Grupo de Atendimento Programado e Estudos de Desobsessão Inácio Ferreira
Antecedido pelo grupo de estudo do livro Egos em Conflito de Inácio Ferreira
Terça feira é dia de ser (treinamento e expansão mediúnica); os outros dias é de fazer (atendimento espiritual)
Palavra, palavra (digo exasperado) se me desafias, aceito o combate!
Poema O Lutador de Carlos Drummond de Andrade
Relatar o que vivemos nesta semana de Ciscos é desafio de um bom combate. Terça, quarta e quinta, foi uma sequência mágica de experiência e abertura de mentes e corações, que valem todo esforço na busca do bem.
Voltamos a informar que no nosso atendimento espiritual, todos os médiuns trabalham ao mesmo tempo. Ninguém fica parado. Alguns médiuns recebem outros dialogam, enquanto outros aplicam passes. Parece um balé bem orquestrado. Cada um sabe o que pode fazer e faz.
Na terça feira iniciamos um lindo desafio a nós mesmos. Nos livrarmos dos nossos medos. Esta experiência só vai acabar na próxima semana. Nas nossas reflexões sobre o Evangelho, buscamos respostas para as perguntas do capítulo 17, item 11: A perfeição moral consiste na maceração do corpo? Macerar 1- Esmagar uma substância sólida para lhe extrair o suco; 2- Amolecer com a ação de um líquido ou por meio de pancadas; 3- Causar alteração em algo; machucar ou danificar; 4- (Fig.) – Causar a si mesmo maus-tratos, para alcançar a elevação do espírito…. Amai, pois, vossa alma, mas cuidai também do corpo, instrumento da alma; desconhecer as necessidades do corpo que são indicadas pela própria Natureza, é desconhecer a lei de Deus.
A partir deste tema, chegamos aos nossos medos de ser feliz, de buscar coisas boas para nós, da relação que fazemos do prazer com o pecado e da salvação com a dor. O medo de ir para o inferno está incrustrado no nosso existir. Por mais que nos imaginemos livres, libertos, reflexivos, o medo vai nos corroendo sutilmente, criando amarras sutis e poderosas, que a mente lógica ao invés de enfrentar e combater, acaba criando subterfúgios para aceitar a prisão consciencial.
Os participantes do grupo de desenvolvimento e expansão mediúnica da terça-feira escreveram numa folha de papel seu medos, angústias e amarras. No exercício mediúnico os medos foram jogados dentro de um ralo sugador, que os recolheu e foi levado embora. Muito interessante como cada um percebe a situação, lida com o próprio medo, confia em se desprender dele, ou não consegue fazê-lo. Uma das pessoas presentes foi envolvida por uma entidade que a hipnotizou para que não jogasse seus medos fora. Não deixou que ela acompanhasse o comando do exercício.
Esta entidade imaginou não ter sido percebido. A maioria dos participantes viu a presença dele e o que ele estava fazendo. A pessoa envolvida por ele, saindo do quadro hipnótico, o chamou e conversou particularmente com ele. Explicou a situação e o convidou a ficar conosco para compreender melhor a intenção dos trabalhos do Ciscos. Nenhuma oportunidade é perdida para todos aprenderem.
Pudemos atender outro membro do grupo que estava numa situação de angústia extrema. Um espírito ligado ao seu passado praticamente queria arrancar seu coração para o ter com ele. Foi aderindo de tal maneira ao corpo encarnado, que criou uma espécie de gosma grudada. Para limpar, uma orientadora espiritual, que chamamos de Baiana, foi conduzindo nossas energias. A gosma foi limpa com óleo quente e muita luz dourada. Aos poucos aquela substância espessa e viscosa ia caindo no chão e escorrendo. A ordem para a pessoa atendida era: sorria, sorria… enquanto que seu rosto era puxado para baixo. A briga foi dura. Depois o alívio e a tranquilidade…
As folhas dos papéis ficaram sobre a mesa e na próxima terça feira serão queimados durante nosso exercício mediúnico. Muitos médiuns já viram as letras saindo das páginas e sendo queimadas. Materialmente serão queimadas após sete dias.
