Que noite extraordinária! Os trabalhos nos surpreendem cada vez mais!
Começamos com a leitura do cap. 12 do Evangelho Segundo o Espiritismo: – O espírita tem ainda outros motivos de indulgência para com os inimigos. Porque sabe, antes de qualquer coisa, que maldade não é o estado permanente do homem, mas que decorre de uma imperfeição momentânea, e que da mesma maneira que a criança se corrige dos seus defeitos, o homem mal reconhecerá um dia os seus erros e se tornará bom. Durante a semana, nos grupos de estudo e nos trabalhos, perdurou a mensagem de Jesus: Reconcilia-te com seus inimigos, enquanto estás ao lado dele…
O mentor na abertura, informou que a equipe espiritual é muito grande e estava preparada para o atendimento que iria acontecer. Ficássemos tranqüilos que a noite seria muito proveitosa. É o Pai que determina a solução, é Ele que nos conduz.
Desta vez para o atendimento foi experimentado um novo recurso. O resultado confirmou sua eficácia e foi acima do esperado. As pessoas que seriam atendidas nesta data, através de observações, intuições, sonhos, pesquisa elaboraram um mapeamento do que estava acontecendo no problema espiritual que estão experimentando. Após a palavra inicial do mentor, antes do início das comunicações, o grupo foi conduzido para dentro da situação espiritual.
– vamos nos concentrar no centro desta sala, construindo um facho de luz; vamos todos junto nos dirigir até o local do atendimento; estamos na porta, no lado externo e vamos iluminar com tochas de fogo. Todos os espíritos que foram trazidos para este local, através de trabalhos, vibrações negativas, neste momento estão sendo libertados e encaminhados para serem ajudados e orientados… A rua está sendo desobstruída, as entidades especializadas e dominar a rua estão sendo afastados; a partir de agora a frente estará brilhando e aqueles que se empenham com a escuridão não encontrarão espaço.
A entidade chegou furiosa, revoltada, desafiadora. Foi pedido para que aguardasse o momento adequado, ficava a se contorcer de raiva… A condução do grupo continuava…
– deixaremos nas duas extremidades do portão da entrada estas tochas de fogo, para manterem este ambiente sempre aberto para a luz. Agora estamos dentro da propriedade, no centro, limpando tudo que aqui foi colocado para prejudicar os que aqui vivem… Os trabalhos com terra de cemitério estão sendo desfeitos. As entidades que aqui foram trazidas estão sendo libertas… Os recursos de tecnologia para prejudicar estão sendo desfeitos, a polaridade está sendo restaurada e as pessoas estão sendo libertas de suas correntes.
Continuava furioso
– quem você pensa que é? Você não pode libertar os meus…
– agora chegou a hora…
– não é com esta luzinha que você vai conseguir… Vou destruir tudo, estamos aqui para acabar com tudo
– não é luzinha, veja a luz que está sendo voltada para você…
– não quero esta luz… A revolta da entidade era imensa. Falava impropérios, atacava, ofendia, queria mostrar força…
– até quando você acha que vai ficar naquela escuridão? Agora você pode receber a luz, ser feliz, melhorar sua vida…
Depois de muito falar e se revoltar contou que era um padre que se desiludiu com a Igreja. Não acreditava em mais nada, queria destruir.
– você trabalhou para a Igreja e se decepcionou; agora você vai trabalhar para Jesus
– não sei se posso confiar…
– é a Luz que pode te ajudar, confia em Jesus, pode voltar a crer e a ter fé; podemos oferecer para você uma nova oportunidade…
– estou aqui porque encontro brecha… precisa haver reconciliação e perdão entre as duas…
– mas agora você vai ser encaminhado para uma oportunidade melhor…
A responsabilidade tem o tamanho do conhecimento nos alerta André Luiz. O ataque ao lugar e às pessoas que lá vivem é muito maior que se supunha. Verdadeiros exércitos com o objetivo de destruir, acabar, não sobrar pedra sobre pedra. Outros espíritos se comunicavam. A reclamação inicial era o afastamento de multidões de espíritos que estavam lá obedecendo ordens para destruir, acabar com tudo.
– não adianta, vocês não vão conseguir, somos muitos, estamos aqui para acabar com tudo
– e nós estamos aqui para ajudar todos vocês, mostrar uma vida melhor, com mais Luz, mais paz
– mas meu chefe não vai deixar a gente ir embora
– aqui vocês estão protegidos, podem confiar em nós
– o chefe está aí, atrás de você, ele não vai deixar…
– estamos aqui para ajudar…
– você não está conversando mais com ele, já foram embora aqueles covardes, consigo outros, sou o chefe
– que bom que você está aqui para conversarmos, temos uma proposta boa para você
– não quero nada, sou eu que mando aqui…
– é mas a vida é igual a uma gangorra, hoje você manda, amanhã olha como você pode ficar…
– mas eu gosto de mandar…
– você pode experimentar outras coisas… veja quem está aqui para falar com você…
Inácio Ferreira¹ tem uma colocação intrigante que nos leva a pensar: – Os espíritos que estão acima de nós não podem senão cooperar conosco, com base naquilo que já sabemos, para que, com base no já sabido por nós, possamos ampliar o que sabemos!… As comunicações continuavam…
Este chegou sarcástico e valente
– acendeu uma luzinha lá, é!?
