“ Não estou aqui a dizer que se abstenham dos problemas,
mas que as preocupações excessivas formam ao
redor de vós uma barreira que impede a chegada dos
amigos portadores de consolações e de ânimo”Bezerra de Meneses
“Nós, os espíritas, achamos que estamos fazendo muito. Grande engano!
Como já ouvi de alguém, nós estamos é comendo o pão de depois de
amanhã, fazendo o serviço de anteontem…” Inácio Ferreira
Abertura: ESE cap. 16 Jesus na casa de Zaqueu
Uma explicação do nosso patrono ¹:
Zaqueu, segundo a narrativa, era um homem de pequena estatura. Todavia, entre os publicanos, era o maioral. Vejamos de início o contraste: fisicamente pequeno, mas grande, por conta dos bens materiais que ele possuía, muitos adquiridos de maneira ilícita – Zaqueu era cobrador de impostos! Cobrava dos outros, mas não de si mesmo! No mundo moral é assim: exigimos perfeição dos outros, sem nos melhorarmos em nada!
Para ver Jesus, que passava por Jericó, cidade onde Zaqueu residia, ele correu e subiu a uma árvore chamada sicômoro… Eis outra significativa imagem: sem subir, a gente não vê a Jesus! Ou seja: a escalada espiritual é imprescindível!
– Ao ver Zaqueu em cima do sicômoro, Jesus lhe disse: Zaqueu, desce depressa… – “desce depressa” e vem para o chão, que por enquanto é o seu lugar! “Desce” antes que você caia daí… E Jesus foi banquetear-se com ele, ante o murmúrio de todos.
– Murmuraram porque todos nós somos assim: invejosos – não queremos dar aos outros a oportunidade de melhorar… A multidão queria Jesus só para si!
– A multidão da história de Zaqueu representa nosso Subconsciente – o Passado que se nos opõe ao Futuro! A multidão são as nossas mazelas e os nossos hábitos perniciosos… A “multidão” de nossos erros não deseja que avancemos na senda do progresso espiritual!
– O fato é que Zaqueu arrependido, colocou-se de pé de disse ao Senhor: “resolvo dar aos pobres a metade de meus bens…” Ali é que Zaqueu realmente começou a crescer – sem, evidentemente ter que recorrer aos galhos de uma árvore! Jesus o resgatou de seu Subconsciente, que o escravizava, trouxe-o ao Consciente, onde estava se comprometendo cada vez mais, e lhe apontou a direção do Superconsciente… É claro que Zaqueu deve estar caminhando até hoje…
Freud apenas sistematizou a Psicanálise, a Doutrina do autoconhecimento. O Id, o Ego e o Superego, ou em outras palavras, o Subconsciente, o Consciente e o Superconsciente, são nossos velhos conhecidos – o tempo todo nós estamos lidando com o Passado, Presente e Futuro.
O inconsciente é o porão da individualidade. Vamos armazenando coisas que, de repente, devem ser descartadas, pois caso não o sejam, podem levar à loucura.
– André Luiz, no livro “No Mundo Maior”, considera que moramos num castelo ou num prédio de três andares: o inconsciente (subconsciente), o consciente e o superconsciente! Ao chegar à perfeição que procura – a sua mais completa integração com o Criador – o espírito viverá apenas e tão somente na cobertura do “prédio”: no superconsciente! Então, passado, presente e futuro, para ele, resumir-se-ão em um único tempo: a Eternidade!
– o inconsciente é a sombra: o superconsciente é a luz! O inconsciente luta para nos manter cativo dele mesmo; o superconsciente é o Cristo, que veio nos ensinar o caminho da verdadeira libertação! 4
Começaram os atendimentos. – O espírito demonstra que não está interessado em conversar. Fala que está se divertindo em causar confusão.
– fazer bagunça é realmente divertido, principalmente quando estamos em grupo
– é divertido mesmo, nós ficamos bagunçando..
– em turma é fácil, duro é quando ficamos sozinhos… você já ficou sozinho sem seu grupo?
– já fiquei, mas arrumo outros, é fácil
– porque será que eles desaparecem?
– são uns bobos… apareceu uns caras estranhos… eles vêem aquelas luzinhas piscando e some todo mundo…
– e você, não vai atrás da luz?
– não sou bobo, arranjo outros, é fácil de arranjar
– só bobo é que não vai atrás daquela luz
– você está me chamando de bobo? Veio me ofender?