A quarta-feira foi linda! Especial até o fundo d’alma. Na preparação dos trabalhos, que antecede o início da palestra pública, lendo o livro Encontro Marcado de Emmanuel e Chico Xavier fomos nos sintonizando com as vibrações mais sutis e amorosas com que nossos orientadores nos cercam. Comentar a vida do Chico eleva qualquer vibração. “…Nas crises das boas obras, é preciso atender igualmente a isso. Aprender a recomeçar vezes e vezes. Sofrer e seguir adiante. Contar com dificuldade, censura, impedimento, solidão. Em se tratando de ti mesmo, não percas tempo, chorando ou lastimando quando é justamente a hora de agir. Perante as complicações inevitáveis, é imperioso te disponhas a colaborar com mais segurança na vitória do bem…”. Este trecho nos remeteu às lembranças do filme “Chico Xavier” que conta o momento em que jornalistas prepararam uma armadilha para desmascará-lo e Chico os aceitou sabendo o que pretendiam fazer e fizeram. Foi um dos grandes motivos que o fizeram deixar Pedro Leopoldo e mudar para Uberaba – MG.
As vibrações desta preparação eram tão doces e sutis que nos levaram a compreender o significado do Grupo Ciscos que o de ser chamado de Grupo Jesus. Individualmente somos fracos, dependentes, necessitados; em grupo somos amor uns pelos outros, queremos nos ajudar, manter cada um em pé, sustentado, esperançoso, sentindo-se querido e amparado. Isto é Amor. Amor é Jesus. Jesus está no nosso Grupo, nosso Grupo está em Jesus, assim como muitos outros grupos sobre a Terra que estão unidos pelo amor. Todo trabalho bem feito, bem executado, que cuida das pessoas é Amor, é Jesus presente.
O grupo de estudo do livro da Marlene Nobre A Obsessão e suas Máscaras, facilitou uma verdadeira catarse de todos participantes. Catarse é um termo de origem filosófica com o significado de limpeza ou purificação pessoal. O termo provém do grego “kátharsis” e é utilizado para designar o estado de libertação psíquica que o ser humano vivencia quando consegue superar algum trauma como medo, opressão ou outra perturbação psíquica. Através de terapias clínicas como a hipnose ou a regressão, é possível resgatar as memórias que provocaram o trauma, levando o indivíduo a atingir diferentes emoções que podem conduzir à cura.
O assunto básico foi a fixação mental. Acabou sendo levado para preocupação, preocupação antes do acontecido. Preocupação: substantivo feminino. Perda do sossego, causada pelo sentimento de responsabilidade em relação a; cuidado: preocupação com o filho. Ideia fixa, permanente, dominante e antecipada que perturba o pensamento; obsessão: preocupação com o peso. Sentimento de apreensão, de inquietação; sensação de medo. Primeira reação que algo causa em alguém. Etimologia (origem da palavra preocupação). Do latim preoccupatio-onis.
Marlene Nobre no livro A Obsessão e Suas Máscaras, faz uma afirmação interessante: a obsessão se utiliza de pensamentos de lugar comum, que reforçam nosso comportamento doentio sem que percebamos. A preocupação materna é um bom exemplo desta situação. “Toda mãe se preocupa, portanto é normal eu me preocupar” independente da racionalidade deste pensamento. Aos poucos a realidade torna-se secundária porque a ação da preocupação fica mais importante do que a lógica dos acontecimentos. O emocional toma conta e impede o racional de atuar e cuidar da própria pessoa. A etapa seguinte é não conseguir sair deste padrão mental que vai se tornando uma fixação doentia. Daí para se instalar conflitos de relações humanas, dificuldades familiares, é imediato. Os obsessores se refastelam neste comensal negativo. Preocupação e obsessão estão mais juntas e bem unidas do que muitos espíritas imaginam.
