Grupo de Atendimento Programado e Estudos de Desobsessão Inácio Ferreira
Antecedido pelo grupo de estudo do livro Egos em Conflito de Inácio Ferreira
O conjunto das atividades desta quinta-feira nos levou a tempos longínquos, profundos, passados estes, de todos que participaram.
O processo de inserção nas experiências transatas começou com o estudo do livro Egos em Conflito (cap. 6 e 7). Ficamos debatendo o quanto nossos egos, enquanto participantes das atividades mediúnicas, surgem, atuam, são revelados espontaneamente algumas vezes, outras são buscados na nossa profundezas. Como nos explica Inácio Ferreira e seus amigos de estudo e trabalho, todos nós revelamos rotineiramente egos que já fomos, coordenados no momento pelo ego que exercitamos ser neste momento. Isto seria o ideal, mas muitas vezes uma experiência vivida anteriormente, que foi muito marcante, extrapola seus limites e passa a dominar a atualidade. Somos presente e passado ao mesmo tempo, preparando com muito zelo nossos egos futuros. Muito louco, grande sacada que estas leituras vão despertando em nós.
Diante destas informações, durante o estudo, de forma muito honesta, conversamos sobre os egos que afloram em nós durante o exercício do trabalho mediúnico. Não necessariamente como médiuns de incorporação, mas em todas as nossas manifestações durante a execução do trabalho. Foi muito importante esta troca, esta revelação entre nós, esta sinceridade de nos expor.
Para finalizar a etapa de estudos, fomos nos sintonizando com o trabalho que viria a seguir. Isto nos deixou muito calmos, uma tranquilidade da alma, um ambiente muito agradável. Quando começamos o trabalho propriamente dito, o ambiente estava seguro, cada um mentalmente, emocionalmente bem posicionado. Esta prontidão reflete na qualidade do atendimento aos irmãos desencarnados, principalmente na situação que foram trazidos por forte força de atração. O trabalho do Grupo Inácio Ferreira não acontece ao acaso, tem objetivos de atendimento muito claros e definidos e nem sempre o espíritos trazidos estão concordando em vir.
Através da mediunidade foi visto o nosso querido exemplo Fabiano de Cristo organizando e orientando vários pequenos grupos de trabalhadores, e o nosso grupo era um destes núcleos.
O cerne do atendimento foi um mergulho em passado longínquo, em parte tenebroso, triste, dolorido para todos os participantes desta imensa tragédia em vários atos. Cada situação atendida envolvia dezenas, centenas e até milhares de espíritos doloridos, vingativos, confusos, doentes, machucados, temerosos, agressivos, descrentes, valente para fazer o mal, covardes com medo de sofrerem o mal. Tudo ao mesmo tempo, junto e misturado como dizemos hoje.
Atendemos aldeias dizimadas longínquas, cidades que hoje não existem mais no mapa, grupos que conseguiram a vingança almejadas e continuavam sem se livrar da dor e do ódio, ao mesmo tempo que amores acompanhavam tudo e ficavam esperando a menor brecha para cobrirem seus amados com as bênçãos da Luz e do Amor. Ah! O Amor… que força é essa que transpõe a escuridão, os pântanos, lamas, buracos, prisões e está sempre de prontidão para se Expressar…
Hoje muito se fala de amor, o conceito está banalizado, literatura, cinema, novelas, festas, eventos, sexo, tragédias, relacionamentos, família. Explica qualquer ato, cabe em qualquer situação. Porém as expressões de Amor verdadeiro que presenciamos em nossos trabalhos, extrapolam qualquer conceito e ambição de amor que tenhamos em nossos projetos de vida.
Alguns atendimentos chamaram a atenção. Grupos que estavam sofrendo desde que foram dizimados juntamente com suas aldeias. Outros que conseguiram se reorganizar, e acompanhar o seu algoz por outras vidas, esperando sempre a oportunidade da vingança. Conseguiram levar o rei à guilhotina, mas não conseguiram se sentir melhor, ficaram cristalizados na idéia de vingança… Como é lindo poder libertar muitas, muitas almas, deste grilhão amargo que é o sabor da vingança. Como ficam assustados e surpreendidos quando provam da água cristalina que verte nos ambientes de Amor e Perdão. Como alguém exclamou esta água é doce!