– não estou te ofendendo, só estou dizendo que quem não vai atrás da luz é bobo porque não sabe o que está perdendo…
– não estou perdendo nada, estou muito bem aqui… Não sei porque eles não voltam…
– vou te mostrar como seu lugar é sujo e por isto ninguém quer voltar…
– você está me chamando de sujo? Aqui tudo é limpo…
– limpo é o lugar para onde eles vão e por isto não querem voltar, não são bobos… Vou iluminar aqui para você ver onde está.
– não quero esta luz
– não olhe para a luz. Olhe só para o chão…
– que sujeira, não quero estes bichos… não quero ficar aqui….
– veja quem veio te buscar…
– não, ela não pode sujar os pezinhos nesta sujeira… estou muito sujo, não posso ir até ela…
– tome esta água para se preparar….. está vendo aquela fonte? Vá lá e tome um banho… falo para ela esperar…
– estou todo molhado, você não está vendo?
– vista esta roupa… agora está bonito… limpo…. pode ira com ela….
O espírito chega se sentindo muito mal… Reclama que não está se agüentando… sente vontade de vomitar…
– onde você estava?
– encostado numa cama…
– faz tempo que você está doente…. cada vez pior….. não está se agüentando…
– estou há muito tempo deitado..
– quando uma pessoas fica muito tempo numa cama, cada vez mais doente, piorando sempre…
– morre… Eu morri?
– morreu, faz muito tempo …..
– (chora)
– agora você está neste hospital para ser tratado
– me colocaram nesta cadeira…estou meio tonto… o mal estar está passando… que faz esta moça com cabelo comprido parece cabelo de índio?
– é uma índia, bonita, não?
– diferente…. Para que tem este índio aqui?
– eles estão te tratando, com as energias da Natureza, você não está se sentindo melhor?
– eles falaram que vão me levar com eles….
No livro O Último Ceitil ¹ um personagem conta:
– do leito do hospital, onde meu corpo expirou, sem perceber fui transferida para o leito de outro hospital, no Além. Na condição em que me encontrava, nada percebi, nem mesmo que o meu novo quarto tinha dimensões diferentes, um pouco maior e mais arejado. Aquelas sondas todas, nas minhas narinas e em meus braços permaneciam. A rigor, a diferença era leve bem estar que aos poucos foi se acentuando. Somente depois de tempo que não sei precisar com exatidão é que fui removida para outro hospital.
– isto porque você estava muito fraca para se levantar da cama, pois caso contrário, você teria imaginado que já tivesse recebido alta e…
– voltaria para minha casa!…
– eu não poderia imaginar que tudo se desdobrasse de maneira tão natural… Agora entendo o motivo de muitos espíritos terem dificuldade para aceitar o próprio desenlace do corpo carnal – nem sempre é uma questão de ignorância: é mesmo por falta de ponto de referência e conexão com a nova realidade.
O homem chega de supetão. Não sabe onde está e que lugar é este.
– o que estou fazendo aqui? Quem me trouxe?
– você veio de onde?
– estava na rua, cato papelão, latinha, vou no boteco, vivo na rua
– você não está sozinho…
– ele fica convidando a gente para vir para cá, a gente vem…
– você estava ao lado daquela carrocinha branca, cheia de papelão lá na esquina, passei lá e vi você
– é, ele não quis dar o papelão para mim nem para meus amigos..
– se ele der papelão para todos vocês, não sobra nada…
– eu trabalho, cato papelão, pego latinha, vendo e tomo uns goles… esses outros são vagabundos… só querem ficar no boteco, não trabalham
– você está vendo onde está agora?
– é um jardim bonito… não sei onde estou
– é bonito aqui… beba esta água…. seus amigos vão comer neste banquete que estamos oferecendo, você quer vir também?
– sujo deste jeito, como estou?
– você está vendo aquela fonte? Tome um banho lá
– como vou tomar banho lá? Nem pensar…. vou sujar tudo… está tudo branquinho, limpo, como vou sujar tudo lá?
– não tem problema, fica tudo limpo de novo, pode ir… veja seus amigos tomando banho …
– eles já estão todos lá… acho que isto não vai dar certo…. nossa, como é que saí de lá assim, limpo e vestido?….
– agora você vá comer, porque todos estão com fome… depois terão uma palestra e vão entender tudo….
