Se transformar em acertos

Destreza nas trevas em busca do bem

 

Ande pelas trevas com destreza. Se utilize dela através da prática do bem e do amor para construir luz em seu caminho.

 

Nela estás porque quiserdes estar.

 

Nos referimos a determinadas dificuldades que criastes em vossos caminhos e que agora tendes que suportar.

 

São oportunidades de crescimento e desenvolvimento de habilidades morais a lutas do dia a dia.

As habilidades de perdoar;

As habilidades de ter paciência;

As habilidades de como saber ajudar.

 

Estais no mundo para aprender, aos poucos, irem se transformando em luz, que futuramente levarão conforto e esperança a muitos, porque muitos virão ao vosso encontro em busca de socorro, à medida que fordes se desenvolvendo.

 

E sabereis ajudar, porque estareis regenerados de vossos pecados.

 

Capacidade de transformar o mal que sois, em bem, é regeneração.

 

Sendo ainda “maus” deveis dar coisas boas, através das boas ações; atitudes para aos poucos irem se transformando.

 

Não desanimem, por acusa de dificuldades, cuja culpa é de vós mesmos, pois um dia sereis felizes.¹

 

 

É difícil relatar um trabalho como o que aconteceu esta noite. Houveram momentos que ficamos mudos, extasiados, sem palavras para não atrapalhar a mensagem que recebíamos dos trabalhadores amigos que vieram enriquecer nossa compreensão do que estava acontecendo. Diante dos incrédulos, nem perdemos tempo de querer convencer, as palavras são pobres para isto.

 

O ESE aberto ao “acaso” caiu nas mesmas mensagens² que foram lidas segunda, terça e quarta. Provavelmente ainda temos muito a aprender. A troca de opiniões, idéias e sugestões foi intensa. Mais uma vez nos abrimos, confiando, compreendendo. A mensagem era: Não desejar o mal aos inimigos é ser caridoso apenas pela metade. A verdadeira caridade consiste em lhes desejarmos o bem, e em nos sentirmos felizes com o bem que lhes acontece… Inspirai-me, a generosidade que eleva. A humilhação decorre do mal e não do bem, e nós sabemos que, cedo ou tarde, justiça será feita a cada um segundo as suas obras.

 

O mais interessante neste nosso debate foi perceber a importância de equilibrar nosso emocional com o racional. Qual é o lugar do perdão dentro de nós? Temos que nos preocupar em ser perdoados, ou em auto perdoar. Cuidar primeiro das nossas dores íntimas, ter carinho por nós mesmos, ser vigilante com as culpas, que é a maior porta para o assédio do mal. Onde a brecha da culpa se revela, surge os cobradores com razão ou sem razão, exploradores da angústia alheia. Obsessores apreciam com prazer as culpas alheias. Emmanuel explica: A culpa, por enquanto, é um fantasma interior que nos persegue em todos os ângulos do mundo, sob as mais variadas formas. Recordemo-nos de que no estágio evolutivo em que nos achamos ninguém existe sem débitos a resgatar. No entanto, não nos detenhamos na culpa. Usemos a caridade recíproca, e, com a liberdade relativa de que dispomos, ser-nos-á então possível edificar, com Jesus, o nosso iluminado Amanhã

 

Pensar, refletir sobre a culpa, é tão importante quanto refletir sobre o direito à liberdade. Liberdade para a alma é igual o ar para o corpo. Joanna de Angelis diz: Herdeiro dos arquétipos remotos dos seus antepassados, o indivíduo mantém por atavismos religiosos e culturais a “consciência de culpa”, especialmente os ocidentais, vitimados pelas heranças judaico-cristãs, no que diz respeito à desobediência de Eva, no paraíso, e ao fratricídio por Caim contra Abel. André Luz alerta: O sentimento de culpa é sempre um colapso da consciência e, através dele, sombrias forças se insinuam. 5

 

Não é fácil analisar a verdadeira dimensão ou gravidade da culpa que sentimos. A culpa é uma cilada que impomos a nós mesmos, cuja saída, para muitos, não mais é encontrada. Emmanuel6 vai fundo quando reflete: Quando fugimos ao dever, precipitamo-nos no sentimento de culpa, do qual se origina o remorso, com múltiplas manifestações, impondo-nos brechas de sombra aos tecidos sutis da alma. E o arrependimento, incessantemente fortalecido pelos reflexos de nossa lembrança amarga, transforma-se num abcesso mental, envenenando-nos, pouco a pouco, e expelindo em torno a corrente miasmática de nossa vida íntima, intoxicando o hausto espiritual de quem nos desfruta o convívio.

 

A leitura de esclarecimento7, como prólogo do nosso trabalho de atendimento veio completar: Coração

Nas alfândegas da morte, o que disseste ou escreveste no mundo importará muito pouco.

O que falam ou pensam de ti, menos ainda.

O que te concederá acesso às dimensões mais altas da Vida, inclusive além do que lograste fazer, será o que trazes no coração.