Inácio Ferreira, no livro Na Casa de Meu Pai explica que a fixação mental dificulta a reencarnação. O indivíduo com fixação mental, não consegue esquecer seu sentimento mesmo estando em nova experiência carnal. Reencarna, mas não esquece, fica vivendo emocionalmente o passado. Suas reencarnações vão ficando cada vez mais espaçadas até que “perde o bonde da história” e não tem mais condições de reencarnar na Terra. Terá que continuar sua evolução em outro lugar mais atrasado. Principalmente quando sutilmente vai deixando a culpa aflorar e tomar conta. A culpa vira senhora do destino. Se for mascarada com a preocupação, podemos ter certeza que estamos diante de um quadro violento de obsessão. Se for mais sutil ainda, não vai largar a máscara do “amor”.
Todas as boas energias, emoções, reflexões, foram um berço abençoado para os atendimentos espirituais que aconteceram em seguida. Séculos vieram à tona com as bênçãos divinas.
Chegou desacorçoado, triste…
– não é justo, de que adianta falar em Liberdade, Igualdade e Fraternidade para tanta gente morrer no campo de batalha?! Uma verdadeira carnificina, não adiantou nada…
– as guerras não são justas, mas são necessárias.
– em que ano você está?
– 1789…
– A Revolução garantiu liberdade pelos séculos seguintes. Milhões de pessoas hoje, podem experimentar uma liberdade relativa graças ao sacrifício de vocês…
– mas é muita dor…
– povos escravos foram libertos graças à vocês…
– é, acho que tenho que aceitar…
– veja quem veio te buscar…
– meu Deus!, como é linda! Ela está maravilhosa! Veio me buscar! Vou com ela…
A médium relatou que o brilho e a beleza do espírito feminino que veio busca-lo era até difícil de fixar os olhos. A luz era extraordinária.
Ela andava perdida… não sabia onde estava
– não sei onde estou… ninguém fala comigo… estou cansada de tanto andar e não chegar em lugar nenhum…
– agora você chegou… aqui vai poder descansar, comer, tomar banho e dormir…
– ninguém fala comigo…
– tem mais gente aí com você?
– tem muitas mulheres, falo com elas, mas elas são surdas, não ouvem, não respondem…todas vestidas de branco
– agora elas vão te ver, ouvir e responder para você… fale com elas…
– é, estão ouvindo e falando comigo, tem muita mulher aqui…
– onde vocês estavam?
– tinha um muro alto, branco… mas lá ninguém falava com ninguém
– chame todas para tomar um banho e depois comer
– vai ter lugar para todas estas mulheres?! É muita gente, não vai caber…
– vai sim, pode chamar todas, tem lugar para todas vocês
– até cama!?
– sim, para todas…
– então vou tomar banho e comer, porque estou com muita fome…
Chegou tremendo de raiva. Balançava os braços, com mãos cerradas e punhos enrijecidos, tremendo…
– vou acabar com ele, ninguém vai impedir
– vai mesmo, mas antes vamos conversar só um pouco, queremos ajudar você
– vou acabar com ele, você está vendo minha raiva?
– mas você está meio machucado, deixa a gente tratar você e depois você acaba com ele…
– tem uma lança nas minhas costas… estou no mato…
– o que você foi fazer no mato… foi caçar?
– não! Eu moro no mato, é uma briga, fui atacar a aldeia dele e ele me acertou…
– também você foi arrumar briga com ele…
– é que ele quer tomar minha aldeia, acabar com minha gente, com meu povo…
– vamos primeiro cuidar de você, tirar esta flecha das tuas costas…
– ai que alívio, mas ainda dói…
– vamos cuidar de você
– aonde?
– num hospital
– no mato não tem hospital
– não tem mesmo, mas é um nome para você entender que vai ser tratado… veja onde você está agora…
– tem muitas mulheres, elas cuidam dos doentes
– você vai ficar nesta tenda, com elas
– Mulheres que Cuidam! Este é o nome delas!