Chega escarnecendo. Rindo, gozando.
– gosto de jogar pedra no telhado… fazer mais buracos… aí quando vier a chuva, ninguém vai conseguir morar lá…
– é, realmente fazer bagunça é muito divertido, você e seus amigos se divertem..
– gosto de apedrejar…
– só isto? Você só faz isto? É muito pouco…
– pouco porque? Eu sei fazer muito bem, jogar pedras…
– igual burro
– você está me chamando de burro?
– não; o que você faz é igual a burro de carga, carrega pedras, fica obedecendo igual escravo…
– opa, não estou gostando desta conversa não… Como é que você sabe? Quem te contou?
– igual escravo, fica obedecendo gente preguiçosa
– obedeço meu chefe, que é poderoso… ele não trabalha…
– ele é preguiçoso, você é que trabalha junto com seus amigos, ficam carregando pedra…
– faço o que eu quero, ninguém manda em mim…
– então você vai preso, por perturbar a ordem e agredir a casa dos outros
– pode me prender, não fico preso, eu fujo
– desta delegacia você não foge; primeiro você vai até a delegacia, não vai ficar lá, é só passagem, depois vai ficar trancado. Aqui a Lei funciona
– pode me prender, eu fujo; quem vai me prender…. estes grandalhões?
– são eles que vão te levar, aqui a Lei funciona; quando você era vivo e tinha um corpo, podia fugir, agora não…
– pode me prender, que eu fujo… não fico preso…
No livro A Vida Viaja na Luz 5 encontramos um interessante caso, onde um madeireiro está condenado no Plano Espiritual a cumprir pena.
– Pois é, você deixou o corpo ainda relativamente jovem e imaginou que fosse escapar à ação da justiça.
– Jamais poderia supor que, na Vida de Além-Túmulo, a justiça funcionasse como funciona na Terra. Assim que me vi fora do corpo, deram-me voz de prisão e fui para uma penitenciária, onde fiquei aguardando julgamento.
– O que você, por exemplo, acha que os advogados, promotores e juízes desencarnados fariam por aqui? Os seus esforços se anulariam com a desencarnação?
– Não, mas pouca gente faz idéia…
– Entre aquilo que fazemos idéia e a realidade, a distância costuma ser incomensurável!
– Ninguém consegue escapar?
– Não. Mais cedo ou mais tarde, todos cairão nas malhas da justiça humana que é pálido reflexo da Justiça Divina
– Existem tribunais assim por toda parte?
– Enquanto deles tivermos necessidade, é razoável pensar que sim.
– … Conforme lhe disse, deram-me voz de prisão e me algemaram.
– Você foi algemado?
– E colocado dentro de um veículo semelhante a camburão.
– Quer dizer que você saiu do corpo e veio direto para a cadeia, preso em flagrante?
– Foi.
– Não ficou vagando, em espírito, nos arredores de sua casa? ……..
– Levaram-me para o presídio. Tiraram-me as algemas, um médico me examinou e prescreveu alguns medicamentos. Devo ter dormido uns quatro ou cinco dias seguidos…
– ….. Daí a um mês, eu estava sendo levado a um tribunal…..
– O que você tem feito na prisão?
– trabalho no campo, doze horas por dia! Cuidando de tudo que diz respeito à Natureza.
– E vocês são vigiados?
– Claro!
– Poderiam fugir?
– Muitos de nós pensamos nisso, todos os dias… Infelizmente, porém, a prisão é de segurança máxima.
– … somos monitorados, …. acompanhados por psicólogos, ……vamos à escola……
O médium diz que está muito difícil entrar na casa… Chega o Preto Velho e faz a limpeza…. São muito o que são retirados com suas mandingas e sujeiras vibratórias.
Com outro médium o espírito chega todo acorrentado, amarrado, revoltado, agressivo. O diálogo é difícil, tem dificuldade de entender o que se passa. Vem um Preto Velho e vai tirando as amarras e as correntes. O diálogo esclarece que ele não é mais escravo, o tempo passou, agora está livre. Aos poucos ele se acalma e é levado para ser ajudado.
