muito antes, já relatava em seu livro Recordações da Mediunidade um grave processo de obsessão com a utilização de aparelhos².

Nosso companheiro de trabalho, Dr. Donizete, médico psiquiatra fez o seguinte comentário ao final do trabalho:

Gostaria de comentar os fenômenos das maquinas e aparelhos colocados para influenciar nossos irmãos desencarnados para o  Bem  ou para o  Mal  que frequentemente surgem nas sessões de nosso grupo. São usados para manter os espíritos cativos, sob o comando de entidades mais afeitas às  Trevas , e assim obrigados a participar das mais variadas formas nas diversas tramas e dramas frequentemente relatados na literatura espírita ou mesmo nas sessões mediúnicas ou ainda cristalizando pensamentos e rancores vivenciados em  existências  anteriores e impedindo o esclarecimento necessário para a evolução espiritual de cada um.  

Muitas vezes os nossos mentores mais iluminados, usam do mesmo artifício para arrancar nossos irmãos sofredores de tais mazelas e assim demonstrarem o caminho a ser seguido para a evolução que nada mais é que a aceitação, entendimento e prática dos evangelhos de Jesus nosso querido mestre.  

Novamente gostaria de traçar um paralelo entre os “fenômenos das máquinas” com os quais nos deparamos em nossas sessões, com experiências vividas na clínica médica psiquiátrica, onde frequentemente os colegas psiquiatras ouvem seus pacientes relatarem que são influenciados por aparelhos, raios ou chips implantados em sua cabeça ou em parte de seu corpo que o influenciam, ordenam ou determinam seus atos para o ” Mal “.  

Esses irmãos encarnados sofrem tanto quanto os que já estão em outros planos e isso qualquer um pode ver, não somente o médium ou os outros colaboradores das sessões espíritas.  

Desde a virada do século XIX a psiquiatria se ocupa disso, ou seja tentar de alguma forma aliviar tais sofrimentos. Para tanto, a psicopatologia clássica aprofundou-se no tema até o ponto que o conhecimento médico o permitiu e de fato conseguimos por meio de simples química bloquear o processo não em todas as vezes mas em boa parte dos casos.  

Então, para os tais delírios de influência ou processos alucinatórios cenestésicos ou cenestopáticos temos remédios bloqueadores em nossa mão desde a segunda metade do século vinte. Entretanto, meus caros colegas o discurso psiquiátrico pouco sabe das causas para tais males,  acredito sinceramente que o Espiritismo joga muita luz sobre o assunto.   

Tenho visto muitos colegas, ao longo desses anos todos da psiquiatria como especialidade médica, buscando justamente a união dos dois discursos: médico e espírita. No momento em que tivermos uma boa união, com mais colaboração, entendimento e menos crítica ou desavença entre ambos, ajudaremos muito mais ao nossos irmãos sofredores encarnados ou desencarnados como nos pede o Mestre. 

Uma senhora chorando, angustiada, desesperada pede ajuda.
– me ajude a tirar meu marido da lama. Não consigo, meu braço é curto, Por favor me ajude, preciso tirar meu marido de lá…
– vamos ajudá-la, vamos tirar seu marido
– obrigada, já faz muito tempo que tento tirar ele dessa lama. Minha cabeça parece que está nas nuvens, Este sonho não acaba. Estou sonhando sempre nesta agonia
– pronto seu marido já saiu. Precisa tomar um banho. Agora está limpo
será que vou acordar desse sonho? É tudo confuso. Preciso acordar…
– a senhora não vai acordar, está vivendo a realidade…. Já morreu também, está na vida espiritual igual seu marido…

A senhora foi esclarecida e encaminhada, da mesma forma que o marido atendido. O amor não tem limites, distância e impedimentos.

