Hoje uma reunião densa, exigindo de todos muito cuidado com suas vibrações durante o trabalho. É muito bom este exercício, nos mantém atentos como soldados prontos para servir.
Na preparação, com a leitura e estudo do livro Desobsessão, a Terapia dos Imortais, de Luiz Gonzaga Pinheiro, falando sobre o local que espíritos obsessores moram, dominam territórios, lugares secos, com vegetação esturricada, cinza, deprimente, lembramos dos apontamentos de Inácio Ferreira no livro O Último Ceitil, que explica ser nosso planeta mãe, 7 Terras (superfícies), das mais diáfanas até as mais densas e trágicas na sua aparência e vibração. Cada um destes sete estágios da Terra tem sua vibração própria, com sua população espiritual correspondente. Nós no estágio de encarnados estamos nesta Terra que nossos 5 sentidos conseguem perceber. Os médiuns videntes, sensitivos, tem uma capacidade diferenciada que permitem a visualização de espíritos em estágios vibratórios um pouco diferente do que estamos no momento. Isto não quer dizer que a grande maioria da humanidade não possa desenvolver a capacidade intuitiva a ponto de aumentar significativamente a percepção de outro estágio de vibrações.
No caso em análise de estudo, um dos chefes da obsessão, militar na segunda guerra mundial, percebe a presença da médium em seu território, fica ofendido e investe sobre ela. Esta ação é como um peixe sendo fisgado no anzol. A comunicação através da médium fica aberta e é possível um interessante e longo diálogo. É muito importante o nível de troca e respeito deste diálogo. De um lado um general, alta patente, animado no seu ódio, justificado na sua formação militar e honra da pátria mãe. Do outro, o dialogador guardando total respeito, procurando ouvir e entender, primeiro, quais as razões de tanto esforço para destruir uma pessoa que era o motivo daquela assistência espiritual. Nenhuma crítica, nenhum convite a mudar a forma de pensar. Era preciso ouvir para conhecer e entender. Este interessante diálogo vai continuar nas próximas reuniões por que estudamos pequenos trechos de leitura a cada semana.
No ESE cap 28, item 83 Kardec ensina:
A cura das obsessões graves requer muita paciência, perseverança e devotamento. Exige também tato e habilidade, para a condução ao bem de Espíritos quase sempre muito perversos, endurecidos e astuciosos, pois que os há rebeldes até o último grau. Na maioria dos casos, devemos guiar-nos pelas circunstâncias. Mas, seja, qual for à natureza do Espírito, o certo é que nada se obtém pelo constrangimento ou pela ameaça, pois toda a influência depende do ascendente moral.
Na leitura, um destaque nas palavras do perseguidor militar, se refere à investida quando o assediado era ainda uma criança. Causava-lhe pavor, e o mantinha petrificado diante das imagens que lhe eram projetadas. Este um alerta para os trabalhos de atendimento e orientação ao público numa casa espírita. Existe a situação em que a criança se perturba com situações de atritos rotineiras, com sua mediunidade ainda aberta até mais ou menos os sete anos, conflitos, perdas e medos familiares. Nestes casos cabe um tipo de atendimento espiritual, geralmente recomendado para a criança e o maior número de familiares possível. No caso mencionado na história do livro, a criança era o alvo direto de perseguidores implacáveis. Tratamento espiritual e moral para mais de uma encarnação.
É por isto que as pessoas não devem sair dentro de uma casa de atendimento espiritual dando palpites sem o devido preparo, no que se refere a perceber a situação espiritual e a capacidade de assimilação das orientações. Quem quiser ajudar dentro de uma casa espírita, tem que estudar muito. De boa intenção, o inferno está cheio ou como diz o ditado, não vá o sapateiro além das sandálias.
Na nossa abertura do trabalho, a leitura do ESE cap 15. Item 1 O Bom Samaritano:
Porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede e destes-me de beber; precisava de alojamento e recolhestes-me; estava nu e cobristes-me; estava enfermo e visitastes-me; estava no cárcere e viestes ver-me” parecia marcar a largada para os atendimentos que aconteceriam.
Uma situação demonstrou o quanto temos que nos preparar para atividade desta envergadura. Foi uma dificuldade para o médium no momento de captar o espírito comunicante. Quase não havia possibilidades. A situação era de muita dor, as condições do espírito, muito difíceis. Foi preciso aplicação de passes específicos, abertura de chacras, cores apropriadas, ativação de glândulas para que a comunicação pudesse acontecer.
Querer trabalhar com desobsessão sem ter conhecimento destes recursos, é temerário ou no mínimo o atendimento terá menos eficácia. O estudo de energias, passes, cores e cromoterapia, chacras, glândulas é sine qua non para nortear a aplicação de energias restauradoras e curativas no espírito atendido. Kardec no cap 28 item 5 elucida:
Nos casos de obsessão grave, o obsedado está como envolvido e impregnado por um fluído pernicioso, que neutraliza a ação dos fluídos salutares e os repele. É necessário livrá-lo desse fluido.Mas um mal fluido não pode ser repelido por outro da mesma espécie. Por uma ação semelhante a que o médium curador exerce nos casos de doença, é preciso expulsar o fluido mau com a ajuda de um fluido melhor, que produz, de certo modo, o efeito de um resgate.