Para os espíritos que não logram perdoar, o tempo, simbolicamente, não passa… Desencarnados existem que permanecem, por séculos, presos ao ressentimento ou ao anseio de vingança, indiferentes aos convites de renovação a que a Vida os exorta com freqüência. O livre-arbítrio de cada um é respeitado: o espírito mais evoluído, porque tenha chegado aonde chegou, não tem o direito de coagir os retardatários. A escravização, em todos os sentidos, é antinatural. Quando nos observamos sozinhos em nossos propósitos menos dignos, às vezes descemos tão profundamente no abismo do desencanto, que naturalmente, nos predispomos a ser diferentes do que temos sido, e, basta-nos o mais leve aceno para que a Vida nos favoreça com as oportunidades indispensáveis à própria mudança.³
A mulher está revoltada, escarnecendo, desafiadora. Quer separar o casal de qualquer forma. Não gosta da mulher e quer salvar o homem. Um diálogo difícil porque o espírito se mostra irredutível e desafiador.
– eu volto para lá, não adianta me tirar, eu volto
– agora você não vai poder voltar mais para lá… veja as novas possibilidades…
Não havia argumento para acalmá-la. Considerava que estava certa e continuava impermeável a todos os convites.
– o dialogador foi mais duro com ela; você vai ver o que temos a oferecer e depois escolhe
– fico aqui só uma semana, depois eu volto
– ainda bem que você aceitou, não tinha mais argumentos (risos de todos) – uma semana aqui será tempo suficiente para você conhecer muita coisa, com certeza vai gostar…
Inácio Ferreira esclarece:
Em alguns casos entre obsidiado e obsessor existe uma ligação afetiva que, de imediato, não podemos compreender. Não vejamos somente ódio ou desejo de vingança nos quadros obsessivos que se instalam. Muitas paixões exacerbadas do pretérito, quando nos identificam o corpo, imantam-se em nosso psiquismo numa espécie de enxertia espiritual. Não raro, quando tal acontece, passamos a depender da presença dos parceiros das experiências que vivemos em comum.³
– Temos desenvolvido tecnologia apropriada ao tratamento de cordões energéticos entre espíritos que se desviaram das lições do amor eterno nas sendas do equilíbrio. Temos aparelhos construídos pela moderna Engenharia Quântica. Cordões energéticos são algemas que prendem duas ou mais pessoas a um tipo de experiência afetiva. Consideremos a vida mental de uma pessoa como uma teia e compreenderemos facilmente o significado de cordões tóxicos. Cada fio da teia é um elo que mantemos com aquilo que constitui o tema central das pendências de nossa alma em relação a alguém. O apego às crenças, às concepções e aos pontos de vista é o caminho emotivo por onde transita uma das mais aprisionantes doenças construtoras de cordões energéticos nocivos: a mágoa.
– O sentimento gerenciador da mágoa é a raiva, que é uma benção da conquista evolutiva humana, cujo fim é mobilizar a força pessoa, a proteção e a criatividade na solução dos desafios do caminho. A raiva voltada para dentro é mágoa. 6
O espírito não queria conversa. Estava bem onde estava e não precisava sair do seu sertão. O diálogo estava difícil. O dialogador recorreu aos trabalhadores espirituais para que mostrassem a ele algumas vidas que ele já tinha tido no passado. Não interferiu em nada, durante este processo.
– eu não sou mulher!
O médium sentia seu rosto ir se modificando e os cabelos crescendo. Não tem noção exata do que aconteceu.
– e como vou me apresentar para meus amigos, de mulher!?
O dialogador continuava afirmando que vivemos muitas vidas e ele não precisava ficar preso apenas a esta no sertão. Ele continuava duvidando…
– você já teve outras mães, lembra desta que está aqui querendo falar com você?
– não lembro de ninguém…
– pense numa coisa que só você e sua mãe sabiam, um segredo seu…
– não tem nada disso…
– você se lembra de uma comida gostosa que sua mãe fazia?…
– hum….
– coma este prato de comida que sua mãe fez para você…
– é…
– você está gostando?
– deixa eu comer cabra da peste, não vem falar agora…. quero mais…
Mais uma explicação de Inácio:
– Os espíritos, na maioria, quando desencarnam, sofrem apenas com a conseqüência das ações recentes que perpetraram, ou seja, com aquelas atitudes que motivam a sua infelicidade atual; se não temos cérebro para total reminiscência do que fomos e do que fizemos outrora, no curso de nossas vidas que já se foram, como haveríamos de conviver com o peso absoluto de nossas culpas?
