Será preciso a força mágica do tempo para aos poucos enfraquecer a couraça em que se escondem…

Quando o Espírito deixa a Terra, leva consigo as paixões ou as virtudes inerentes à sua natureza, e vai no espaço aperfeiçoar-se ou estacionar, até que deseje esclarecer-se. Alguns, portanto, levam consigo ódios violentos e desejos de vingança. A alguns deles, porém, mais adiantados, é permitido entrever algo da verdade: reconhecem os funestos efeitos de suas paixões, e tomam então boas resoluções; compreendem que, para se dirigirem a Deus, só existe uma senha – caridade. Mas não há caridade sem esquecimento das ofensas e das injúrias, não há caridade com ódio no coração e sem perdão. -Evangelho Segundo o Espiritismo cap.14 Allan Kardec

 

Quando compreendermos que vingança, ódio, desespero, inveja ou ciúme são doenças claramente ajustáveis á patologia da mente, requisitando amor e não o revide… então, o egoísmo terá desaparecido da Terra, para que o Reino do Amor se estabeleça, definitivo, em nossos corações. -Chico Xavier/André Luiz – do livro Paz e Renovação

 

Quanto mais avança a ciência médica, mais compreende que o ódio, mágoa em forma de vingança, condenação, ressentimento, inveja ou hostilidade está na raiz de numerosas doenças e que o único remédio eficaz contra semelhantes calamidades da alma é o perdão no veículo do amor. -Chico Xavier/André Luiz – do livro Sinal Verde

 

A falta de perdão, ou seja, o ressentimento acalentado é uma das maiores causas da insanidade mental que acomete o homem… Quem não aprende a perdoar, vive sob constantes abalos emocionais, estabelecendo natural sintonia com as entidades que não acreditam na força do Amor. Inácio Ferreira / Baccelli – livro Saúde Mental À Luz do Evangelho

 

Irmãos e irmãs, notemos como, por vezes, um simples ato de perdão pode interromper um drama obsessivo que acomete incalculável número de pessoas – drama suficiente para se arrastar por vários lustros, décadas, ou séculos… Não dá nem para imaginar no que, ao longo de nossas existências sucessivas, temos nos envolvido… INÁCIO FERREIRA blog 26 de maio de 2019.

 

Parece ser uma única voz a nos dizer: perdoe. O atendimento desta noite de quinta-feira é mais um episódio de uma longa história de rancores, desencontros, vinganças e perdão. Os personagens se conhecem de longa data, tanto encarnados como desencarnados, ressentidos e regenerados, dominadores e subjugados. Tal como uma gangorra, os papéis vão se invertendo, pouco a pouco para o bem.

 

Ontem inimigos ferrenhos, hoje trabalhadores entusiastas ajudando a resgatar irmãos que ainda estão presos nas armadilhas do ódio, vingança, desenganos… São vários envolvidos, com alguns sentimentos em comum, raiva, vingança, ódio, perdão, compreensão, que se encontram e resolvem trabalhar em dois grupos, num projeto de destruição de um lado e de libertação de outro.

 

Alguns fatos se perdem no tempo, outros, podemos localizar por volta de 1930, numa São Paulo com menos de 800 mil habitantes. Numa região onde o por do Sol é deslumbrante, morava uma família numa chácara, desde muito tempo. Lá fincaram suas raízes. Com o crescimento da cidade, o custo de vida foi aumentando, dificuldades de sobrevivência exigiram novas escolhas, o avanço territorial, a construção do aeroporto. A Vila Congonhas, escolhida para a construção do aeroporto, era na época, uma região rural, onde havia pouquíssimas construções.

 

As primeiras ações para a construção do aeroporto são de 1935, quando foi realizado estudo técnico para a escolha do sítio do aeroporto que apontou a área marcada pelas suas condições naturais, com alta visibilidade, terreno plano e boa drenagem. Além disso, a área estava praticamente desocupada à época. Em 1936, o Governo do Estado adquiriu a área para a construção do aeroporto. A pista experimental, de 1936, era de terra e tinha 300 metros de extensão, localizada em uma colina alta e descampada, isolada.