 

Começamos o atendimento com uma mentalização. Tomamos consciência das necessidades que alguns encarnados, muito próximos ao grupo estão experimentando, principalmente por uma brutal agressão por parte de entidades voltadas para o mal e para a destruição das fontes do bem. Inimigos que se consideram únicos, acreditando serem a força do mal, que pode concorrer com as forças do bem, agrediram para destruir alguns encarnados considerados por eles pedra de tropeço. Já há algum tempo, nosso grupo de trabalho tem exercitado o trabalho mediúnico que utiliza todas as capacidades de percepção de todos seus integrantes. É um grupo onde os médiuns, todos, são livres para ver, ouvir, perceber, sentir, descrever, reproduzir pensamentos e sugestões, etc. Todos, participam do atendimento igualmente, nenhum médium é mais importante ou necessário do que o outro. O trabalho acontece mesmo quando ocorre a falta de médiuns de incorporação. O grupo se reúne e o trabalho acontece.

 

Definimos o que seria focado no atendimento. Pessoas específicas e um local da Casa determinado. Os médiuns estavam livres para se manifestar, mesmo durante condução das vibrações. Um médium incorporando aqui, outro enviando energia, outro tendo visões, tudo acontecendo.

 

O espírito chegou sarcástico. Tinha argumento para tudo, desde que fosse para denegrir todas as tentativas de acordo de paz. A dialogadora estava inspirada. Como se expressou depois, estava com toda a paciência do mundo. Esperava o espírito falar, atacar, desabonar e depois respondia com lógica e convite à reflexão. Demorou um bocado, até que a entidade começou a refletir, a entender que tudo o que fazia era contra si mesmo e que ninguém estava competindo com ele.

 

Outros espíritos estavam sendo atendidos. O espírito amigo do trabalho veio trabalhar. Avisou que tinha pressa para mexer nas energias. Muito para limpar. Nos juntamos ao redor dele emitindo energia, enquanto ele trabalhava rápido. Ia nos informando o que estava fazendo e pedia nossa concentração. Depois da sala limpa, se preparou para ir para os porões. Uma Casa espírita, ultrapassa em muito sua dimensão material. Os porões já tinham sido esvaziados de aparelhos utilizados pelas forças do mal.  Esta limpeza foi descrita anteriormente, nos relatórios semanais do nosso trabalho. Estão publicadas no nosso blog www.feas.com.br/programado

 

Apesar de terem sido esvaziados, os miasmas deletérios ficaram. Miasma é toda a sujidade associada ao mundano, a sujidade que este gera: quando corremos e transpiramos estamos a criar miasma, quando sangramos temos miasma, se caímos numa poça de lama geramos miasma. Também quando proporcionamos algo de mal ao próximo. Formas pensamentos terríveis, fluidos negativos, larvas astrais, e outras energias que ainda não compreendemos. É tão grave o malefício acumulado que recorremos à André Luiz8:

“Você não ignora que, no círculo das enfermidades terrestres, cada espécie de micróbio tem o seu ambiente preferido. … Acredita você que semelhantes formações microscópicas se circunscrevem à carne transitória? Não sabe que o macrocosmo está repleto de surpresas em suas formas variadas? No campo infinitesimal, as revelações obedecem à mesma ordem surpreendente. André, meu amigo, as doenças psíquicas são muito mais deploráveis. A patogênese da alma está dividida em quadros dolorosos. A cólera, a intemperança, os desvarios do sexo, as viciações de vários matizes, formam criações inferiores que afetam profundamente a vida íntima. Quase sempre o corpo doente assinala a mente enfermiça. A organização fisiológica, segundo conhecemos no campo das cogitações terrestres, não vai além do vaso de barro, dentro do molde preexistente do corpo espiritual. Atingido o molde em sua estrutura pelos golpes das vibrações inferiores, o vaso refletirá imediatamente.”

Ainda no mesmo capítulo, Alexandre continua: “Primeiramente a semeadura, depois a colheita; … Não tenha dúvida. Nas moléstias da alma, como nas enfermidades do corpo físico, antes da afecção existe o ambiente. As ações produzem efeitos, os sentimentos geram criações, os pensamentos dão origem a formas e consequências de infinitas expressões. E, em virtude de cada Espírito representar um universo por si, cada um de nós é responsável pela emissão das forças que lança em circulação nas coerentes da vida. A cólera, a desesperação, o ódio e o vício oferecem campo a perigosos germens psíquicos na esfera da alma. E, qual acontece no terreno das enfermidades do corpo, o contágio aqui é fato consumado, desde que a imprevidência ou a necessidade de luta estabeleça ambiente propício, entre companheiros do mesmo nível. … Cada viciação particular da personalidade produz as formas sombrias que lhe são consequentes, e estas, como as plantas inferiores que se alastram no solo, por relaxamento do responsável, são extensivas às regiões próximas, onde não prevalece o espírito de vigilância e defesa.”

 

Depois de um bom tempo dedicado a juntar os elementos tóxicos, foram jogados nas frestas do interior da Terra, para suas profundezas. Queimados com o fogo da transmutação, foram expelidos em forma de gazes e recolhidos pelos trabalhadores espirituais da Casa, envazados e levados para serem dispersos em outras plagas da superfície terrestre. Ao redor da Casa, mais uma vez foram estimuladas as energias de um cinturão de ouro, com magnetismo para defende-la de investidas daqueles que lhe são contrários. O espírito amigo incentivou a todos para continuarmos neste projeto de limpeza da Casa e fortalecimento de todos os seus trabalhadores.