– vão cuidar bem de você
– mas… elas são da outra tribo… será que não vão me matar?
– elas estão aqui para cuidar… são as Mulheres que Cuidam….
Estava sofrendo de dor, curvado…
– minha espada caiu no chão, estou ferido, ainda bem que corri para o rio para me esconder
– agora você não precisa da espada, precisa é cuidar desta ferida na sua barriga, vamos cuidar de você…
– então posso tirar esta armadura?… não sei lutar, estava sossegado no meu casebre, plantando, cuidando da terra e eles me obrigaram a vir para esta guerra…
– você não precisa desta armadura, nem deste capacete, nem da espada… já esta se sentindo melhor, não é?
– agora vou voltar pra casa…
– para aquela casa não dá para voltar, você irá para uma outra casa…
– e minha família, onde eles moram agora? Em outro casebre?
– veja quem está aqui e veio te buscar…
– minha mãe! Olha! meus irmãos também… eles cresceram, estão mais altos do que eu…
– veja como sua mãe está bonita, faz tempo que ela está te esperando…
– ela está mais jovem, cortou o cabelo, está mais bonita, diferente…
– você vai morar com ela e seus irmãos em uma nova casa…
– ela disse que a nova casa é grande, tem mais gente morando lá, ela vai me levar, vou morar com ela e meus irmãos…
A mãe estava desesperada pedindo socorro para encontrar seu filhinho
– eu estava lavando roupa, me distraí um instante e meu filhinho sumiu. Já pedi para muita gente me ajudar a encontrar mas ninguém me ajuda
– fique calma, agora nós vamos ajudar você a encontrar seu filhinho
– a culpa não foi minha, foi um instante só e ele deve ter caído em alguma cisterna…
– você conhece Jesus?
– não sei muito quem é não, uma vez entrei numa igreja e vi ele pregado numa cruz, não conheço…
– então vamos até a igreja e tirar ele da cruz… ele vai descer e ajudar a procurar seu filhinho…
– até agora, para todos que pedi ajuda, ninguém me ajudou…
– agora Jesus está ajudando a achar seu filho… estou ouvindo um voz de criança… você também está ouvindo?…preste atenção…
– estou ouvindo… olha lá meu filhinho, estão trazendo ele…. meu filho querido… meu filhinho… muito obrigado Jesus, muito obrigado…
Uma pergunta fica gritando em nossos corações: qual o tamanho e o tempo da dor desta mãe procurando seu filhinho? É uma dor inenarrável, inimaginável. Como esta mãe continuou a viver sua encarnação. Em qual condições emocionais desencarnou? Por onde andou à procura de seu filhinho? Como foi lindo ela abraçando seu filho e agradecendo a Jesus que ela mal conhecia e nem ouvira falar.
Ele era só desespero
– cortaram minha cabeça!… ai que dor…. estou sem cabeça…
– fique calmo, já vamos colocar sua cabeça de novo no lugar, como aconteceu isto?
– cortaram na guilhotina… estão todos na praça… estão gritando corte a cabeça, corte a cabeça…
– sua cabeça já está no lugar, vá se acalmando porque estamos tratando de você
– fico ouvindo eles gritarem para cortar minha cabeça…
– agora você vai ficar internado no hospital, vai ser tratado e dormir um pouco. Quando você acordar estará se sentindo bem melhor e com a cabeça no lugar…
No estudo da quinta-feira, antecipando o trabalho de atendimento espiritual, com o livro Egos em Conflito, conversamos muito sobre a importância dos médiuns informarem mais o que estão percebendo, vendo, sentindo. Isto facilita o diálogo e o dialogador não precisa muitas vezes ficar no ensaio e erro. O médiuns começaram a relatar as entidades que conseguem ver durante os trabalhos. O que fazem, como são, como agem. Os dialogadores por sua vez, contaram as suas dificuldades em interpelar alguns espíritos atendidos. Como Inácio Ferreira explicou no livro, capítulo 22.