Um homem, parecia ser jovem, bem marolado. A cabeça estava zonza…
você está num navio?
– o que esse negócio aí que você falou?
– barco, navio, canoa, que anda n’água
– é eu entrei no barco para me esconder. Estou aqui escondido
– o que aconteceu antes de você entrar no barco para se esconder? (indução magnética)
– fugia dela, é uma mulher muito má. Eu e meus amigos estamos escondidos no barco.
– então chame todos seus amigos para descerem no porto.
– mas a gente estava no meio do mar, onde você achou um porto para a gente descer?
aqui é um porto. Se prepare para descer, chame todos.
– mas vão deixar a gente descer aqui?
– sim o comandante do navio viu vocês escondidos, não falou para ninguém, e trouxe vocês para cá.
– nem precisa chamar, já está todo mundo aqui para descer. Isto aqui é uma ilha?
– aqui é bonito, você está vendo? Agora precisam tomar um banho
– você está falando que estamos mal cheirosos? Pior é que é verdade. Precisamos de um banho
Agora que estão bonitos e cheirosinhos precisam comer.
– podemos fica descalços? Preciso fica com o pé na terra. Nós não temos dinheiro para pagar a comida
Pode fica tranqüilo, a comida é para vocês. Estão com fome, comam à vontade.
– Foi a senhora que fez esta comida para nós?
– Fomos nós que preparamos, já sabíamos que vocês iram chegar.
– A senhora é que manda aqui?

A referência de autoridade dele é a figura de mulher. Neste momento não é necessário ficar explicando nada. É participar do entendimento dele e caminhar para frente.

Preste atenção e veja tudo
– tem uma casa linda lá longe
– vamos até lá, você na frente
– já estamos aqui, você está mandando a gente para onde. Aqui é o portão
– abra o portão e entrem até a casa
você está mandando a gente vai. Tem certeza que podemos entrar lá?
– podem ir.
– Já estamos na varanda. Que porta linda!
– pode abrir
– já abrimos… tudo é muito lindo… tem certeza que podemos entrar?
– olhe bem, prestem atenção
– (sorriso) olha eles aí. Estão todos aqui. Como é que chegaram primeiro?
– agora você vão ficar com eles
– e ela? Vai deixar? Ela é má…
aqui ela não vem, não pode vir..
– é mesmo, tão bonito assim ela não vem…
– mas o que aconteceu, não estou entendendo……..
– ….já morreram, você e todos seus amigos….
não entendi, mas não tem importância, depois eu entendo. Vou com eles…

Ao final dos atendimentos, na mensagem, o mentor nos alertou para as dificuldades que estamos enfrentando na nossa vida pessoal. Cada um sabe os seus espinhos e não deve desistir. Os amigos espirituais contam com todos nós para esta tarefa.
Com muita alegria nos despedimos.

¹ Nos Bastidores da Obsessão”, Divaldo Pereira Franco. No capítulo intitulado “Processos Obsessivos”, tem informações sobre um tipo de aparelho parasita bem sofisticado, provido de recursos eletrônicos e arquitetado por um gênio das sombras.O autor, Manoel Philomeno da Miranda relata: “Iremos fazer uma implantação – disse em tom de inesquecível indiferença o Dr.Teofrastus – de pequena célula foto-elétrica gravada, de material especial, nos centros da memória do paciente. Operando sutilmente o perispírito, faremos com que a nossa voz lhe repita insistentemente a mesma ordem: ‘Você vai enloquecer! Suicide-se!’ Somos obrigados a utilizar os mais avançados recursos, desde que estes nos ajudem a colimar os nossos fins. Esse é um dos muitos processos de que nos podemos utilizar em nossas tarefas… Estarrecidos, vimos o cruel verdugo movimentar-se na região cerebral do perispírito do jovem adormecido, com diversos instrumentos cirúrgicos, e, embora não pudéssemos lograr todos os detalhes, o silêncio no recinto denotava a gravidade do momento.”
² “Ao penetrar a sede do Centro, acompanhado pelo pai, os dois videntes então presentes e também eu mesma fomos concordes em perceber uma forma escura e compacta cavalgando o rapaz, como se ele nada mais fosse que uma alimária de sela, visto que até as rédeas e o freio na boca (grifo nosso) existiam estruturados na mesma sombra escura”. A forma escura montada nas costas do garoto nada mais era do que o seu obsessor, antigo escravo, odiento e vingativo, em virtude do sofrimento que lhe fora imposto pelo seu senhor de então. Todavia, mediante o tratamento espírita, o jovem ficou literalmente curado no espaço de trinta dias. E a médium assim finaliza o seu comentário: “Deslumbrado, o pai do rapaz tornou-se espírita com toda a família, desejoso de se instruir no assunto, enquanto o filho, falando normalmente, explicava, sorridente: ‘Eu sabia falar, sim, mas a voz não saia porque uma coisa esquisita apertava minha língua e engasgava a garganta…’ Essa coisa esquisita seria, certamente, o freio forjado com forças maléficas invisíveis…”

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