– não é uma luzinha, são tochas que ficarão acesas iluminando tudo
– parece velinha de macumba… é para queimar bruxa?
– é o fogo do esclarecimento…
– parece antigamente, vocês querem queimar bruxas, é?
– é um sinal, Luz, Cristo, caridade…
– nossa falange é forte; destruir, quebrar, acabar, é isto que a gente faz…
– vou pegar esta Luz e jogar em você. Este é o poder da Luz
O espírito ficou irritado, se coçando
– com aquele lá você pode, mas comigo não.. nossa falange é mais forte do que aquela…
– falar é fácil, fazer é muito difícil
– eu não tenho medo de nada…
-olha a Luz que está lá em cima, levanta a cabeça, olha
Ele não conseguia
– você fala que não tem medo de nada, mas não olha a Luz
Não olhava
– já que você não te medo de nada, viva uma nova experiência, vou trazer você deste lado, me dê a sua mão
Escondeu a mão
– você disse que não tem medo de nada e está escondendo sua mão
Mantinha a mão escondida
– mas mesmo assim vou trazer você. Vem! Vem! Vem! e foi puxado
Desincorporou
Passado pouco tempo ele incorporou novamente e chamou o dialogador pelo nome
– não consigo me desligar, o chefe me domina mentalmente;
Esticou os braços oferecendo os punhos para o dialogador
– me amarra e me prenda numa cela, não consigo me desligar
– vou fazer diferente; vou pegar a luz da tocha, vou fazer uma bolha e você vai ficar dentro como um escudo protetor
– mentalmente o chefe me domina
– você vai ficar dentro desta bolha, e vamos chamar os técnicos para dispersar os fios que ligam a sua mente
Passes de dispersão
– agora você vai dormir tranqüilo, quando você acordar vamos conversar tranquilamente
A entidade chegou reclamando que tinha muita gente
– é muita gente aqui
– e o que você está fazendo, se não gosta?
– obedeço o chefe, você não está vendo: a briga é por espaço
– vamos libertar você
– é, nós ficamos aqui, competindo por espaço e o chefe fica no bem bom lá no palácio
– então já que você sabe onde o chefe está, nos ajuda a trazê-lo aqui…
– eu não! Não vou trazer chefe, tenho medo
– pode ter fé, acreditar que vai dar tudo certo e você está protegido
– igual a sua fé?
– você também tem fé…
– me dá esperança… será que consigo ter fé? (sorri)
– os índios estão aqui para te proteger. Depois que o chefe vir, você será levado para lugar seguro
– esse índio é grande, mas meu chefe é maior, precisa de mais índio deste tamanho
– vamos reunir mais índios… concentre, pense no chefe, nos leve até onde ele está
O chefe chegou calmo, irônico
– você me chamou, estou aqui
– que bom que você veio, precisamos conversar
– coisas do passado, você fez, agora é minha vez
– você não acha que faz muito tempo? Já é hora de vir até os tempos de hoje
– era época da peste negra… você foi culpada… tinha poder lá no castelo…
– ninguém tem poder sobre a peste, não há como mandar na peste… já é hora de sair deste passado
– não quero
– o tempo passou, as pessoas reencarnaram muitas vezes, dores, sofrimentos, aprendizado…
– eu mexia com magia, com minhas ervas… você me perseguia…
– o que você fazia com sua magia…?
– fazia o que me pagavam…
– então não era tão inocente assim…
– acho que é um amor à avessas que me mantém lá…
– vamos cuidar de você, vai se sentir bem…
Outro dialogador começa a cobrir a entidade com uma gelatina verde, preparada com ervas e plantas das matas
– vamos te cobrir com esta gelatina verde amazonas, muito brilhante; você vai se sentir bem… vamos te encaminhar…
– preciso buscar os três que estão presos no subsolo, no terceiro subsolo…
– vou junto com você… descemos no primeiro subsolo…
– tem muita gente aqui…
– pegue um pouco desta gelatina e passe neles, a gelatina vai aumentar a cuidar de todos eles…
Ele sorri, e vai distribuindo o gel, passando um pouco em cada um
– vamos para o segundo subsolo… passe a gelatina…
– vamos para o terceiro subsolo… cuide deles… vamos subir…
– tem mais no telhado… no sótão… para cima… você não conhece o caminho…
– pegue esta tocha… vou com você… levo a gelatina para você passar…
– agora estão todos livres, vou trabalhar com esta Luz que você me deu… tem verde, amarelo, branco…
– branco é a Luz Chrística… agora esta Luz também é sua
– vou trabalhar para modificar tudo que fiz, muito obrigado, não mereço… muito obrigado…(sorri embargado de emoção)
O mentor veio conversar com o grupo. O trabalho foi grande, com muita luz, renovação e trabalho de resgate. Por alguma razão aquela quantidade de espíritos foram reunidos naquele local. Não entrou em detalhes. É preciso perdoar. As pessoas envolvidas no conflito precisam viver o perdão.
Outro mentor veio completar as recomendações. O trabalho envolveu a muitos. O presente precisa se reconciliar com o passado.
¹ livro Egos em Conflito – Inácio Ferreira e Carlos Bacelli