As trevas não querem que a Pátria do Evangelho se alevante

Transcrever o estudo desta noite vai ser difícil. Deu para sentir que o ambiente estava denso, tinha muita gente no salão. Um dos médiuns percebeu que estávamos num anfiteatro, no piso térreo. No mezanino, em toda volta, na forma oval, estavam muitos estudantes nos assistindo. Não são do nosso grupo de estudantes. Eram visitas, e estavam nos observando como estudo. O mezanino era fechado com vidro, não havia interferência deste público observador, com o que estávamos trabalhando embaixo.

 

Esta noite, todos ao chegarem recebem uma aplicação de luz AZUL… A ideia durante a aplicação era de aliviar a aura, limpar, tranquilizar…

 

Iniciamos com o Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo 25, BUSCAI E ACHAREIS, item 6, Observai os pássaros do Céu. “ Não ajunteis tesouros na Terra, onde a ferrugem e os vermes os corroem, onde os ladrões os desenterram e roubam, mas formai tesouros no Céu, onde nem a ferrugem, nem os vermes os corroem; porque onde está o vosso tesouro, aí também está o vosso coração.” Na meia hora dedicada ao estudo do Evangelho, só deu para refletir sobre a metade da frase. “ Não ajunteis tesouros na Terra, onde a ferrugem e os vermes os corroem, onde os ladrões os desenterram e roubam, mas formai tesouros no Céu, onde nem a ferrugem, nem os vermes os corroem…”

 

O que significa tesouro na Terra? A resposta mais comum se refere à coisas materiais, aos valores que damos para o que possuímos.

 

Nossas relações sociais, podem ser qualificadas como coisas materiais? Na vida moderna, é impressionante a quantidade de compromissos inadiáveis que temos que cumprir. Em que categoria colocamos nossas relações sociais? No mundo material ou no espiritual? Nossos “amigos” do facebook estão ligados ao mundo material ou espiritual? O pai ou a mãe, que passa muitas horas dedicado ao trabalho, com pouco tempo para a família, está com seu tesouro na Terra ou no Céu?

 

Podemos apostar que a maioria responderá que está vinculado ao tesouro material, abandonando a família, não participando da criação dos filhos, e mais blá, blá, blá… Agora que estamos perto do dia dos Pais, a propaganda na televisão vai mostrar pais dedicados, sorrindo para seus filhos, passeando no parque ou de preferência no shopping. Que beleza! Que pais, dedicados e maravilhosos!

 

O que você pensa, do pai que passa 30 anos dentro de um laboratório, se dedicando em tempo integral, para descobrir um remédio que salva a tua vida, tira a tua dor? E se ele ao longo destes 30 anos, teve pouco tempo para os filhos, para a esposa?

 

Como você julga o executivo, que trabalha mais horas que o normal, que dorme com o celular da empresa ao lado do travesseiro, que tem pouco tempo para a família enquanto que sua empresa garante centenas de empregos, para pais e mães de família, garantirem seu sustento? Se este executivo falar para sua empresa, vou ficar em casa para brincar com meus filhos, o que vai acontecer? Empresa não tem coração… nem filhos…

 

Hoje em dia, uma médico para sobreviver na profissão, tem no mínimo três empregos. Para chegar em cada um, leva pelo menos uma hora no transito. A que horas ele chega em casa? Terá bom animo com a família? Você quando vai ao médico, pelo seu plano de saúde, está se importando com a hora que este médico vai chegar em casa e se ele sorri para seus filhos e esposa?

 

Agora vamos falar de você. Você gosta do que faz na vida? No que você se dedica mais? Você trabalha com gosto ou porque tem que fazer? Na sua vida, onde está teu coração? Onde está seu tesouro? Onde você encontra a sensação de prazer, de plenitude?    O que é que você faz e não pesa na alma? Cuidado com respostas chavões, respostas aprendidas, respostas do que tem que ser assim…

 

Gostamos de nos iludir, de querer usufruir de uma proteção pós morte, sem fazer muito esforço. Hoje mesmo uma dos trabalhadores espirituais, nos chamou a atenção: – Vocês já tem bastante conhecimento, agora é aperfeiçoar sua própria dedicação ao trabalho de socorro espiritual. Estudem mais, venham melhor preparados para o trabalho, não inventem desculpas para deixar de vir.

 

Inácio Ferreira, patrono de uma dos nossos trabalhos espirituais do CISCOS, no seu livro INFINITAS MORADAS, com Baccelli, explica nossa volta e vida no Plano Espiritual:

“- A única diferença da vida com que nos deparamos além-túmulo entre aquela que deixamos para trás é que ele continua sem o corpo de carne… Quanto ao resto, é quase tudo igual!

