Você é confiável?

CONSELHOS

 

Conselhos sempre vos demos e sempre vos serão dados. O que tendes feito para receber a nossa ajuda?

Ajuda esta, que vos dará as condições de se libertar da perseguição mundana dos apegos a matéria, a que tem se entregue a massa.

Matéria negativa que destrói, que corrói.

Cuidado! Pois muitas vezes sereis pegos de surpresa.

E o que farão para se equilibrar?

Oferecemos nossa ajuda. Não vos deixeis cair em tentação. Ela virá. Fiquem espertos e de prontidão.

O mundo atual vos convida a isso. Observai os caminhos por onde andam: mental, emocional e sentimental, pois eles podem vos conduzir tanto às trevas, quanto à luz. Escolha.

Observai nosso conselhos, “conselhos mentais”. Prestem atenção nisso. Isso é e será tendência: “comunicação mental”. ¹

Nosso trabalho de desobsessão está cada vez mais exigindo muito empenho por parte de nós, trabalhadores. Dando sequência ao socorro programado iniciado na semana anterior, seguimos as orientações da equipe espiritual de Inácio Ferreira, recebida através dos livros cujo conteúdo é o trabalho mediúnico dentro da Casa Espírita. “Nós médiuns em crescimento paulatino, tenhamos humidade de reconhecer nossas possiblidades e honremos a faculdade a nós emprestada com honestidade, simplicidade, gratidão e renúncia. Preparemo-nos com desvelo, porque entramos no milênio da mediunidade. Cada dia mais precisaremos de instrumentos conscientes da importância desta tarefa de levar o mundo espiritual para mais perto da vida social e, igualmente, conduzir a vida humana no rumo do progresso espiritual. Não existe trabalhos maiores ou menores. Existem trabalhos possíveis”².

Como sempre, a base de nosso preparo é o ESE³. Desta vez o convite era O Homem de Bem: é aquele que pergunta a si mesmo se negligenciou voluntariamente uma ocasião de ser útil. Um convite ao trabalho, com muita fé e esperança de poder ajudar.

Muito lindo foi o que aconteceu após a leitura do livro do Irmão José4. A Vacina do Perdão

O perdão é a vacina contra os efeitos imediatos e retardados do veneno da ofensa que alguém te inocula.

De imediato, ele evita que recorras à violência do revide.

Ao longo do tempo, impede que a tua indignação pela agressão sofrida se transforme em doença no espírito, com sérias repercussões em tua saúde, física e mental.

Porém, como toda vacina, ela só é eficaz se tomada antes.

O grupo se desnudou ao refletir sobres esta mensagem. Cada um expôs seus desenganos e frustrações, a dor da incompreensão, a experiência de ir aprendendo pouco a pouco, a perdoar. Como sugeriu uma das médiuns, terapias com psicólogos ajudam, complementam o esforço de cada um em se encontrar e se tornar pessoa melhor. A emoção que nos envolveu, nos fez lembrar dos ensinamentos de Maria Modesto Cravo no livro O Lado Oculto da Transição Planetária4. Ensina ela:

“A Doutrina Espírita iluminou nosso caminho de diretrizes e compromissos, para que a consciência possa se libertar dos grilhões da culpa e da dor; entretanto, não nos impôs o pesado ônus de assumir aquilo que não queremos ou não conseguimos.

Ser espírita e médium com o Cristo não é tarefa para os anjos… Trabalhamos todos pela nossa melhoria e, mais que conhecimento espiritual, o conhecimento de nós mesmos é a garantia mais segura para que a nossa sombra interior não seja a nossa grande adversária no bom aproveitamento das oportunidades de servir e aprender.

Quando o amor sucumbe, as trevas vencem… Para os serviços com os infernos, é necessário que tenhamos laços com o céu. Para descer aos despenhadeiros do submundo astral, pede-se apenas a união de propósitos em torno do ideal do perdão e da tolerância, para recolhermos os sentimentos elevados por parte de tutores que nos amparam os esforços.

Os médiuns da regeneração se fazem archotes de luz nas trevas, auxiliando, efetivamente, a remoção de tais escombros, pelo simples fato de investigarem seu sombrio pessoal. Pessoas simples, carregando ainda muitas lutas a vencer em suas almas e com boa orientação espiritual são capazes de realizar muito quando seus corações abrem uma pequena fresta para a entrada da luz do amor”.

