CONSTELAÇÃO FAMILIAR 4

CONTINUAÇÃO…

grupoespiritaciscos.com.br
31 de maio de 2023

grupo de desobsessão Fabiano de Cristo

CONSTELAÇÃO FAMILIAR (4)

*

– Estou cansado de tentar resolver

– o que você está cansado, conta pra mim

– ele já foi meu amigo. Ele já fez parte da família

– agora você quer conversar com ele?

– a gente teve uma discussão, acho que a gente é um casal, a gente não consegui resolver

– me conte qual o motivo

– nosso estilo de vida é diferente, ele é muito irresponsável, não sinto muita segurança em relação a ele

– isto te magoa?

– magoa porque parece que estou em segundo plano, parece que ele não liga muito pra mim. Queria uma família, ficar quieto no meus espaço. Parece que ele faz de propósito, manda tudo pro ar. É decepcionante porque a gente quer um companheiro, para ficar do nosso lado

– você está procurando um bom relacionamento talvez ele também

– ou está procurando alguém que gosta de vida louca que nem ele

– e como é que tá?

– a gente brigou, separou, ele foi se envolver com droga, ele é complicado, muito complicado

– e agora

– ele está ouvindo

– e qual a reação dele?

– (chorando) eu não sei, não sei qual a reação dele, não sei se ele se importa

– você tem ainda muito sentimento por ele

– ele está falando que tem sentimento

……

– Ai! Ele é muito certinho, ele é muito controlador. Ele sempre quer controlar tudo! Tudo tem que ser do jeito dele! Não dá para viver assim, eu estava tentando escapar um pouco! Por isso que eu queria viajar, eu queria sair fazer as coisas, parecia que estava sufocando, me sentia sufocado. Ele é muito controlador e fica aí chorando agora como se fosse ele o único coitado na situação!

– então na verdade, vocês dois estavam sofrendo ele porque queria de um jeito, você porque queria de outro.

……..

– Ele veio falar mal de mim aqui também?

– você se acha controlador?

– não me acho controlador! Eu quero segurança! Você me acha controlador?! Porque você nunca falou isso?!

– você está vendo que são dois pontos de vista e ninguém quer abrir mão da sua forma. Ninguém quer ceder. Fica complicado. Você  não quer ceder um pouco e nem ele quer ceder. Num relacionamento a gente tem que aprender a ceder um pouco. Você quer segurança e será que esse desejo de segurança não faça de você controlador mesmo?

– acho que pego pesado mesmo

– você ficou pequeno, você restringiu o seu relacionamento. Com seu medo começou a castrar ele. Começou a evitar que ele seja expansivo, foi cortando as asinhas dele

– eu não queria fazer isso

– mas você sem perceber você começou a limitar ele, e ele começou a fugir de você

– ele está falando que ainda tem sentimento por mim, se ele não gostasse de mim, já teria ido embora. Ele está tentando conversar.

– vocês estão precisando continuar o relacionamento de vocês . você precisa entender que ele é uma alma um pouquinho mais solta que você.

– é, mas eu não tenho como ser assim

– é o jeito dele, mas ele te ama, você tem que soltar a rédea dele, porque se não soltar ele vai querer fugir

– eu só quero que você tente se se curar. Eu não vou te segurar na sua vida, mas tem algumas atitudes suas que são irresponsáveis, não dá para ficar assim pra sempre…

– você também não pode ser um pouquinho mais expansivo? Viajar um pouco com ele

– é loucura, eu não sei nem aonde a gente vai!

–  pega um ônibus, sai para viajar

– eu não sei onde vou ficar! O que vou fazer! Tenho dificuldade para fazer isso!

– combina assim: uma vez você faz planejado, uma vez vocês sai assim

– ai meu Deus do Céu!

– para o bem da relação… porque que tem que ser sempre você e estar no controle? Você vai organizar, mas de vez em quando tem que ser mais relaxado

– tem que ter o equilíbrio dos dois

– um dia você decide: hoje levanta e vamos pra praia! Sem programa. Chega na praia passa o dia e volta.

– ele quer visitar a tia dele lá no nordeste

– então, passa um ou dois dias lá e volta.

– …é longe essa viagem, mas eu vou com você…

– você tem que aprender a relaxar

– é eu tenho que aprender… eu já conheço a tia dele…Então a gente vai… Obrigado pela ajuda

*

Esse atendimento foi com encarnados.

O que dá para perceber é que a vontade de um está dominando a vontade dos dois, que tornou insuportável o convívio. Qual será dos dois, que pediu ajuda aos céus, para salvar a relação?