– fulano acionou um mecanismo de defesa mental… Quanto mais sabemos, mais exigimos de nós. Por este motivo, não nos convém saber muito ou, por outra, não queremos saber muito. Não estamos dispostos a ceder quanto a consciência nos solicita. O nosso propósito é que o Céu se acomode à Terra e não que a Terra se acomode ao Céu. O homem ainda não passa de uma criança, imaginando que o mundo seja seu parque de diversões particular.³
– O espírito candidato à reencarnação, quando não participa de maneira mais consciente do processo, ele se submete às leis mecânicas que agem na formação de seu novo corpo.
– então, a inversão sexual pode ser fruto apenas e tão somente de uma combinação genética, nada tendo a ver com carma?
– Pode. Não tem nada a ver com carma, mas tem a ver com aprendizado. É interpretação exagerada dizer que todo homossexual esteja expiando o passado… Trata-se de uma abordagem superficial de uma questão que é muito mais ampla e complexa.¹
A questão de reencarnar homem ou mulher é de fácil compreensão:
– O estado mental é determinante na reencarnação. Os espíritos passivos renascem, digamos, sujeitos às leis biológicas que lhes haverão de estruturar o novo veículo de manifestação no Plano Material. Dependem dos corpos do pai e da mãe. Eles não influenciam, são influenciados.
– O espírito, como sinônimo da mente, é tudo! Daí o imperativo de crescermos interiormente para que, a pouco e pouco, tornemo-nos independentes da matéria, o que não significa apartamos dela.
Quanto às recordações que o espírito teve acesso, recorramos a André Luiz:
– O irmão Clementino fez breve sinal a um dos assessores de nosso plano, que apressadamente acorreu, trazendo interessante peça que me pareceu uma tela de gaze tenuíssima, com dispositivos especiais, medindo por inteiro um metro quadrado, aproximadamente. O mentor espiritual da reunião manobrou pequena chave num dos ângulos do aparelho e o tecido suave se cobriu de leve massa fluídica, branquicenta e vibrátil. Em seguida, postou-se novamente ao pé do dialogador, que, controlado por ele (Clementino espírito), disse ao comunicante: — Lembre-se, meu amigo, lembre-se! Faça um apelo à memória! Veja à frente os quadros que se desenrolarão aos nossos olhos!… De imediato, como se tivesse a atenção compulsoriamente atraída para a tela, o espírito visitante fixou-a e, desde esse momento, vimos com assombro que o retângulo sensibilizado exibia variadas cenas de que ele próprio era o principal protagonista7.
Ao final do trabalho, o mentor nos alertou para termos mais cuidado e zelo. Reproduzimos um diálogo de uma conversa entre espíritas desencarnados:
– Não temos vigiado o suficiente. No fundo, são o personalismo, a vaidade, a inveja – enfim, as mazelas que acometem as pessoas comuns…
– Este é um ponto fundamental: o espírita é um homem comum. O Espiritismo não é uma doutrina comum, mas o espírita sim! E o pior é que ele se considera melhor do que os outros… Ora, não somos melhores, não! A nossa responsabilidade, devido ao conhecimento adquirido, é maior, no entanto, não somos melhores que ninguém! Em cima de nossa vaidade exarcebada é que os espíritos adversários da Causa tem trabalhado! E como, infelizmente, temos sido presas fáceis para eles! O combate é sutil!
– Os espíritos inimigos da Doutrina não estão batendo de frente com ela. A lógica espírita é incontestável! A perseguição é toda intelectual. Sim, existem aqueles espíritos que querem impedir que o médium compareça à reunião mediúnica, que desejam prejudicar o bom andamento das tarefas no Centro – perto da verdadeira perseguição que está sendo posta em prática contra a Doutrina, isso não é nada: trata-se não raro, de ação isolada! 4
¹ livro O Último Ceitil de Carlos Bacelli e Inácio Ferreira
² livro
³ livro Por amor ao Ideal de Carlos Bacelli e Inácio Ferreira
4 livro Trabalhadores da Última Hora de Carlos Bacelli e Inácio Ferreira
5 livro A Vida Viaja na Luz de Carlos Bacelli e Inácio Ferreira
6 livro Amor Além de Tudo de Wanderley Oliveira e Inácio Ferreira
7 livro Missionários da Luz – Chico Xavier e André Luiz cap 7 Socorro espiritual