O espírito José Mario através do seu livro Quem Perdoa Liberta no prefácio também traz o ensinamento de Modesto Cravo5:

“ Os caminhos emocionais para o sustento da fé são a esperança, a gratidão e o otimismo. Portanto, trabalhem nesses temas com devoção.

Fomos criados para o Amor, e ninguém destruirá os planos do Pai.

Ave Cristo! Ave para aqueles que amam sem condições. Quanta liberdade eles experimentam! Quem usufrui da benção do perdão ilumina-se com a recompensa da liberdade”.

O trabalho começou com todos em estado de vibração. Nos preparamos emocionalmente e amorosamente e começamos a percorrer o ambiente. Uma pessoa precisava de nossa ajuda, nosso atendimento programado era em sua direção. Sua influência no meio, devido ao seu estado de indisciplina mental, está prejudicando o equilíbrio das relações. De antemão tínhamos uma idéia da situação vibratória em que se encontrava. Era preciso primeiro retirar uma couraça que a envolvia, numa dicotomia de difícil solução. A mesma couraça que a protegia, a aprisionava. Somos prisioneiros de nossos desejos. Mantinha-se ligada a  uma entidade das trevas, escura, agressiva, vingativa; e sentia-se protegia das investidas do bem que tentava ajuda-la, libertando-a. Ao apegar-se ao mal, acreditava que o bem poderia lhe fazer o mal. É preciso muito tato, paciência, tempo, para reorganizar esta inversão mental. Por diversas vezes, durante o atendimento, médiuns a abraçavam espiritualmente e emitiam energias amorosas, para poder romper a escuridão. Socorro desta natureza é de períspirito para períspirito.

Estava envolvida com uma substância escura, cor de mostarda, emanando cheiro e sensação muito desagradável. Muita luz não era suficiente para atingir tudo à sua volta. Alguns médiuns abraçavam, envolviam no seu calor, chamavam para outra realidade, diferente daquela treva perniciosa. Parecia intocável, impermeável.

O pátio parecia estar com uma plataforma de algo que parecia vela, parafina. Tudo estava imóvel, enterrado dentro daquela massa. Nossas mentes ficaram meio paradas, os pensamentos não fluíam. Colocamos fogo na parafina, derretia rapidamente. Entramos com tochas no ambiente mais difícil da Casa. Andamos com as tochas por todo ambiente e as chamas ficaram muito altas. Queimavam todas as sujeiras mentais e vibratórias. No meio da chama estava uma entidade. Prestando mais atenção a pessoa encarnada também estava dentro das chamas. Intocável, dentro de uma grade.

Tiramos de lá, trouxemos para o centro do pátio. A parafina havia escorrido, deixando mais espaço. Todos os médiuns continuavam a relatar o que viam, sentiam, eram intuídos. Neste tipo de atendimento todos interferem, cada um que percebe, sente, vê ou ouve, vai falando para o grupo. O ser encarnado estava dentro de uma grade. Tiramos as grades. Prestamos atenção nos seus olhos. Já não eram seus e sim do espírito que estava dentro dela. A simbiose é total. Não sabem se são espírito ou encarnado. Um corpo, duas almas.

Fomos, com muita luz, separando bem devagar; afastando um do outro. Estavam sendo distanciados e ligados por fios incontáveis. Uma médium abraçou o ser encarnado, injetando calor. Começamos a pinçar todos aqueles fios, tubos que os ligavam energeticamente. Imaginando pinças hospitalares, pressionávamos cada ligação interrompendo o fluxo energético. Este espaço entre os dois era negro. Continuamos projetando luz.

– Vejo uma árvore imensa no meio do pátio, falou um dos médiuns. Suas raízes entram por baixo da terra, imensas. A árvore está seca, parece morta.

– não é uma árvore, é um espírito que já nem sabem quem é. Vamos encolher  esta árvore, vai sendo reduzida, suas raízes encolhem, volta à forma humana, ou o mais próximo que se lembrar que há foi um ser humano.

– estão ligados, os três estão ligados pelos fios, pelas raízes, um alimenta o outro, não sabem quem são individualmente.