– Cada espírito com sua trajetória! Se não nos empenhamos na conquista dos reais valores, onde estivermos, na Terra ou no Além, viveremos à mercê das circunstâncias. A vida será sempre a vida, em qualquer parte. Não estamos entregues a nós mesmos, mas, sim, às nossas próprias obras. O protecionismo que os homens imaginam encontrar depois da morte, sem que, para tanto tenham se esforçado, é uma quimera! Este é um dos maiores equívocos humanos! Precisamos fazer o homem compreender semelhante realidade, com o propósito de que venha a deixar o corpo mais consciente de si. A maioria fica na expectativa de uma recepção que nada fez para ter. Nem todos tem a espera-los familiares e amigos. …

– Os que vivem lá embaixo, não fazem ideia dos dramas que se desenrolam aqui em cima; a maioria dos encarnados, pensam que os que deixamos o corpo, somos logo encaminhados e não nos perdemos… O pessoal deduz, equivocadamente, que a vida por aqui é bem menos complexa; sem dúvida que, sob certos aspectos, é mais organizada, principalmente nas Dimensões Acima da nossa, mas nas vizinhas da Crosta… a luta continua e, não raro, de uma forma muito mais intensa. O mérito é a única moeda corrente com real valor por aqui.

– Enganam-se os que imaginam que, após a sua desencarnação, conseguirão mudar de atividade facilmente – quase sempre, quando morremos, continuamos a nos ocupar do que nos ocupávamos, procurando nos emprenhar no melhor cumprimento do dever, reparando possíveis equívocos profissionais. … É muito raro que, antes que uma nova existência no corpo nos beneficie, consigamos uma mudança radical em nossos hábitos, principalmente naqueles, que, por assim dizer, se nos transformaram em carma….

– Os maus profissionais, os que não revelam vocação para o ofício, os que não se esmeram à perfeição no desempenho de suas obrigações, os que malbaratam o tempo, os que apenas pensam no ganho material, tratando os outros como objeto de suas ambições – todos estes e os demais que deixo de citar, para que a lista não se torne extensa, responderão, ao lado dos seus equívocos morais na convivência pessoal com as criaturas, responderão! Porquanto, muita vezes, haverão de suspirar pela oportunidade perdida…

– Ah, o carma das profissões! – sem dúvida, que forma um capítulo à parte e, no futuro, merecerá atenciosos estudos, por parte de nossos irmãos espiritistas que haverão, cada vez mais, de se aprofundar nas nuances da Vida Espiritual.”

 

Muito mais conversamos sobre os valores materiais e espirituais que vivemos na atualidade. Principalmente na inversão absurda de valores morais que tomaram conta da comunicação da mídia. Fizemos um teste simples: perguntamos para todos os companheiros presentes se estavam acompanhando os Jogos Panamericanos que estão acontecendo em Lima, Peru. Ninguém sabia do assunto. Só ontem e hoje, o Brasil ganhou 5 medalhas de ouro, com atletas que se dedicam 8 horas por dia em treinamentos, seis dias por semana, pelo menos nos últimos dez anos de suas vidas! A imprensa se recusa em noticiar tamanho feito de brasileiros de fibra, que deveria ser exemplo para nossa juventude!

 

Agora, os absurdos da falta de decoro, de proteção a si mesmos, de profundo abismo que estão abrindo, que artistas, youtubers, publicam, e todos os meios de comunicação repercutem, como se fosse jornalismo, é de estarrecer! Está tudo invertido, as trevas não querem que a Pátria do Evangelho se alevante como dizia o poeta.

 

Nem a Pátria, nem o CISCOS. Hoje diversos espíritos que vieram ou foram colocados para conversar conosco, mesmo sem quererem conversar, reclamavam de que nós os atrapalham. Nós somos verdadeiros ladrões, bandidos, estamos impedindo o trabalho deles de destruição, de vingança… O mal lutando desesperadamente contra o Bem!

 

Os mentores intuíram o recado para todos nós, aceitar e conhecer mais os próprios sentimentos. É muito importante este auto conhecimento, do que sentimos de verdade, sem esconder de nós mesmos, sem se culpar, sem querer mudar na força. Os mentores explicaram que quanto mais soubermos o que sentimos, bom ou ruim, menos vulneráveis ficamos com nossos perseguidores. Conhecer mais a si mesmo para NÃO ABRIR BRECHA para as trevas.