– ele veio falar mal de mim aqui também?

– você se acha controlador?

– não me acho controlador!

Aqui temos um problema muito grave. Quem fala mal de quem? Quem mais difama o outro?

Difamação é sutil. Tem gente que sabe destruir o outro, sorrindo, brincando, sendo gentil com seu ouvinte. Trata bem o ouvinte enquanto acaba a imagem do rival, companheiro, parceiro, competidor… Esse tipo de DIFAMAÇÃO é perigosa. No Evangelho Segundo o Espiritismo no capítulo 12 item 9, vai a fundo nesta situação.

“A vingança é um sentimento tanto mais funesto, quanto a falsidade e a vileza são suas companheiras assíduas. Não recua diante da calúnia, e suas pérfidas insinuações, habilmente espalhadas em todas as direções, vão crescendo pelo caminho. Quando o perseguido aparece nos meios atingidos pelo seu sopro envenenado, admira-se de encontrar semblantes frios onde outrora havia rostos amigos e bondosos; fica estupefato, quando as mãos que procuravam a sua agora se recusam a apertá-la; enfim, sente-se aniquilado, quando os amigos mais caros e os parentes o evitam e se esquivam dele.”

Temos duas criaturas inseguras, cada uma com seu script.

O que foi entrevistado, sente que se sair de onde está perde o chão. Sente como estivesse atravessando uma ponte que está velha, rachada, quebrada. Foi até um ponto desta ponte, mas tem medo de dar o passo seguinte e cair por um buraco.

O seu companheiro, que está ao lado, acompanhando a entrevista, se mostra aflito para uma reconciliação e ao mesmo tempo temeroso de voltar ao que era, ao já vivido. Sabe que não se põe remendo novo em roupa velha.

– Estou cansado de tentar resolver

– o que você está cansado, conta pra mim

– ele já foi meu amigo. Ele já fez parte da família

O conflito dos dois, faz parte do todo, do sistema familiar. O entrevistado fala que ele já fez parte da família. O seu companheiro quer visitar uma tia sua. Os dois sistemas familiares recebem as vibrações dos dois.

Deixará seu pai e sua mãe e será uma só carne, uma nova família. Pai e mãe de cada um. Duas famílias, dois sistemas que passam a receber influencia deste novo casal. Mesmo que pessoalmente não se conheçam, não convivam.

Segundo as leis naturais da CONSTELAÇÃO FAMILIAR, o nosso sistema familiar é composto pela família atual, família de origem, pela pátria atual, pela pátria de nossos antepassados, por todos aqueles que fizeram da vida possível: o que ajuda, o que doa, o sócio, o professor que abre novos caminhos, o que se sacrifica pelo grupo, os que ofereceram obstáculos, os assassinos, até os animais que fizeram a diferença na vida das pessoas. Nosso sistema familiar é composto por todos e por tudo aquilo que fez com que nossa vida chegasse até aqui. Todos pertencem, bons e maus. Não depende de nossa vontade, do nosso querer, menos ainda das nossas crenças.

– Estou cansado de tentar resolver (da minha maneira que é a mais certa e mais confortável para mim)

No diálogo descrito, não dá para saber qual é a “boa consciência” que o entrevistado tem, qual o conceito familiar sobre uma boa relação entre duas pessoas. Para ele, o medo está predominando em relação à vida.

 – Não dá para viver assim, me sentia sufocado.

– combina assim: uma vez você faz planejado, uma vez vocês sai assim

– ai meu Deus do Céu!

Na CONSTELAÇÃO FAMILIAR, quem procura outro para se fazer feliz tem menos para oferecer. Não se apropria do amor para entrega-lo, não consegue servir ao outro. Está pronto para receber e não para dar. Só pode dar aquele que tem amor sobrando, tem para si e tem de sobra para o outro. “Ame ao seu próximo como a si mesmo’.

Quem mantem a sensação de falta, está vivendo como criança. Precisa receber, não tem o que dar.

Se a “boa consciência” da família diz que vida conjugal é sofrimento, casamento é renuncia, mulher sempre é a mais sofrida no casamento, tem que suportar, e outras frases parecidas, a criança não vai ousar ser feliz, se os pais são infelizes. Não se torna adulto. O medo é se tornar adulto e assumir um bom relacionamento e ser feliz. Este conflito é que recebe o nome de EMARANHAMENTO.

Neste atendimento tentou-se aliviar a alto nível de tensão acumulada para poderem pensar dentro da realidade adulta. Agora é com cada um deles.

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