 

A palavra “Congonhas” é derivado do tupi “kõ’gõi”, que significa “erva que sustenta”. Uma cidade no interior de Minas Gerais com um grande número desse tipo de arbusto recebeu o nome de Campo de Congonhas. Ali nasceram o escultor Aleijadinho e também Lucas Antônio Monteiro de Barros, que se tornaria o primeiro presidente da Província de São Paulo, em 1824. Conhecido como Visconde de Congonhas, ele foi dono de grande parte da área em que hoje se localiza o aeroporto. Um bisneto do Visconde de Congonhas vendeu o terreno em 1936.

 

Começa aí uma parte do drama que se estende até os dias de hoje. Na medida que as entidades espirituais são atendidas, ao longo de vários trabalhos espirituais nos últimos cinco anos, a história vai sendo descrita, as pessoas sendo esclarecidas, alguns perdoando outros permanecendo irredutíveis, mas o dá para perceber, é que muitos não conseguem lembrar do motivo inicial de seu ódio e desejo de vingança. No linguajar popular, virou uma “saco de gatos”.

 

Quando os terrenos do aeroporto e à sua volta foram vendidos, formando novos bairros, principalmente o Planalto Paulista que tinha como limite o córrego da Traição, um córrego de águas cristalinas e peixinhos, espíritos ligados ao local se revoltaram. Como ontem um deles nos contou, não perdoa sua mãe de ter vendido o terreno. Não perdoou em vida e não perdoa até agora. Ainda não conseguimos convencê-lo que sua mãe vendeu por necessidade. Ela esteve conosco, tentou explicar para ele, mas ele não aceita e não perdoa… Numa próxima oportunidade, quem sabe comece a ceder um pouco…

 

Num atendimento anterior, um destes espíritos que viveu naquela região, ficava em cima do viaduto, olhando o horizonte, sem entender o que tinha acontecido com suas terras. Muito assustado, foi difícil estabelecer um bom contato e explicar todas as mudanças que ocorreram com o lugar e com ele, espírito desencarnado.

 

Outros espíritos se revoltaram, fincaram suas raízes naquele chão, e se propuseram a não deixar ninguém viver lá. A casa que é atendida neste nosso trabalho, fica num conjunto de quatro sobrados. O terreno foi comprado por volta de 1950 e o proprietário construiu os conjunto de sobrados. O conjunto caiu e foi reconstruído, extremamente reforçado. O proprietário conseguiu terminar dois e outros dois ficaram inacabados, construção abandonada. Por volta de 1961, o sobrado inacabado foi comprado e terminado. É onde hoje existe uma disputa acirrada de ocupação entre encarnados e desencarnados. Há dois anos atrás, para os encarnados poderem permanecer trabalhando neste local, foi feito um pacto, em que a parte debaixo, da garagem, ficou para os espíritos, não é ocupada pelos proprietários da casa.

 

Ou aceitava esta proposta, ou não havia mais condição de trabalhar no local. Isto não quer dizer que os ataques terminaram, mas ficaram mais suportáveis. Os recursos que o plano espiritual utiliza para atacar e destruir, são muito competentes. Colocam gente de plantão na porta para impedir a entrada dos clientes, animais ferozes soltos pela sala para morder quem entrar, causando mal estar, chips nos cachorros atendidos e medicados, para quando chegam em suas casas se sintam mal e piorem os sintomas, gerando descrença no tratamento e tudo mais que conseguirem.

 

É uma soma de inconformidade mais recente, e vingança de passado distante. Aqueles que se sentem donos da terra e da propriedade, se juntaram com aqueles outros de passado longínquo que buscam vingança por dores sofridas pelo proprietário da casa. Popularmente diríamos, “juntou a fome, com a vontade de comer”. Graças a Deus, hoje, a família atingida, se dedica de corpo e alma, aos trabalhos espirituais voltados para o bem, para o perdão e para o Mestre. Ter todas as equipes do CISCOS como apoio, amigos encarnados e desencarnados, é benção Divina, impossível de agradecer à altura das bênçãos que oferecem.

 

Na abertura dos trabalhos da noite vieram muitos índios, trabalhando com a Natureza, amassando ervas, extraindo essências e jogando no ambiente. Formava uma nuvem com medicação para todos estavam sendo atendidos.