“ O processo de criação mediúnica também diz respeito à maioria de nós, espíritos escrevinhadores para a Terra! Significa que o tema sobre o qual trabalhamos nem sempre é previamente rascunhado por nós – em outras palavras, ele não é copiado de um rascunho! O considerado ditado mediúnico, em muitas ocasiões, tem, igualmente, características de espontaneidade para o espírito comunicante – conhecemos o móvel central das idéias que nos levam a escrever, mas não sabemos, por exemplo, que rumo haverá de tomar a sua redação. Sim porquanto, na condição de médiuns que também o somos, nós, os desencarnados, contamos com a inspiração daqueles que, de Plano Mais Alto, tutelam os nossos esforços neste aspecto. Médium de médiuns – eis o que, a rigor, todos os médiuns são!…”.
O que nós, trabalhadores do Ciscos, aprendemos em uma semana, 99% da humanidade não fica sabendo em uma vida inteira. Quem tem olhos de ver, que veja…
Ele chegou meio cabreiro consigo mesmo. No passado, em algum momento tinha acertado uma flechada na pessoa atendida no trabalho e isto o deixava ligado a ela. Carregava nas mãos outras flechas. Falava com uma dificuldade estranha, uma articulação vocal indefinida.
– acho melhor você se livrar destas fechas, vamos quebra-las?
Ele pegou uma e quebrou. O dialogador teve a intuição de não quebra-las e sim transformá-las em flores.
– junte todas as flechas, faça um feixe bem amarrado, bem firme
– pronto já fiz
– preste atenção, vou dar um sopro nas flechas e veja o que acontece…
– nossa! Virou flores! Como você fez? Que bonito!
Ao mesmo tempo o dialogador fazia uma projeção de energia no coronário dele, na flor de lótus.
– no alto de sua cabeça também tem uma flor, estamos cuidando dela
A voz dele ia se modificando, mais nítida, mais postada, o corpo ficando mais ereto
– dizem que sou maluquinho, mas não sou maluquinho; entendo tudo que os outros dizem…
Da cabeça da entidade foi saindo uma bola negra. Ele começou falar em castelhano, firme, voz grossa
– muito obrigado, agora estou bem, vou embora, muito obrigado…
Ela reclamava quase chorando
– vocês estão pegando as minhas coisas, não podem pegar o que é meu
– acho que não é bem assim, como é que você conseguiu tudo isto?
– eu tiro dela… tenho esta casa, tudo que está dentro, tiro tudo dela, agora é tudo meu… vocês não podem levar embora, é meu, minhas coisas…
– você não poderá continuar a roubar as energias dela, vai aprender a viver com outras energias
– mas o curandeiro que vive lá no mato disse para mim fazer isso, tenho que fazer… devolve minhas coisas…
– veja então como você está, fazendo isto, pegando energias que não são suas
– nossa como estou feia!
– isso ele não te disse, mentiu para você, olha como você está…
– estou muito feia, ele não me falou que ia ficar assim…
– você pode usar suas energias para ficar bonita, olhe quanta coisa boa você tem aqui para cuidar de você
– estou com sede, posso tomar esta água?
– pode, tome esta água quanto você quiser
– mas quero minha jarra, ele está levando minha jarra com meu tiquinho, devolve minha jarra…
– estamos te dando uma jarra nova, linda, para você beber sua água
– gostei dessa água, mas e o meu tiquinho? Cuido dele com carinho, dou comida pra ele todos os dias, o homem falou que eu tenho que cuidar dele, devolve minha jarra
– a jarra que estamos dando a você é muito mais bonita, você não se sentiu bem tomando esta água?