– continuemos pinçando todo que puder, interrompendo todas as ligações

– está chegando muita luz azul, o ambiente aqueceu, está tudo preenchido

Atendimentos dessa natureza exigem muito cuidado dos tarefeiros. Amor, dedicação, preparo, amor, paciência, compreensão, amor, constância e fé inabalável. No livro de Maria Modesto Cravofica mais esclarecido:

“- Primeiramente, não vejo chances de um trabalho desse ser feito com segurança sem que o grupo que o executa tenha construído uma convivência muito transparente, calcada em uma relação de afeto legítimo, e que tenha no diálogo o escudo protetor de suas iniciativas.

Em segundo lugar, fica difícil aceitar que um trabalho deste porte seja realizado de forma adequada, se os seus membros não estiverem cada dia mais saudáveis emocional e mentalmente, manifestando com clareza sua melhora no dia a dia, buscando cuidados terapêuticos para sua saúde mental.

É necessário aprender a abrir mão do que não funciona. Rever iniciativas, recomeçar de outro jeito. Reciclar formas de entendimento. O recurso mais saudável é a bondade. Ela é o melhor escudo de proteção contra qualquer dano maligno. É com ela que poderemos enfrentar serpentes, escorpiões e toda força dos inimigos, sem que nada nos faça mal.

Conseguir manter o ideal da bondade aplicada e nutrir-se dela é fonte de saúde, amparo e sintonia com as esferas da luz. Bondade é o nome dos altiplanos espirituais. É o sentimento divino capaz de promover a transformação do mundo.”

No mesmo livro de Modesto Cravo5 encontramos:

“- Se você pudesse fazer uma idéia mais exata da natureza do submundo, sua mente não suportaria… O submundo é um ambiente cujas mutações psíquicas e emocionais dos homens adeptos à perversidade criaram processos de adaptações em seus corpos espirituais que os transformaram em seres à parte na escala natural dos espécimes.

Já pensou em um homem-árvore? Pois existem coisas assim por aqui…”

 

Paramos a mentalização e as vibrações nesta situação. O trabalho continuará até que a luz encontre espaço para se fortalecer. Tiveram início as comunicações dos espíritos. “As obsessões morais são estruturadas no compartilhamento, uma busca comum de interesses. O tratamento para tais casos não poderá ser conduzido como se houvesse a presença de um verdugo e uma vítima, mas sim uma sinergia, um compartilhamento. A separação abrupta em casos como esses poderá ser desastrosa, conquanto seja o terreno que mais facilmente encontramos chances para tal recurso… A interpretação humana, no entanto, acerca dos resultados da tarefa, quase sempre obedece à visão limitada que o homem encarnado possui acerca das soluções que cada história de dor exige”².

 

O primeiro chegou revoltado, dizendo que quem mandava era ele. Com muita delicadeza nas palavras foi mostrado que não havia competição e ele estava aprisionado na situação por desejo próprio.

– a porta está aberta, eu entro e mando, domino

– enquanto você manda, fica preso lá

– não quero mudar…

– nós estamos te oferecendo uma nova oportunidade para você mudar sua vida para melhor…

Depois de um longo e delicado diálogo o espírito compreendeu suas escolhas e aceitou ser ajudado e procurar um caminho diferente.

 

No livro Quem Perdoa Liberta² encontramos esta orientação:

“Seja em que aspecto se apresente, a obsessão é a ilusão humana de querer que alguém faça ou venha a ser aquilo que gostaríamos que fizesse ou fosse. É a coação que tentamos impor a outrem em razão de vantagens pessoais. Um fruto do egoísmo, no qual ainda estagiamos conforme o molde dos interesses pessoais.

Em suma, na ordem natural das reencarnações primeiramente adoecemos afetivamente pela conduta antes de adoecer mentalmente. O molde das patologias mentais, seja em que grau for, é o afeto adoecido. Das neuroses e transtornos de personalidade aos mais severos quadros de doenças mentais, como as psicopatias e psicoses, encontramos essa sequência: interesse pessoal exacerbado, estado de remorso e perturbação psíquica”.

 

Outro espírito chegou muito mal. Além do mal estar seu corpo estava mole. Não estava entendendo onde estava. Bebeu água que oferecemos, parece que ficou mais lúcido. Disse que precisava ir embora.