 

Neste alvoroço de emoções negativas, vão sendo reunidos muitos, muitos espíritos, perdidos em um cipoal de ódios, tristezas, decepções. O local é praticamente um coletor da revolta e dor. Um buraco profundo, quase sem fim, abrigando uma multidão de sofredores aprisionados pelos próprios sentimentos de revolta e vingança. O familiares amigos vieram busca-los. Era uma multidão do amor, querendo ajudar, libertar seus queridos desta escuridão… Não foi fácil quebrar a hipnose a que estavam submetidos, grilhões de vibrações de ódio, sedimentadas com o tempo. No diálogo com o “chefe” que estava sendo ouvido por todos seus subordinados perguntavam “você lembra de algum momento feliz da sua vida”. Resgatar lembranças felizes, nesta negritude vibratória  não é fácil. É aí que está a importância da presença dos familiares e amigos, que ajudam a despertar as lembranças boas, claras, gratificantes ao coração. É a energia deles que facilita quebrar a hipnose negativa em que estão aprisionados.

 

Foi criada uma saída daquele buraco negro e profundo, com um túnel que começava lá nas profundas e terminava num jardim. Na medida que saiam do túnel se deparavam com a cena de crianças brincando, cachorros correndo e pulando, a beleza do jardim… sentiam as vibração de amparo, afago e isto facilitava para os familiares carrega-los para levar para algum lugar melhor

 

Ninguém está por acaso nesta situação. O socorro junto a este imenso grupo de espíritos revoltados, que está acontecendo nestes últimos anos é para quebrar situações que se perdem no tempo. Alguns espíritos não aceitam perdoar. Conversam, retrucam, são colocados para dormir para descansar a mente, sentem alguma diferença, e retornam aos pensamentos dominantes de vingança e ódio. Será preciso a força mágica do tempo, para aos poucos enfraquecer a couraça em que se escondem…

 

Conversamos com um destes chefes. Estava furioso por ter sido trazido para nosso espaço.

– não quero ficar aqui, vocês não tem o direito de me trazerem para cá…

– precisamos conversar um pouco, ver se você nos perdoa e para de nos prejudicar

– sou eficiente, obedeço o chefe, faço o que tem que ser feito… vocês acham que tiraram o pessoal de lá, mas nós voltamos, sou o novo chefe, não adianta vocês quererem tirar, a gente arruma outros…

– mas vocês estavam colocando chip nos cachorros…

– e você acha que vai parar, meu chefe ficou furioso com vocês, são fracos, nunca pegam os poderosos, só levam embora os empregados; meu chefe já está fazendo mais chip, está lá embaixo trabalhando…

– então quando a gente limpar aqui ele vem

– não vem não; você não sabe de nada, acha que os chips são só para vocês? Para os cachorros? Meu chefe é poderoso, coloca em muito mais gente, vocês não podem com ele…

– você é muito eficiente, pena que seja um escravo…

– sou chefe! Faço direito tudo o que tenho que fazer

– você é escravo do elogio, trabalha movido a elogio, é prisioneiro do elogio

– sou competente, faço tudo certo, meu chefe sempre diz que sou muito bom no que faço!

– elogio, elogio, elogio, elogio, vive na prisão do elogio e o pior é que você é bom mesmo no que faz!

– você também está me elogiando!

– porque você é bom e temos que reconhecer isto, só que não estou fazendo de você meu escravo…

– não sou escravo…

– desde o momento que você começou a trabalhar para o chefe, nunca mais teve um momento para você, para lembrar de seus amores…

– não preciso de amor, amor só dá decepção, prefiro continuar trabalhando, sou muito eficiente, todos me obedecem, estou ocupado

– você é escravo também, de sua eficiência… Não foi você que decepcionou ela? Quem ficou decepcionado com você foi ela

– como assim! Dei tudo para ela, comida, vestido, dormia com ela na cama, ela nunca dormiu sozinha!

– igual a gente dá para cachorro, comida e casa…

– vestido bonito, o que é que ela queria a mais? Foi ela que me abandonou

– cachorro também usa roupinha… ela te amava, mas entendeu que não adiantava, você não a amava e por isto ela desistiu de você

– como desistiu de mim? Eu não dava tudo para ela, o que ela queria mais?…

– ela queria ser amada, seu amor, e você não conseguiu dar amor para ela, por isto ela se foi…

– eu não sei amar, é melhor continuar fazendo meu trabalho… nunca vou amar aquela traidora… onde ela está?