 

Tem um ditado, que os mais velhos provavelmente ouviram muitas vezes quando crianças: “o homem não sabe porque bate; mas a mulher sempre sabe porque apanha”. A mulher é vista como dissimulada, aquela que esconde seus sentimentos, que é falsa, que não é pura, que merece castigo. Este é o inconsciente de todo aquele que não se conhece. Bem dizia o grande filósofo grego Conhece-te a ti mesmo!

 

Estávamos tão embalados nestas observações, que o livro LIBERTAÇÃO de André Luiz, que estudamos, foi continuação natural dos nossos assuntos de estudo. Estamos no trecho que duas mulheres conversam nas Trevas. Uma é encarnada e tem a missão de atormentar o marido, para que ele atormente o local de trabalho. Uma vingança urdida antes da reencarnação do casal. Ele reencarnou para provocar distúrbio social e ela encarnou para não deixar ele esquecer de sua missão. O trabalho dela é mantê-lo atormentado dia e noite…

“A outra deu um salto à retaguarda, ao modo de um animal surpreendido e gritou:

– Orações? você está cega quanto ao perigo que isso significa? Quem reza cai na mansidão. É necessário espezinhá-lo, torturá-lo, feri-lo, a fim de que a revolta o mantenha em nosso círculo. Se ganhar piedade, estragar-nos-á o plano, deixando de ser nosso instrumento na fábrica.

A interlocutora, no entanto, observou, ingênua: – Ele se diz mais calmo, mais confiante…

– Marina – obtemperou a outra, intempestiva –, você sabe que não podemos fazer milagres e não é justo aceitar regras e intrujices de espíritos acovardados que, a pretexto de fé religiosa, se arvoram em ditadores de salvação. Precisamos de seu marido e de muitas outras pessoas que a ele se agregam em serviço e em nosso nível, O projeto é enorme e interessante para nós. Já esqueceu quanto sofremos? Eu, de mim mesma, tenho duras lições por retribuir. E batendo-lhe esquisitamente nos ombros, acentuava:

– Não admita encantamentos espirituais. A realidade é nossa e cabe-nos aproveitar o ensejo, integralmente. Volte para o corpo e não ceda um milímetro. Corra com os apóstolos improvisados. Fazem-nos mal. Prenda João, controlando-lhe o tempo. Desenvolva serviço eficiente e não o liberte. Fira-o devagarinho. O desespero dele chegará, por fim, e, com as forças da insubmissão que forem exteriorizadas em nosso favor, alcançaremos os fins a que nos propomos. Nada de transigência. Não se atemorize com promessas de inferno ou céu depois da morte. Em toda parte a vida é aquilo que fazemos dela.

Boquiaberto com o que me era dado perceber, reparei que a entidade astuta e vingativa envolvia a interlocutora em fluidos sombrios, à maneira dos hipnotizadores comuns.”

 

Quantas pessoas conhecemos, que chegam numa Casa Espírita, se encantam, vem umas poucas vezes e desaparecem sem deixar rastro. Existem famílias totalmente organizadas para viver na desgraça, na agressividade, na confusão, na sujeira, na desorganização. Judiam de seus próprios componentes, para garantir as trevas a sua volta. Inversão de valores, onde o mal, a vingança é mais importante que a paz e a felicidade.

 

Podemos usar nossas primeiras conversas da noite como exemplo. Quantos lares se desfazem porque um dos parceiros trabalha muito e o cônjuge, reclama o tempo todo, se exime de cuidar da prole com esmero e amor e acusa que a falta de amor é daquele, ou daquela, que fica mais tempo fora de casa. Nosso desespero por se sentir amados, é maior que nossa capacidade de amar… A vida da família vira um tormento…

 

Uma situação que vai minando o médium trabalhador é a insinuação por parte dos espíritos mais trevosos que são atendidos, sugerindo que os sofrimentos do médium são por causa do trabalho mediúnico. Se ele parar de trabalhar, o sofrimento para. Tem toda razão. Faz parte da estratégia, mais velha do que andar pra frente: o médium para de frequentar o Centro Espírita. As trevas se afastam de dão uma pausa, a vida volta a ficar tranquila. Se tiver algum risco do médium voltar a querer trabalhar, é melhor mantê-lo bem alegrinho e despreocupado… a vida volta a lhe sorrir… quanto mais longe do Evangelho, mais sorte tem… mais se afunda…

 

Tem a outra situação. As Trevas se afastam e esperam… o tempo que for necessário para ter certeza que o médium não vai voltar, que está afastado, desarmado, frágil, indefeso… e crau! Está perdido! A vida vira um inferno…

 