Um socorro que chamou atenção de todos foi de um grupo, imenso que foi trazido em péssimas condições. A entidade escolhida para conversar estava tão machucada e doente que não tinhas forças para falar. Aos poucos foi se recuperando, demonstrava que estava ficando melhor, balbuciava até que conseguiu conversar. A primeira coisa que exigiu foi que todos seus amigos fossem ajudados também. Mal balbuciava e clamava pela ajuda para todos. Sua confiança foi aumentando. Exclamou seu medo: ele está aqui, não vai machucar a gente outra vez?
– ele veio junto com vocês para ser atendido também
– não, ele está com vocês, ele é deste grupo, é seus…
– veja como ele está diferente, é outra pessoa, reencarnou… vocês também vão ficar bem e se preparar para reencarnar…
– dê sua mão para ele segurar, sinta que ele mudou, está procurando novos caminhos…
Neste instante o espírito teve um insight, um eureca, um despertar…
– nossa! Se nós estamos em cima dele, como é que ele vai melhorar!? Nós estamos fazendo mal a ele e a nós, desse jeito ninguém melhora…
– foi para isto que ele reencarnou, para mudar, encontrar novos caminhos
– mas ele está muito pra baixo, desse jeito é melhor vir pra cá e ficar com a gente
– agora ele tem que ficar aqui, encarnado
– do jeito que ele está, é melhor trocar de lugar comigo, vou para aí e ele vem pra cá, quero trocar com ele
– você e todos seus amigos antes precisam tratamento médico, estão muito doentes. Depois vão se preparar para reencarnar, todos terão que reencarnar. Você tem que se preparar para vir bonito igual a ele
– ele está muito pra baixo, tem que levantar, já que veio bonito tem que levantar… também quero voltar bonito
Todos receberam muita energia e ficaram entusiasmados com as novas perspectivas que encontraram…
Continuava a reclamação de dor, muitos e muitos, sobre o abandono. Eram atacados e morriam abandonados à míngua, com fome, doenças. Sempre muita dor. Mulheres ainda buscam seu amor, permanecem desesperadas com o abandono. Um amado chefe que abandona, um amado homem que abandona e carrega atrás de si, o desespero dos abandonados… Um abandono que mantinha seus corações vazios, desesperados, ansiosos, aflitos em busca do amor e do reconhecimento.
Uma entidade maravilhosa, cheia de energia, bela não o abandona nunca. Sempre ao seu lado, desejando que acorde para vida nova. Esta entidade era só energia, manipulava forças, luz, calor e envolveu seu ente amado em toda estas bênçãos.
Enquanto o último atendimento estava sendo findado, uma das médiuns observou uma grande quantidade de espíritos que estavam no salão, sem saber o que fazer e para onde ir. Em espírito a médium convidou um a um para se dirigirem até o jardim. Ficaram encantados com a beleza das flores, alegres, animados. Uma entidade no entanto ficou indecisa:
– ela falou para a gente ir para o jardim, lá é bonito, tem flores, mas tem macas; estão limpas. Arrumadas para a gente deitar, não quero ir para a maca
– você gostou do jardim, das flores?
– gostei, mas não gostei quando ela mostrou a maca, não estou doente… bebia um pouco…
– talvez você esteja precisando de algum tratamento, morreu com a bebida
– não sabia.. aqui a gente fica igual lá… pensei que ficava doente só lá… não sei se estou doente, não me sinto muito bem….
Durante a prece final, uma negra muito bonita, que participa nos nossos trabalhos, dançava rodando no meio de nós emitindo sua energia e colocando flores em nossas mãos.
Enfim, mais um grande trabalho bem cumprido. Continuemos neste entusiasmo e que os queridos Franciscos nos abençoem agora e sempre.