Grupo de Atendimento Programado e Estudos de Desobsessão Inácio Ferreira
Terça feira é dia de ser; os outros dias é de fazer
No grupo de estudo que participamos no final das tarde de quarta-feira, que estuda o livro A Obsessão e Suas Máscaras de Marlene Nobre, no capítulo sobre efeitos físicos nos deparamos com a informação de André Luiz que diz sobre os médiuns de efeito físico involuntários, ou naturais, que não possuem consciência de suas faculdades e são usados pelos Espíritos para promoverem manifestações sem que o saibam.
A mediunidade de efeitos físicos é a capacidade de um médium produzir efeitos materiais se fazendo de intermediário entre entidades espirituais desencarnadas e o mundo material.
O grupo então, ficou se perguntando se todos os médiuns, conhecem todas as suas capacidades mediúnica? Um médium de incorporação, ou de psicografia, ou de doação de energia, pode não saber que também é médium de efeitos físicos. O que colocamos em questão são as dores de cabeça que muitos médiuns sentem, às vezes nas véspera ou preliminarmente aos trabalho de desobsessão. O médium repentinamente se sente muito mal, com dor na cabeça e a sensação de que algo o está apertando. Durante o atendimento espiritual ou nos passes, aquela dor desaparece e o bem estar retorna. De onde o espírito que atacou este médium retirou energia para fazer-lhe mal?
Não poderia ser o próprio médium a oferecer as energias para ser agredido pelo seu perseguidor daquele momento? Poderia ser uma ação anímico-espirítica? Neste caso são as próprias capacidades anímicas dos médiuns que os fazem instrumentos para a atuação dos espíritos. Espíritos não produzem ectoplasma Nem todos sabem trabalhar com estas energias. São os espíritos mais técnicos e habilidosos que geralmente estão designados para fazer este tipo de “ataque” nos médiuns trabalhadores.
Daí surge a pergunta : como o médium conseguirá se livrar destas situações onde é atacado com suas próprias emissões de energias? As perguntas foram acaloradas. Como perceber quando a dor vem de dentro, do próprio organismo, de um mal estar e quando a dor é externa, com a sensação de aperto na cabeça, por exemplo? Se o médium ficar ciente de que é ele mesmo que está fornecendo os instrumentos para o espírito o atacar, como fazer para parar de fornecer?
Sendo um grupo de estudo, restrito a poucas pessoas em relação ao todo dos médiuns que trabalham no Ciscos, o que podem fazer estes que estudam e estão descobrindo esta possibilidade de “ataque” aos médiuns trabalhadores? Quase que instantaneamente veio à mente, a imagem de alguns médiuns que volta e meia chegam no trabalho com muita dor de cabeça. Alguns chegam mesmo, a pensar em não vir no trabalho, tal o mal estar. O estudo mostra que faz parte da “segurança” da Casa.
No estudo que antecede o trabalho de desobsessão do grupo Fabiano de Cristo, das quartas-feiras, do livro Canção da Esperança de Robson Pinheiro, tem uma explicação muito útil para entendermos os que são as doenças miasmáticas. Conta ele que dentro de uma boate com sauna, os vapores vinham acompanhados de miasmas pestilentos e negros. Os encarnados ao respirarem aquele vapor, absorviam também aquele produto pútrido. Ao entrar no organismo, chega na corrente sanguínea com a possibilidade de causar doenças graves no corpo físico.
Na tarde da quinta-feira o estudo que antecede o trabalho de desobsessão da noite, é do livro Alma do Mundo de Inácio Ferreira. O assunto estudado foram nossos diversos egos do passado que predominam sobre o nosso presente. Maria Modesto Cravo tem uma reflexão muito interessante sobre as consequências das nossas ações: “– Eu sempre tive medo de minha realidade interior. Graças a Deus nunca me iludi comigo mesma… Sempre soube de minhas limitações e nunca imaginei que estivesse acumulando créditos, e sim que estivesse quitando débitos…” Este estudo nos levou a refletir como teriam sido as nossas experiências reencarnatórias ao longo da história, dentro das várias regiões do planeta. É muito interessante pensar nesta possibilidade abrindo um leque de variáveis.
O estudo de preparação do trabalho de desobsessão do grupo Inácio Ferreira, do livro 1/3 da Vida de Maria Modesto Cravo, tem um questionamento sobre o amor, que gerou muita reflexão entre nós. “ A palavra “amor” está engessada em uma cultura de sacrifícios e responsabilidade pelo outro. Nessa ótica, amar, significa, para muitos, salvar, tomar conta e controlar, atitudes que são sinônimos muitos próximos da ação de invadir e desrespeitar.”