 

Outro espírito, com boa verborragia, tentava convencer de que nada valia à pena. Não existe ninguém sincero. Não dá para confiar em ninguém. Todos são falsos e por aí afora. Depois de algum tempo, começando a pensar um pouquinho no diálogo

– tudo é uma farsa, todo mundo se acha bonzinho, é muito chato… a gente faz o que pode…

– pode ser que as coisas não sejam da forma que você acredita…

– você quer me orientar? (sarcástico)

– o engano é exatamente este, dividir as pessoas em boas e más… tem um meio do caminho…

– onde você quer chegar?…

– que todas as pessoas lutam para evoluir, acertar e errar é evolução…

– te dou outra opção e eu assumo este caminho que escolhi…

– você está involuindo; todos estão evoluindo, não preciso te convencer…

O diálogo prosseguiu mais algum tempo até que ele se deu uma chance de pensar no assunto.

 

Chegou reclamando que não queria estar aqui, me trouxeram

– não quero ficar aqui, porque me trouxeram?

– onde você estava?

– estava lá, me tiraram minha espada, meus pertences, quero de volta…

– se tiraram sua espada coisa boa você não estava fazendo com ela

– fico lá na porta, não deixo ninguém entrar

– todos sabiam que você estava lá, te deixaram ficar para ver se você aprendia alguma coisa

– eu sou forte, eu que mando, não deixo ninguém entrar

– não é bem assim, você foi trazido aqui…

– fico lá no portão, entreaberto, quando entram bato para espantar

– mesmo assim a gente entrar, mesmo sabendo que você estava lá

– quando você  chegava te dava uma surra, você sentia, não sentia?

– é dava uma mal estar, mas a gente entra de mesmo jeito

– é a minha força…

– acho que você não percebeu que tem uma força maior que a sua… tiraram sua espada e você está aqui…

– foi aquela mulher, disse que eu precisava vir conversar

– uma mulher que tem força maior que a sua…

– ela me enganou, me colocou para dormir, pegou minha espada e me trouxe para cá… tirou meu magnetismo

– agora você vai ouvir o que ela tem para dizer

– vou ter que ir com ela...

 

Era o próprio descrente

– você quer que eu mude, está falando para eu mudar de grupo?

– é um convite que estamos fazendo para você

– então tem que convidar outra pessoa. Eu só escuto e fico instigando os mexericos. Não sou só eu

– todos nós que estamos aqui dentro temos que aprender a trabalhar com coisas positivas…

– não sou só eu, tem muita gente que gosta de fazer futricar aqui

– você podem aprender a viver em outra faixa vibratória, são nossos convidados

– posso tentar ouvir…

– aqui vocês podem ouvir palestras boas, focar em energias novas para elevar o padrão vibratório. Reconhecer o que é bom

 

Outro espírito amigo veio conversar conosco. Queria deixar esclarecido o trabalho de limpeza que foi feito na Casa. As energias deletérias, miasmas, aparelhos astrais, formas pensamentos, acumulados por muito tempo, foram retiradas do porão, do subsolo e jogadas para as profundezas da terra através das frestas. Primeiro foi preciso cristalizar este material negativo, por isto a entidade nos preveniu que sentiríamos muito frio. Após, foram queimados, transmutados e depois recolhidos na nave que há algumas semanas está sobre a Casa trabalhando para colaborar na sua limpeza.

 

Esta entidade está conosco desde o primeiro trabalho do Grupo Inácio Ferreira. Nos acompanha e orienta, uma parceira de ideal.         Nos contou que o anel dourado está mais energizado em volta da Casa. Uma chuva Crística desceu sobre nós. Ela nos deu forças explicando que somos guerreiros trabalhadores e que temos disposição para acertos. Sempre transformar erros e se transformar em acertos. Foi sua mensagem de despedida. Deixou em nossas mãos uma bola de energia para ser mentalmente passada por todas as dependências da Casa.

 

No encerramento do trabalho, envolvidos na chuva Crística, elevamos nossos pensamentos para o alto desejando que Brasília também recebesse todas essas benesses divinas e que nossos representantes possam ser influenciados por este bem.

¹ mensagem recebida no COEM 1 da Fraternidade Auta de Souza em 22/08/2017

² Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec cap. 28 itens 48/49 Coletânea de Preces Espíritas

³ livro  Nós – Emmanuel e Chico Xavier cap 11

4 livro  O Ser Consciente- Joanna de Ângelis e Divaldo Franco cap. 10

5 livro Entre a Terra e o Céu – André Luiz e Chico Xavier cap 3 e 4

6 livro Pensamento e Vida – Emmanuel e Chico Xavier cap 22

7 livro Com Cinco Pães e Dois Peixes – Irmão José e Carlos Bacelli

8 livro Missionários da Luz – André Luiz e Chico Xavier  cap. 4

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