Me engana que eu gosto… Nós gostamos de nos enganar e acreditar que os amigos do alto não vão nem reparar. É esta a parte do livro LIBERTAÇÃO de André Luiz, capítulo 9, Perseguidores Invisíveis, que estamos estudando.
“…Quase todas as pessoas, ainda aquelas que ostentavam nas mãos delicados objetos de culto, revelavam-se mentalmente muito distantes da verdadeira adoração à Divindade. O halo vital de que se cercavam definia pelas cores o baixo padrão vibratório a que se acolhiam. Em grande parte, dominavam o pardo-escuro e o cinzento-carregado. Em algumas, os raios rubro-negros denunciavam cólera vingativa que, a nossos olhos, não conseguiriam disfarçar. Entidades desencarnadas, em deplorável situação, espalhavam-se em todos os recantos, nas mesmas características….”
Quem vê cara, não vê coração. O plano espiritual tem mais facilidade de perceber nossas vibrações, sejam boas, sejam ruins. São as nossas vibrações que atraem nossas companhias espirituais, o tempo todo. Porém não podemos levar ao pé da letra, senão, estaríamos perdidos. Estamos acompanhados pelos mais íntimos e sintonizados e também por tudo o que transita à nossa volta. Kardec nas suas reflexões sobre O Homem no Mundo, nos dá as coordenadas para lidar com a situação: “Vivei com os homens do vosso tempo, como devem viver os homens; sacrificai-vos às necessidades, e até mesmo às frivolidades de cada dia, mas fazei-o com um sentimento de pureza que as possa santificar. Fostes chamados ao contato de espíritos de naturezas diversas, de caracteres antagônicos. Não imagineis, portanto, que para viver em constante comunicação conosco, para viver sob o olhar do Senhor, seja preciso entregar-se ao cilício e cobrir-se de cinzas”
André Luiz utiliza a expressão cólera vingativa. Á primeira vista, interpretamos que é o outro que tem cólera. Mas será que nós também não sentimos cólera, bem disfarçada? Aprendemos a ter um comportamento social aceitável, nos acostumamos a praticá-lo, e com o tempo não prestamos mais atenção aos sentimentos que vão ficando bem guardados. Em grande parte, dominavam o pardo-escuro e o cinzento-carregado. André não diz: alguns apresentavam. Ele fala: em grande parte. Se refere a um lugar público, aberto, destinado a orações e bons sentimentos…
“……… Entretanto, procedendo de mais alto, três entidades de sublime posição hierárquica se fizeram visíveis à santa mesa, com o evidente propósito de ali semearem os benefícios divinos. Magnetizaram as águas expostas, saturando-as de princípios salutares e vitalizantes, como acontece nas sessões de Espiritismo Cristão, e, em seguida, passaram a fluidificar as hóstias, transmitindo-lhes energias sagradas à fina contextura. Admirado, voltei a observar a plateia religiosa, mas os irmãos ignorantes que operavam no templo, sem corpo físico, tanto quanto ocorria aos encarnados, nem de longe registravam a presença dos nobres emissários espirituais que agiam em nome do infinito Bem….”
A entrega da hóstia sagrada, os passes de uma Casa Espírita, o pontos cantados nas reuniões de Umbanda, e muitas outras situações, estão sempre abençoados e protegidos pelos amigos do alto. Nenhum grupo em oração fica sem apoio e ajuda. Onde estiverem reunidos em Meu Nome, lá estarei. Agora, assimilar a ajuda é que cabe a cada um.
Vemos isto acontecer nos passes. Muitos ficam constritos, mas em seguida se desligam e jogam fora as energias salutares que receberam. Nas igrejas se as coisas não melhoram, é vontade de Deus, Deus sabe o que faz…. Nos Centro Espíritas, a equipe espiritual não é forte…
“…Reparei, através do halo de muita gente, que determinado número de frequentadores se esforçava por melhorar a atitude mental na oração. Reflexos arroxeados, tendendo a vacilante brilho, apareciam aqui e acolá; contudo, os malfeitores desencarnados propositadamente se postavam ao pé dos que se candidatavam à fé renovadora e reverente, buscando conturbá-los….”
De boa intenção o inferno está cheio. Vejam que não basta a intenção. É preciso mias, muito mais esforço, para fazer uma mudança mental, trocando de sintonia, e alcançando vibrações melhores e acalentadoras. Inimigo espiritual não tira férias, não se preocupa em pagar contas, não está nem aí para o sofrimento alheio…
“…Voltei-me para o orientador, que prestimosamente explicou: – A história de gênios satânicos, atacando os devotos de variados matizes, é, no fundo, absolutamente verdadeira. As inteligências pervertidas, incapazes de receber as vantagens celestes, transformam-se em instrumentos passivos das inteligências rebeladas, que se interessam pela ignorância das massas, com lastimável menosprezo pela espiritualidade superior que nos governa os destinos. A aquisição de fé, por isto mesmo, demanda trabalho individual dos mais persistentes. A confiança no bem e o entusiasmo de viver que a luz religiosa nos infunde modificam-nos a tonalidade vibratória…”
O mundo espiritual não é espírita. André faz uma afirmação pesada: ignorância das massas manipulada por inteligências pervertidas. Está falando de muitos, da maioria. O conhecimento da vida espiritual após a morte, da continuidade do que somos e vivemos, é restrito para poucos, minoria das minorias… Conhecimento é trabalho individual persistência, confiança e mudança das vibrações.
“…. A experiência da alma no corpo denso destina-se, de maneira fundamental, ao aprimoramento do indivíduo. É nos atritos da marcha que o ser se desenvolve, se apura e ilumina. Não obstante, a tendência dos crentes, em geral, é a de fugir aos conflitos da senda….Em todas as casas de fé, os mensageiros do Senhor distribuem favores e bênçãos compatíveis com as necessidades de cada um; entretanto, é imprescindível que se prepare o coração nas linhas do mérito, a fim de recolhê-los. Entre emissão e recepção, prevalece o imperativo da sintonia. Sem esforço preparatório, é impossível ambientar o benefício…..”
Jesus explica exatamente esta diferença de compreensão, de esclarecimento, de evolução dos seres humanos que habitam a Terra. Kardec muito perspicaz explica no capítulo 24 do ESE. A estes doze enviou Jesus, dando-lhes estas instruções, dizendo: Não procureis os gentios, nem entreis nas cidades dos samaritanos; mas ide antes às ovelhas que perecem, da casa de Israel. E pondo-vos a caminho, pregai.. (Mateus, X: 5-7) Kardec comenta: Quando disse, portanto, aos apóstolos, que não se dirigissem aos pagãos, não foi por desprezar a sua conversão, o que nada teria de caridoso, mas porque os Judeus, que aceitavam a unicidade de Deus e esperavam o Messias, estavam preparados, pela lei de Moisés e pelos profetas, para receberem a sua palavra. Entre os pagãos faltava essa base, tudo ainda estava por fazer… Porque as ideias são como as sementes: não podem germinar antes da estação própria, e a não ser em terreno preparado. Eis porque é melhor esperar o tempo propício, cultivando primeiro as que estão em condições, e evitando perder as outras por precipitação.
Continua….