Antes do início propriamente dito, do organizador do trabalho pediu permissão para fazer um agradecimento à Inácio Ferreira.
Quero agradecer a Inácio Ferreira por ele nos despertar a curiosidade de perguntar. Até agora, nós líamos , mas a gente não duvidava ou se duvidava, não perguntava, ficava quieto. Inácio mudou isto. Nos ensinou a ler e analisar o conhecimento espírita, isso significa estudar. Porque nos conteúdos das escritas nos livros tem muita coisa além do que está registrado, e a gente só atinge o cerne da mensagem quando a gente põe o assunto para apreciação de cada personalidade que leu aquela frase, aquele evento, aquele acontecimento. Isto nós devemos ao Inácio. Em todos os livros encontramos informações, mas ninguém perguntou porque, como, aonde, e foi o Inácio que abriu esta cortina a demonstrar para nós que não basta só ler. É preciso compreender o que está escrito, discutir o que entendemos do que lemos e ver além da letra que está no livro. Isto nós devemos ao Inácio e queremos agradecer. Isto serve para o espírita em geral. Não basta ler, é preciso argumentar.
“ A tarefa é uma benção, mas não garante a proteção automática se o trabalhador não cuidar de suas próprias emoções e condutas” (Modesto Cravo)
Foi dado início aos trabalhos espirituais da noite. O orientador veio conversar conosco.
Irmãos boa noite. Esse trabalho é tão especial que demanda certas atitudes especiais, pois se trata de um trabalho muito profundo, muito sério, muito arraigado, forças muito dissonantes atuam sobre a irmã. Que possamos estar juntos, com pensamento fixo na melhora. Estamos todos protegidos, mas pedimos foco, muito foco, muito amor nas palavras, mentalizando Jesus, mentalizando a cura da alma, mentalizemos também a nossa cura. Muito agradecido e que Deus nos proteja, assim seja.
Fizemos mentalmente o trajeto até o endereço da pessoa assistida…. – que venham todos em nome de Jesus!
A primeira atendida contou que fica lá na casa “para ajudar”. Reclamou que não consegue, porque a pessoa não tem firmeza, muda de idéia, não mantém o pensamento firme. Reclamou mais ainda, que a pessoa acha que sabe tudo e não ouve o que ela fala. Entendeu que o lugar dela não era lá e que, se queria ajudar, precisava aprender a ajudar. – mas se eu sair de lá, ela me chama de volta… foi preciso ajudá-la a cortar os laços que a prendiam naquela casa e no pensamento da atendida.
O outro espírito chegou meio envergonhado do que fazia. Ao perceber que teria uma nova chance foi logo dizendo que queria ficar conosco. – quero ficar aqui, não pretendo ir para lugar nenhum. Nem sabia direito porque estava lá na casa. Estava preso na parede do quarto. Foi colocado lá, mas nem sabia direito porque estava lá. Tinha muita culpa sobre si mesmo e era esta culpa de alguém perdido, que enviava para os moradores da casa.
O outro espírito estava revoltado porque não queria ter morrido.
– mas de um jeito ou de outro, todo mundo morre, temos que aceitar isso
– mas não era minha hora
– não era sua hora… há quanto tempo você está reclamando que não era sua hora?
– eu não sei… faz muito tempo
– já completou a hora!… então já está na hora de morrer!…morre! … você entendeu a situação? O tempo passou, você não continuaria vivo até o dia de hoje… então já é hora de morrer
– …………………… aqui é quente…
– aqui né?… aqui é um lugar bom…
– diferente..……. acho que vou dormir…
– isto mesmo, agora você vai ter um sono de desencarnado…
Outra mulher chegou dizendo que estava amarrada. Sua idéia era fixa. Não conseguia perceber, sentir, que estava livre.
– me amarraram para eu parar de bater a porta
– você não está mais amarrada
– estou amarrada! Você não está vendo que estou amarrada?!
– você está livre
– estou amarrada…. repetia, repetia, não aceitava, não ouvia…
– o dialogador pegou seus braços e balançou, abriu… as mãos continuavam fechadas… abriu as mãos
– agora você me soltou! … não estou mais amarrada…
– então sai desta casa que você estava e segue outro caminho
– que caminho?
– você está vendo esta luz?… olha esta pessoa que veio te buscar… vai te levar para um lugar melhor…
Chega um espírito, vindo de um terreiro sagrado, faz um trabalho energético…
– irmã ajudada… concentração no trabalho todos…
Uma das médiuns percebe a casa totalmente cheia de lama. Levanta e vai em direção ao orientador do trabalho para informar. Ao mesmo tempo o espírito chega rindo e galhofando
– ah,ah,ah,ah,….
