A persistência é o caminho do êxito.
A perseverança é a mãe da boa sorte.
Bem pago está quem por satisfeito se dá.
Os dias prósperos não vêm por acaso; nascem de muita fadiga e persistência.
Que trabalho mais produtivo foi o de hoje! Aprendemos o valor da perseverança!
Na preparação, com a leitura de estudo, entramos em discussão sobre uma afirmação de um mentor da história narrada no livro. Uma das médiuns se deixou dominar por algumas entidades que queriam desestabilizar o atendimento. O mentor alertou para a gravidade da situação, afirmou que estavam a postos, e que não deveria acontecer novamente. Como fazer, perguntou o dirigente. – Organizando o que chega a sua mente. Se assim não fizer, qualquer entidade a dominará seja em casa, no trabalho, na rua ou na mesa branca. O controle deve ser exercido pelo médium! Ninguém pode fazer isto por ele. A mente é território inegociável. É como casa que só manda um dono… O irmão fique atento! Nós também estamos. Isso tudo foi permitido para o aperfeiçoamento do grupo. Não pensem que são frágeis. Há uma tribo de guerreiros que cerca todo o quarteirão e protege a casa em dias de reuniões… Agora vou levar as entidades para o lugar em que elas devem permanecer.
Estes ensinamentos nos despertaram para nossa responsabilidade como médiuns deste trabalho, em cuidar dos nossos pensamentos, filtrar as influências que vão minando, corroendo, qual filigranas, até nos arrancar do grupo. Estas infiltrações no pensamento são tão sutis, que no momento que nos convencemos que ficar longe do trabalho é a melhor escolha, nossa vida melhora instantaneamente. Os problemas desaparecem, tudo se acalma… Ficamos convictos que o que nos atrapalhava era o trabalho espiritual. Retornar nunca mais… Ah! Se assim fosse!
As dificuldades da vida, as angústias, que se arrastam dentro de nós, nos pertencem, fazem parte de nosso ser, é o passado gritando e agindo no presente, independente se acreditamos ou não. Estas reflexões nos levaram a uma problemática do grupo: a quem atenderemos nos trabalhos de Atendimento Programado?
Depois de muita troca de opiniões, revendo os resultados, verificando a persistência, contando com a fé das pessoas, ficou decidido que:
- O Atendimento Programado, será realizado com ou sem a presença da pessoa programada
- Apenas os membros do grupo e seus problemas pessoais correlatos é que serão atendidos
- Casos de pedidos extras, serão analisados por todos do grupo; não haverão muitas possibilidades para este tipo de atendimento.
Foi lembrado durante a troca de idéias, as lições dos trabalhos na noite anterior. Divaldo Franco² afirma que não devemos querer ajudar a quem não quer ser ajudado – Se, porém, não vai ao centro espírita é porque não acredita, por desprezo ou preconceito. Crê mais na falsa pudicícia do que na necessidade legítima.
Outra situação levantada é a sensação de discórdia dentro do grupo. A ausência acaba sendo considerada um protesto mudo de seus freqüentadores. Pode até ser, porém quem perde é o ausente. A riqueza das experiências que vivemos a cada trabalho, não pode ser transportada para aquele que não participa. Recorremos mais uma vez aos ensinos da noite anterior, do livro Dimensões Espirituais do Centro Espírita³ – Torcer a Verdade. Afirmam que está errado justamente o que está certo, com a finalidade de levantar dúvidas. Os participantes de trabalhos de desobsessão devem atentar para estas artimanhas, esses ardis, geralmente empregados por estes nossos irmãos. Não obstante, é necessário uma dose muito grande de bom senso e perspicácia a fim de aprendermos onde está a verdade e até onde vai o exagero, o subterfúgio. Por outro lado, não se deve, por conhecermos alguns dos estratagemas usados por eles, subestimá-los. Importa lembrar que, basicamente, toda a força, o amparo e as defesas espirituais provém do Mais Alto. É preciso ter em mente que estamos ainda demasiadamente vulneráveis a essas influenciações em razão de nossa inferioridade espiritual e do nosso passado sombrio. Temos dívidas e compromissos. Ontem optamos pelo mal – a larga estrada dos vícios -, hoje tentamos a duras penas a travessia pela porta estreita.
A leitura do Evangelho Segundo o Espiritismo trouxe mais Luz para nossas questões. Cap. 11 A Fé e a Caridade Eu vos disse recentemente, meus queridos filhos, que a caridade sem a fé não seria suficiente para manter entre os homens uma ordem social de fazê-los felizes. Devia ter dito que a caridade é impossível sem a fé. Podereis encontrar, é verdade, impulsos generosos entre as pessoas sem religião. Mas essa caridade austera, que só pode ser exercida pela abnegação, pelo sacrifício constante de todo o interesse egoísta, nada a não ser a fé poderá inspirá-la, porque nada além dela nos faz carregar com coragem e perseverança a cruz desta vida.
Sim, meus filhos, é inútil querer o homem, ávido de prazeres, iludir-se quanto ao seu destino terreno, pretendendo que lhe seja permitido ocupar-se apenas da sua felicidade. Certo que Deus nos criou para sermos felizes na eternidade, mas a vida terrena deve servir unicamente para o nosso aperfeiçoamento moral, o qual se conquista mais facilmente com a ajuda do corpo e do mundo material. Sem contar as vicissitudes comuns da vida, a diversidade de vossos gostos, de vossas tendências, de vossas necessidades, são também um meio de vos aperfeiçoardes, exercitando-vos na caridade. Porque somente a custa de concessões e de sacrifícios mútuos, é que podeis manter a harmonia entre elementos tão diversos.
Tendes razão, entretanto, ao afirmar que a felicidade está reservada ao homem neste mundo, se a procurardes antes na prática do bem do que nos prazeres materiais. A história da cristandade nos fala dos mártires que caminhavam com alegria para o suplício. Hoje, na vossa sociedade, para ser cristão já não se precisa enfrentar a fogueira do mártir, nem o sacrifício da vida, mas única e simplesmente o sacrifício do egoísmo, do orgulho e da vaidade. Triunfareis, se a caridade vos inspirar e fordes sustentados pela fé.
O atendimento espiritual caminhava quando o caboclo veio conversar conosco. Deu o recado para todos nós. Devemos fazer o atendimento, muitos serão socorridos, mas a pessoa atendida tem que acreditar, ter fé, estar atenta ao que está acontecendo com ela. Os amigos sempre estão presentes a cada trabalho. Os índios, pretos velhos, caboclos ficam de guarda. Outros amigos médicos, enfermeiros, mentores, trabalhadores especializados, todos estão presentes para atender ao máximo as entidades. Mesmo quando a pessoa atendida não acredita na ajuda, a casa é atendida, as entidade que estão lá são trazidas e cuidadas. Muitos aceitam, outros fogem não querem ajuda. É assim mesmo. Os amigos espirituais estão sempre prontos a estender as mãos para aqueles que pedem ajuda.
No encerramento veio até nós um amigo participante dos trabalhos. Avisou logo que não era mentor, recebera permissão para falar conosco. Vocês não têm idéia do alcance destes trabalhos. Não importa se a pessoa está aqui ou não. Atendemos todos. Não desistam e nem se impressionem se tem pouca gente. Em breve teremos muitos trabalhando. O importante é continuar. Nós do lado de cá contamos com vocês e gostamos do trabalho que fazem.
¹ livro O Drama de Um Desconhecido – Luiz Gonzaga Pinheiro
² livro Diretrizes de Segurança – Divaldo Franco e Raul Teixeira
³ livro Dimensões Espirituais do Centro Espírita – Suely Caldas Schubert