– estou até mais bonita com esta água, devolve minha jarra, preciso cuidar do meu tiquinho
– lave o rosto com esta água
– quanta coisa preta está saindo do meu rosto… está tudo escorrendo… estou ficando mais bonita… não sabia que estava tão feia, ele me enganou…
– você acreditou em tudo o que ele falava para você e deu nisso… sua jarra está bem cuidada o moço vai levar seu tiquinho para uma sala especial onde tem outros tiquinhos iguais a ele, será muito bem cuidado
– posso acreditar, vocês vão cuidar bem dele? Acho que vou aceitar esta jarra nova, ela é muito bonita…
A médium informou após o atendimento que dentro da jarra tinha uma ser bem pequeno, disforme.
Ele era um homem bem simples, humilde, trabalhava cuidando do animais do patrão
– moço eu não quero mais trabalhar lá. O patrão judia muito dos animais, fico muito triste, dói o coração ver tanta maldade
– quais animais você cuida?
– são todo tipo de animais, cachorro, cobra, jacaré, aves. São maus, agridem, brigam. O patrão coloca eles perto das pessoas para elas ficarem com medo
– então vamos arrumar outro lugar para você trabalhar, também com animais, você vai gostar
– e o patrão não vai me achar? Quero trabalhar em outro lugar mas ele não pode me achar…
No livro Na Próxima Dimensão de Inácio Ferreira no capítulo 14 encontramos este impressionante relato, num atendimento espiritual:
“De repente, interrompendo a terrível descrição, a senhora começou a gritar, levando as mãos à cabeça:
– Socorro! Socorro! Eles querem me pegar!… Não deixem que se aproximem; são porcos e pretendem me arrastar para o chiqueiro… Socorro! Socorro!…
Assistimos uma cena impressionante: três espíritos, metade homens, metade porcos, emergiram do solo lamacento e, cuinchando e roncando, se aproximaram daquela mulher, com o intuito de a conduzirem de volta à vala de onde haviam saído…
Os três espíritos transfigurados, que mais pareciam enormes javalis, entre cuinchos, roncos e impropérios, ameaçavam…
… – Vamos embora depressa!… Esses homens são perigosos e tentam nos enganar; não estão apelando aos nossos sentimentos, mas sim à razão… o Chefe já nos advertiu a respeito deles. Temos que esquecer o que eles nos disseram… fujamos, voltemos para nosso lugar; lá eles não poderão conosco…
Sem nos darem tempo para mais nada, o homem-javali que liderava o pequeno grupo mergulhou no solo lamacento e, como se estivesse a fuça-lo, foi abrindo caminho para os outros dois, que o seguiam. Porém, para nossa surpresa, o último deles a se atirar na lama, quando os dois primeiros já haviam desaparecido, retrocedeu e caminhou em nossa direção.
– Eu aceito a proposta de vocês, recolham-me por caridade!… Eu não aguento mais!… Quero arrancar esta máscara da face e não consigo, sinto saudades de minha mãe… Eu não sou um animal, eu sou um ser humano… Lá, onde a gente se esconde, eles nos obrigam a jurar fidelidade ao Chefe. Quem se rebela é supliciado, e eles praticamente o deixam descerebrado… Muitos querem se libertar mas são dominados. Por favor, tratem de mim, devolvam minha forma humana!…”.
Para finalizar o trabalho, duas médiuns foram convidadas a comunicarem.
Ocê vai ou eu vou?
Eu tenho vergonha de falar. O caipira veio hoje aprender com oces.
Quem vocês acham que cuidam do jardim, da grama de oceis. É nóis.
Nóis veio aprender com a energia. Coloca aqui, ali, lá, nas costas… (faz o gesto das localizações dos pontos energéticos).
Lá em cima também tem festa e nóis leva daqui pra lá e vem de lá pra cá. Nóis só aprende.
Os tios ali que falam, nois num fala. Hoje eles deixaram a gente falar. Nóis fica trabalhando lá na grama do jardim.
Outra mensagem muito delicada e amorosa nos emocionou
É isso que vai curar cada um de nós. É o Amor. É muito bonito o que esse grupo faz. Aqui tem proteção. Vocês têm que acreditar mais em vocês.
Obrigada.