– como está?
– cheio de lama como a moça falou… ah,ah,ah
– pegou você na curva?
– fala amigo
– não vai dar boa noite?
– boa noite
– agora gostei… o que você quer?
– o que te incomoda?
– o que incomoda é que eu estava lá e me trouxeram para cá…
– e qual seu envolvimento com ela?
– ela é nossa escrava, ela nos deve… muito… de outras encarnações… muito…
– quer dizer que você está nesse serviço faz tempo…
– muito tempo… uma hora ela escapa, outra hora não…
– e nesse tempo que não está com ela, o que você faz?
– trabalho com outros, mas com ela é mais fácil, ela dá sempre abertura para nós… como ela não trabalha a mediunidade dela fica mais fácil, né?
– e agora começou a atrapalhar vocês, porque ela está tentando um outro caminho…
– se fosse tão fácil assim, você não estaria aqui hoje, percebe? Você está ganhando hoje uma oportunidade, você está na Casa hoje para a gente conversar e cuidar de você… você aqui tem a liberdade de acabar com este vai e vem, quantas encarnações você não está nisso perdendo seu tempo? Esta não hora de pensar… na subalternidade… ser sempre submisso, submisso…
– …………………… acabou dormindo
Ao mesmo tempo, aquela médium que viu a lama dentro da casa se junta com o orientador para ir até lá ver se conseguem limpar. A lama era tanta que até escorregou. Tiveram que recorrer à mangueira dos bombeiros para limpar tudo, com jatos d’água nas paredes e no chão.
Enquanto isto outro espírito estava sendo atendido, mas com muita dificuldade de pensar, compreender a situação. Gostava de plantas, pomar…
Outro espírito estava meio perdido, nem sabia direito onde estava…. procurava por alguém… confuso…
Este chegou acabrunhado.
– o que eu faço é muito feio, muito degradante
– foi colocado para dormir… o que ele se dedicou precisa de tempo para ser conversado
Para outro espírito foi dado oportunidade de trabalhar no que gosta em outro lugar. Ficava ligada nas roupas e no batom que a pessoa costuma usar. Interesses bem femininos… Não foi muito fácil convencer de que lá não podia ficar mais.
O médium estava muito cansado. Recebeu um passe espiritual e se recompõe cheio de energia.
Ele chega e é bem recebido
– você não sabe de nada, rapaz…
– você aqui está entre amigos, você lá tinha uma atividade perigosa… está adquirindo débitos…
– eu trabalhava na cozinha ah, ah, ah
– na cozinha?! Sei que é piada… então você é cozinheiro…
– é, ponho coisas na comida dela, ela come, a família come, a moça que trabalha come…
– até a moça que trabalha, que não tem nada a ver? Você é meio cruel, amigo…
– ah,ah,ah … não existe ninguém inocente neste plano…
– então você é um mestre cuca
– e esta luz… irritante…
– esta luz é só uma lamparina, se você ver a luz acesa…
– ahhhh…
– você fica no escuro, e o escuro não te deixa ver nada… quem sabe a sua visão está até comprometida.. e a comida, você chegou a provar a comida lá, ou seria um veneno?
– você acha que eu sou louco?!
– eu não, mas você está lá com uma finalidade que eu particularmente não vejo o que você vai obter com isso
– é para ela vir para perto de nós… aí fica mais fácil ainda… de dominar quando ela está junto de nós no nosso plano…
– quem é nós? A sua função é ficar lá na cozinha
– é que cada um tem uma função… são vários… vários grupos…
– sou o cozinheiro, para a família toda comer a minha comida com os meus segredos…
– a semeadura é livre mas a colheita, meu amigo… quando você reencarnar…
– não vou reencarnar, reencarnar é para os fracos…
– vou te mostrar uma coisa mestre cuca… não é desrespeito é que vou te mostrar que aqueles que te mandaram para cá nem estão ligando pra você… a lamparina te incomodou, você fica na escuridão e a luz te incomoda… vou aumentar só um pouquinho esta luz para você ver como vai lhe fazer bem…
– aí!!