Desta vez no nosso exercício mediúnico, não nos afastamos do CISCOS, da sala de trabalho espiritual. Entramos em sintonia com todos os que estavam à nossa volta. Abraçamos com alegria os estudantes, nossos parceiros de aprendizagem de todas as terças-feiras. O primeiro exercício era perceber o que estava acontecendo à nossa volta, naquele ambiente… Estávamos sendo observados pelos estudantes que vieram conhecer nosso trabalho…

 

Estamos sendo treinados para sair de situações. Provavelmente a maioria nesta semana teve algum pesadelo… O importante não é acordar e sair do pesadelo, é aprender a se livrar dos miasmas que deixam em nós… envolvidos em fluidos sombrios. No final dos trabalhos quase todos os participantes narraram alguma noite bem mal dormida nesta semana… e o dia que se arrastou…

 

O médium começa da descrever…

Estão chegando vagões cheios de pessoas em grande sofrimento. Os vagões lembram os trens nazistas… são muitos vagões… as pessoas são muito sofridas… deformadas… esperançosas

Os mentores explicam e alertam:

são muitos vagões que pararam aqui… este é um trabalho de meses de atendimento. Para poder ajudar todas esta gente é preciso maior segurança para o grupo. É preciso mais empenho nos estudos. Os trabalhadores estão preparados, quanto maior o preparo, melhor será o resultado do socorro espiritual.

 

Alguns destes passageiros do trem, se comunicaram. Um estava confuso, com muito medo de ficar no CISCOS. Demorou aceitar o convite, apesar de muito necessitado…

 

Outra mulher foi resgatada de águas profundas.

 

Um espírito se mostrava confuso, medroso, reticente em ser ajudado. Até que a mãe e um primo surgem na sua frente… A desconfiança dele continuava. O primo então lhe fala

primo, já desencarnei, reencarnei de novo, e desencarnei, estou com sua mãe e você não sai do lugar, continua do mesmo jeito!

Ficou chocado com as notícias da família, o quanto estava parado no tempo e aceitou ser ajudado…

 

Um espírito estava no ambiente para vigiar, ver o que estamos fazendo, reclamava de nós, do nosso trabalho…

vocês fazem magia, ficam enfeitiçando a gente

 

Ele chegou contando um pouco de vantagem… depois acabou revelando

– sou um falso exu, fico enganando vocês… tem gente que é fácil enganar…

– e o que você faz por aqui

– vocês estão me atrapalhando! …me descobriram!

Este espírito tinha colocado nos ombros de um médium, muitos pregos e coisas pontiagudas para pesar e doer. O médium confirmou que nestes dias estava sentindo o peso e a dor nas costas

 

Em seguida vem outro revoltado, falando baixinho… cheio de raiva…

vocês são bandidos…

– mas nós somos amigos…

– muita gente não gosta de vocês

podemos ajudar muita gente, podemos ajudar você…

– meu chefe me avisou, ele odeia vocês…

– quando você entrou aqui bateu a esperança… foi uma fagulha…

– cale a boca!

– você não quer deixar sair de você a esperança…

– fique quieta!

– você não quer deixar a gente te ajudar, aqui é o lugar certo, podemos te ajudar você reencontrar seus amores

Uma das médiuns, vem até o dialogador e diz: é a filha dele

– seria uma filha querida?

– não fale! Cale a boca!

– fique calmo, deixe esta brecha se abrir dentro de você…

A voz aumentou, o corpo ficou mais ereto, mudou de postura… foi colocado para descansar…

 

O espírito foi retirado mas deixou muita raiva no médium…

Foi aplicado passes para acalmar e no final do trabalho recebeu um passe com a luz AZUL…

 

No encerramento, por inspiração, foi dado o recado:

 

– Quando buscamos novas formas de ver o mundo, de analisar os clichês, os pensamentos aprendidos, os conceitos repetidos, quebrando paradigmas, estamos na verdade dando uma chance a nós mesmos. É um desmonte de conceitos, ao mesmo tempo uma abertura para conhecer nossos sentimentos, nos libertar de culpas desnecessárias e até fora da realidade. As culpas muitas vezes, são inconscientes, são aprendidas, estão fora da lógica, desproporcionais aos fatos. Só que estas culpas, com sentimentos desconhecidos por nós mesmos, podem nos paralisar, impedir nosso progresso, nossa melhor compreensão do mundo… Formai tesouros no Céu, onde nem a ferrugem, nem os vermes os corroem. Sentimentos escondidos se transformam em ferrugem e vermes que corroem nosso ser. Pensamentos repetidos, hábitos arraigados. Não é tarefa fácil, porém, os amigos do Alto estão ao nosso lado para nos ajudar neste desafio…

 

Que Jesus desperte a todos!

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