Que maravilha poder participar de um trabalho desta envergadura!
O companheiro atendido na semana anterior, no começo da reunião, fez seu relato sobre os resultados da assistência espiritual que ele e a esposa recebera. As notícias não poderiam ser mais alvissareiras.
Na abertura o mentor nos orientou para o teor do trabalho e fez suas sugestões quanto à atitude que deveríamos sustentar durante os atendimentos.
Desta vez estávamos atendendo um pedido para familiares de um companheiro nosso. Não era sua residência e sim moradia próxima onde morava parente muito querido. Neste caso não temos como avaliar a receptividade do grupo familiar aos resultados do trabalho realizado. O importante é sempre de nossa parte, trabalhar para o bem.
A casa atendida estava repleta de espíritos. Todos os gostos, todos os matizes. Alguns apresentavam seus motivos e a maioria estavam lá por estar. Passavam na porta, viam a algazarra, entravam e ficavam. Como disse um dos espíritos atendido: o portão estava aberto e a gente ia entrando.
Mesmo quando o espírito desencarnado está na casa ou local de trabalho por algum acaso e não pretende fazer nenhum mal a ninguém, a sua constante presença junto aos moradores implica na íntima proximidade do seu campo magnético, negativo e nocivo, com os campos magnéticos dos encarnados do lugar. Só isto já constitui um contínuo e terrível “bombardeio” de energias deletérias negativas e nocivas, às vezes muito potentes, daquele desencarnado para aqueles encarnados.
Geralmente esta categoria de espírito chega dizendo: estou no meu cantinho, não estou fazendo nada, não estou fazendo mal a ninguém…
As lideranças dos obsessores, com a perturbação que causam, querem fazer sofrer quem os feriu, pessoalmente ou a seus entes queridos, nesta ou em outra encarnação. O agressor de hoje é aquele mesmo que foi traído, ofendido, arruinado, morto e que, desejando fazer justiça com as próprias mãos, pretende submeter o desafeto a sofrimentos mil vezes acentuados. Aquele, vítima de ontem, se torna o verdugo espiritual de hoje. Aquele que hoje se reclama como vítima, foi o verdugo de ontem.
Quanto maior o ódio, maior a ligação com lideranças dominadoras nas trevas. Aprendem com eles técnicas para poderem atuar com eficiência com suas vítimas de hoje. Aprendem a dominar pelo medo, recrutam seus escravos ou soldados para ficarem de plantão, perturbando dia e noite seus desafetos.
Situações como esta exigem da família atendida mudança de comportamento, muita oração, cuidado nas palavras, pensamentos renovados. O ambiente está impregnado e somente uma nova conduta consegue modificar a situação há tempos instalada.
Em uma entrevista Chico Xavier explica Um espírito obsessor terá tanto poder sobre nós, quanto seja o poder que facultamos a esse espírito de nos obsedar. O obsessor tem sobre nós a influência do tamanho da nossa capacidade de atraí-lo para o nosso campo de ação. Se não nos guardarmos, se não nos defendermos, se não nos liberarmos antes, do complexo de culpa, dessa calamidade que nós chamamos de remorso, então vamos atravessando as linhas fronteiriças da perturbação e depois vem o império das forças inferiores sobre nós…
Ao final do atendimento, novamente tivemos a presença de um mentor que fez uma avaliação do que foi feito e recomendou a continuidade do trabalho neste caso. É um grave problema do passado cobrado com maestria no presente.
Não existe mágica nos trabalhos de desobsessão. Muita gente sonha em ter uma oportunidade como esta, com a idéia de se livrar de um problema. Não é assim que funciona. Os médiuns entram no processo como colaboradores, mas que vai garantir as mudanças para melhor são os obsidiados. A maioria dos obsessores falam: conheço fulano que vocês estão defendendo. Saio, mas se ele não mudar, vem outro no meu lugar. Chico Xavier sempre dizia: Os Bons Espíritos são unânimes em afirmar que quanto mais nos melhorarmos em Espírito, menores serão sempre as nossas possibilidades de ligação com as forças desequilibradas das sombras.