Outro caso interessante é o poder que alguns se auto revestem ou se auto intitulam usando como recurso cemitérios e trabalhos feitos com materiais e objetos de lá extraídos. Não se pode desprezar ou desqualificar a capacidade de afetação que estas mandingas e mal feitos podem atingir. Tanto é verdade que no caso existia um pedido de socorro espiritual e lá estavam vários espíritos participantes deste drama apresentado.
Aí também entra a técnica de muito anos de experiência e esdo. O dialogador vê apenas flores espalhados pelo chão, não dá existência aos objetos que ali foram trazidos. É um técnica, onde o amor e o otimismo entram em confronto com a sujeira, e o mal materializado em forma de objetos. Os guardiões entraram em ação, provavelmente o índio grandalhão (como é chamado pelos espíritos que são trazidos) é que dava as ordens. Limpar tudo, retirar, deixar livre.
Aquele momento em que um grupo de amigos assistidos chega é sempre emocionante. Desta vez a dor, o desespero da perda de amores, queridos do coração, eram o móvel da vingança. Chegam assustados, revoltados, sem esperança.
– você diz que está feliz por nos receber, mas está rindo de nós. Não dá para confiar em ninguém…. queremos continuar ….
– quando estamos felizes irradiamos. Quem está feliz sorri, dá risada. Você não se lembra de alguma vez que foi feliz?
– não me faça recordar. Depois da felicidade vem o sofrimento…
– vocês têm razão. Existem situações que doem tanto, mas tanto que dá vontade de matar…
– é isto, você me entende, só matando mesmo, para nós só resta isto…
– e se pudessem viver uma coisa nova, outra vida, esquecer o que aconteceu?
– mas nós não temos mais nada, não temos outra coisa a fazer….
– e parece que não estão conseguindo muita coisa…
– é……não estamos mesmo…….
– qual sua maior felicidade antes de acontecer a desgraça que aconteceu?
– não dá para pensar em felicidade, porque ele acabou com tudo de nós
– mas lembre, qual o momento mais feliz da sua vida antes deste mal acontecer… é para todos lembrarem também…
– (tenta sorrir)… foi quando nasceu o fio meu. Mas ele morreu, acabou, jogou no lixo… não tem mais nada…
– olhe os que estão a sua volta. É para todos prestarem atenção e olhar…
– já tem gente sorrindo, estão vendo alguma coisa… (Emoção vai tomando conta)
– olhe, veja o sorriso… veja os dentes brilhando, sorrindo para você…
– o moço sorri e ao mesmo tempo é o bebê fio meu… não estou entendendo… ele diz que é meu fio
– ele sempre esteve com você. Chamava mãe…mãe…mãe, mas você não ouvia
– às vezes eu ouvia sim, ouvia me chamarem de mãe, pensava que estava ficando louca…
– faz tempo que ele te chama, agora você e todos seus amigos encontraram que amam e podem seguir com eles
– nós podemos mesmo? Para onde vão nos levar? Vou ficar com meu menino? Agora ele é um moço…
– Vá com Jesus e sempre agradeça a Ele…
No encerramento do atendimento, a recomendação do alto para o encarnado atendido naquela noite, foi o complemento da mensagem da abertura “Na verdade vos digo, que quantas vezes vós fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, a mim é que o fizestes.” Novamente com lindas palavras repetem a orientação de Kardec no ESE cap 28 item 81 “A tarefa se torna mais fácil, quando o obsedado, compreendendo a sua situação, oferece o concurso da sua vontade e das suas preces. Dá-se o contrário quando, seduzido pelo Espírito embusteiro, ele se mantém iludido quanto às qualidades da entidade que o domina, e se compraz nas suas mistificações, porque então, em vez de ajudar, ele mesmo repele qualquer assistência.”
Como sempre fazemos no final dos trabalhos, partimos para as vibrações para amigos, familiares, desencarnados e mais uma vez fomos reforçar as vibrações em Brasília. O que deixamos na semana passada estava fraquinho, quase sem luz, bem pobrezinho. A impressão que dá é que pouca gente está lembrando de vibrar pelo Brasil. Reforçamos a cúpula, ela ficou envidraçada e deu a entender que vai impedir que entre vibrações ruins. As que estão dentro já são mais do que suficientes.
Partimos então para mais uma empreitada, das boas. Vibrar e fazer uma limpeza dentro da nossa Casa de trabalho espiritual. No salão, em linha, sentido da porta de entrada para a porta do fundo, onde é o corredor das cadeiras brancas, estavam espíritos enfileirados, firmes como se fossem os Rapa-Nui, Os Gigantes da Ilha de Páscoa com um tipo de chapéu cilíndrico chamado Punkao. Cada um de nós, com uma lanterna movida com nossa própria luz ou ectoplasma, era o que tínhamos para oferecer, passou de sala em sala, canto a canto, limpando a casa. Teve momentos que espontaneamente todos ajudaram a criar uma proteção. Foi um momento mágico e muito alegre. Deu um pouco de cansaço, mas passou logo.
Como é bom ser um trabalhador de Jesus com a supervisão de Auta de Souza!