– como você vai embora se está com o corpo mole?

– vou ficar?

– veja ao seu lado os médicos e enfermeiros, eles vão te ajudar

– estou vendo… me colocaram numa cadeira de rodas; vão me levar para tratamento, vou ficar no porão.

 

            Para entender como um espírito se apresenta desta forma, com um corpo perispiritual mole, encontramos a explicação no livro citado anteriormente²: “As obsessões morais ou afetivas consolidam-se inicialmente, no corpo mental inferior como viciações emocionais, ao longo da caminhada milenar, e vão se adaptando em metamorfoses sucessivas na órbita do períspirito, depois no duplo etérico e, por fim atingem o corpo físico com as chamadas doenças orgânicas de variadas expressões”.

 

A médium via todos aflitos, agitados, gritando. Foi um socorro muito difícil e desgastante. O diálogo era entre os espíritos. Tudo muito rápido, aflitivo, urgente.

– ele está indo para o fundo, está fugindo, vai entrar na lama, tem que pegar antes que suma…

– pega, não deixe escapar, ele não pode ir para o profundo , porque não vai dar para salvá-lo, se perderá pelos séculos…

– peguei…

 

o que estou fazendo aqui… não podem me ajudar… As mãos estavam travadas, fechadas

Aos poucos com muitos passes, todos a sua volta, fomos abrindo suas mãos, falando de amor… Foi levado para tratamento… Que Deus abençoe situação tão amargurosa e mantenha os trabalhadores do Mestre com vontade de servir. “ submundo espiritual e a vida social da Terra estão intimamente interligados, são como um novelo de lã, extremamente embaraçados” 5,

 

O médium viu e não acreditava no que estava vendo. Ele andava para lá e para cá. Estava na areia, do outro lado de uma grande tela, como uma tela 3D. O médium do lado de cá, vendo tudo o que se passava dentro da tela. Parecia que ele estava no Egito. As roupas eram muito antigas e bonitas, ricas. Era alguém poderoso…

– vamos conversar, não vai dar para você ir lá… terá que conversar aqui mesmo

– o que você que falar comigo… fala mas não faz o que prega

– ah, pode esquecer este discurso, é velho. Não faço nada, não falo, não sou obrigado a fazer nada. Você que fala, é obrigada e fazer tudo certinho. Já me livrei disso há muitos anos…

– boa resposta… você fala isto porque não foi traída. Você já foi traída, sofreu uma desilusão?

– ?? não sei

– como você quer que eu confie em você, no que me diz?

– mas você não é tão vítima assim… também fez por merecer…

– não me lembro

– vamos ajudar você a lembrar, vamos para o passado, volte, recorde…

– é, gostava de festas, de me divertir, confiei em algumas pessoas e eles me traíram

– problema é seu, foi você que os escolheu… preferiu a festa, não escolheu direto, deu no que deu…

– não consigo confiar…

– você é confiável?

– ….. não….

– veja que está ao seu lado. Vai te encaminhar para você aprender novas coisas, dar um rumo melhor para sua vida

– não confio… ele diz que não tenho escolha… vou ter que aceitar

 

“Foi por conta de interesses contrariados que nasceram a traição, a mágoa, a vingança, o ódio, o espólio e tantas outras enfermidades da afetividade na vida social. Eles promovem a disputa, estimulam os maus pendores e perturbam a vida mental na direção da exclusividade, do personalismo e da arrogância. Na raiz de todos esses dramas estão os interesses contrariados gerando a corrupção do afeto sincero”².

Os trabalhos da noite foram encerrados com muito carinho. Uma mandala de proteção foi vista no meio da sala, brilhado e irradiando boas energias a todos. Bençãos para todos.

¹ mensagem recebida no COEM 1 da Fraternidade Auta de Souza em 22/08/2017

² livro Quem Perdoa Liberta – José Mario e Wanderley de Oliveira – introdução de Maria Modesto Cravo

³ Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec cap. 17 item 3 O Homem de Bem

4 livro Com Cinco Pães de Dois Peixes – Irmão José e Carlos Bacelli cap. 60

5 livro O Lado Oculto da Transição Planetária – Maria Modesto Cravo e Wanderley de Oliveira – introdução de Maria Modesto Cravo

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