– você pode começar a amar, você consegue… preste atenção, você está nos prejudicando muito, faz tempo e nós não estamos nos vingando de você, não chamamos outros para virem aqui dar um couro em vocês, estamos fazendo de tudo para ajudar e fazer as pazes…

– é mesmo… como vocês conseguem… ainda querem ajudar…como faz isso?

– buscando o amor, a paz, a fé, Jesus no coração, vamos nos esforçando…

– de que jeito!? Não sei fazer isto! Nunca vou aprender a amar…

– olhe para todos que te obedecem, olhe o rosto deles… estão tristes ou alegres em te servir?

– estão sérios… não estão alegres… obedecem…

– você pode ajuda-los a serem alegres

– você tem ideia do que está pedindo, você nem sabe quantos são; são muitos, nem dá para contar, você não sabe o que está pedindo…

– olhe para eles, como estão… tem alguém sorrindo para você?

– eles estão tristes… é muita gente…

– este é o resultado do seu trabalho, da sua eficiência… você é especializado em deixar as pessoas tristes…

– e você quer que eu faça eles ficarem alegres!… não sei fazer isto… você não sabe o que está pedindo… como é que eu vou fazer isto, não sei amar…

– pergunte para seu amigo que está aqui

– vixe! O que você está fazendo aqui! Você sumiu, ninguém sabe de você! Está mais remoçado… como é que você está aqui?

– ele também trabalhava com você, agora está aqui trabalhando para fazer o bem…

– ele sumiu…está sorrindo… fiquei no lugar dele… como é que ele está aqui…

– ele está mais moço, mais bonito e vai te ensinar a cuidar do seu pessoal…

– mas é muita gente, não vai caber aqui, você não tem ideia de quanta gente é…

– cabe sim, se estamos convidando vocês todos é porque cabe… olhe o rosto deles, já tem gente de sorriso e olho arregalado…

– eles estão debandando para cá, como é que pode? Tanta gente… tudo organizado… como vocês fazem para não dar confusão…

– é que aqui é mais calmo, você vai aprender tudo isso com seu amigo… sinta meu abraço…

– que calor é esse!?  O que é que estou sentindo… está quente, é muito bom… agora não posso voltar, o chefe vai ficar muito bravo com vocês…

– não se preocupe, vá com seu amigo aprender como fazer o bem… o chefe virá e conversaremos com ele

 

Realmente o chefe veio. Furioso, irascível, não aceitou conversa. Não perdoa, diz que tem contas a acertar e não quer aceitar nada. Quer vingança e vai continuar a fazer tudo para se vingar… Mais raivoso ainda porque todas as suas máquina de fazer chips foram destruídas…

 

Os amigos espirituais explicaram que nada é por acaso. Todo este processo nos atendimentos é para quebrar a situação. Aos poucos, com paciência e perseverança, o cenário vai mudar e será possível refazer novos contratos de paz e boa convivência. Tem muita gente envolvida, por diversos aspectos. Recomendaram muito cuidado com as conversas comuns, entre as pessoas dentro do ambiente. Ficar atento com os resíduos que estas conversas deixam. Será preciso preces para sempre, até o fim. Muito cuidado na harmonia e vibrações do ambiente.

 

No encerramento um amigo nos falou

Salve o Cristo da Terra!

Agradecemos a noite de trabalho, noite intensa, muitos resgates, muito apoio. O número de grupos aqui e lá, estiveram sempre norteados pelo manto do Senhor.

Tudo aconteceu como deveria. Esta deve ser a certeza. O pensamento é esse: jamais a dúvida!

Pensemos em tudo o que queremos e desejamos e se não será ruim para os outros, é lícito querer. Nunca desistir. Nunca desistir. Nunca desistir. Nunca desistir…

Agradeçamos e que Jesus ilumine a todos nós.

 

 

Outro amigo explicou

o buraco foi muito fundo, muitos encontrados…

Continuem fortes e perseverantes. O trabalho continua

 

Um terceiro amigo completou

O trabalho sempre deixa um miasminha. Retornem aos seus lares pensando na luz. Pensou em alguma coisa ruim, joga para trás. Vão limpando o miasminha que sobra.

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