– a luz foi o suficiente neste momento, mestre cuca… agora beba esta água, beba um golinho que será suficiente… vamos falar sério, você não gosta de si? Você pode fazer comida para aqueles que tem fome de verdade… que tal você ficar aqui e fazer comida para quem tem fome?…
O diálogo começa
– você sabe com que está falando? Você está falando comigo? Ninguém fala comigo, sou muito bravo… atiro em todo mundo… não chegue perto… pá, pá, pá, pá…
– olha bem e veja se alguém aqui está se importando com sua braveza…
– sou bravo, luto com todo mundo, bato me quem chegar perto… fica insistindo na sua agressividade…
– nós fazemos questão de falar com você
– ele fica brigando, não vou assumir mais a responsabilidade dele…
– ele está aqui? Quero que você veja como ele está… veja se ele tem condições de exigir alguma coisa…
– ele não tem condições de exigir nada de ninguém… agora eu vou cuidar daqui… sou eu que vou mandar… você não podem cuidar dele, joga ele lá para baixo…
– aqui ninguém empurra lá para baixo
– empurra!…
– olha bem… ele, nós vamos cuidar… olha bem ele sendo atendido agora…
– amarra ele, joga ele lá embaixo…
– a sua situação com ele, voc~e está vendo que foi rompida aqui… nós trouxemos voc~e, trouxemos ele e vamos cuidar dos dois. Vocês não vão ficar mais juntos… separou…
– amarra ele, se ele não ficar amarrado eu vou matar ele…
– você viu onde você está agora?
– eu estou sempre aonde estive…
– não. você está aqui… veja onde você está… nós fomos lá e trouxemos os dois, você não tem nem acesso a ele
– tira ele do meu caminho, se ele cruzar no meu caminho ele vai morrer, faz tanto tempo que não quero ele no meu caminho- –
– ele está precisando de tanta ajuda, que vocês não vão se cruzar tão cedo…
– então ele tem que morrer…
– mas ele já não está morto? Nesta altura foi mostrado para os trabalhadores que os dois estavam brigando desde o Nazismo. O outro era ariano, da raça “pura” e este era alguém que não tinha valor e precisava ser destruído. Ao mesmo tempo o ariano estava sendo atendido em péssimas condições, indescritíveis…
– ele está morto?!
– ele é espírito igual você
– então o que vou fazer com ele?
– e você também é espírito
– eu espírito?
– você não sabia que era também espírito? você não notou que tudo estava mudado, todo mundo apertado no mesmo lugar?
– não, não notei… é, nós estamos numa época brava… brava…
– você não sabia que aquela luta que vocês tinham já passou faz tempo?
– passou?! Mas como é que eu não vi?!
– é o seguinte, acho que não ficou claro… ele morreu e você morreu também
– ele morreu?!
– e você também
– eu morri também?… ah, mas não me avisaram…
– aí o tempo passou, passou, passou e vocês continuam brigando
– é continua brigando… ah não, e eu continuo brigando… todos esses anos…
– você sabe quanto tempo? Mais de 70 anos vocês estão nesta briga… e o que é pior… se aproveitaram de vocês dois, pegaram vocês dois nesta briga e puseram dentro de uma casa de uma família e vocês dois estão dentro daquela família, brigando, brigando, brigando… você nem sabe onde está, com quem você está, porque você está lá, porque os dois ficaram brigando, brigando, brigando e esqueceram de ficar sabendo que morreram
– mas ele é o culpado, ainda é muito rude…
– é claro, ele não sabia, agora está sendo apresentado que está morto… e você como é que se sente sabendo agora que está morto?
– eu ainda não estou totalmente morto…
– você já viu uma briga durar 70 anos, brigar dia e noite…
– essa briga já dura tudo isso? Eu pensei que era ontem, hoje… nossa! Mas que briga é essa? Porque?… então fala para ele que morreu!
– ele vai para outro lugar, e você para onde vai?
– eu vou para o lugar que eu estou, vou para minha casa… mas eu não sei onde está a minha casa… não estou conseguindo saber…
– esta moça que está aqui vai ajudar você a descobrir onde está a sua casa
– ela trabalha aqui! Como é que vai me ajudar encontrar a minha casa?
– é que ela trabalha com os mapas, ela pode te ajudar, mas primeiro você tem que passar no ambulatório para cuidar dos seus machucados
– é mesmo, estou bem machucado… preciso de cuidados…
– então você vai primeiro para a enfermaria e depois a moça te orienta…
Ao mesmo tempo o outro espírito, que ficava com ele, brigando naquela casa, foi atendido. O sofrimento era horrível, indescritível. Foi internado para um longo tratamento de recuperação.
O trabalho foi encerrado. Mais um lar socorrido. Mais uma lição do amor do Mestre por todos nós. Ajuda-te, que o céu te ajudará.
Aqui cabe uma explicação. Mesmo que os encarnados atendidos, não levem à sério a ajuda que recebem, ou que imaginam que foi pouco, ou em outras vezes, que “não funcionou”, isto pouco importa para os trabalhadores do bem. Como está escrito em uma de nossas orações, palavras de Bezerra de Menezes, que fazemos regularmente na abertura dos trabalhos, “ os espíritos aqui libertos”… Quem tem olhos de ver, que veja…