Grupo Fabiano de Cristo de Desobsessão
Do Grupo Espírita CISCOS
4ª feira. 3 de novembro de 2021
Leitura do Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo 24
Não Ir Aos Gentios
8 – A estes doze enviou Jesus, dando-lhes estas instruções, dizendo: Não procureis os gentios, nem entreis nas cidades dos samaritanos; mas ide antes às ovelhas que perecem, da casa de Israel. E pondo-vos a caminho, pregai, dizendo que está próximo o Reino dos Céus. (Mateus, X: 5-7)
Este tema levou à surpresa de muitos médiuns e dialogadores presentes, sobre a capacidade do encarnado ser um bom obsessor.. Segue aqui pequenos apontamentos…
OBSESSÃO DE ENCARNADO PARA DESENCARNADO
Poucas pessoas se dão conta deste estranho e aparentemente paradoxal tipo de obsessão, em que os “vivos” do mundo envolvem os “mortos” na teia dos seus pensamentos desequilibrados e enfermiços, exercendo sobre os que já partiram para o outro plano vibratório, terrível e complexa obsessão.
A obsessão é uma via de mão dupla, ou seja, o processo obsessivo ocorre entre encarnados e desencarnados, entre desencarnados e até mesmo entre os encarnados.
Quando pensam na situação de obsessão, a ideia mais comum é a de espíritos desencarnados perseguindo os encarnados.
A obsessão muitas vezes está ligada às expressões de amor egoísta e possessivo daqueles que ainda estão encarnados e que se fixam mentalmente naqueles que desencarnaram. E esses pensamentos de dor, revolta, desequilíbrio acabam não permitindo que o desencarnado alcance o equilíbrio para enfrentar a nova situação.
Por exemplo, a perda de um ente querido (um filho) pode desencadear a inconformação e o desespero e isso pode se transformar em obsessão que pode atormentá-lo.
Outro exemplo é a questão da briga de herdeiros pela herança. Muitos inconformados com as determinações do desencarnado se fixam mentalmente neles e passam os pensamentos de ódio e rancor.
E ainda, a inconformação pelo retorno ao plano espiritual, a saudade ou a tristeza são fatores capazes de manter prisioneiro o desencarnado.
Um espírito encarnado torna-se obsessor de outro encarnado quando não perdoa, quando odeia, tem inveja e alimenta rancores. Ele quer ver o outro se afundar de alguma forma e por qualquer motivo. Nesse caso, inclusive, pode-se dizer que é uma dupla obsessão, já que as más energias endereçadas ao outro envenenam a alma de si mesmo.
Um espírito encarnado pode obsidiar um desencarnado. Isso ocorre quando, em face da separação trazida pelo desencarne de um ente querido, lamenta-se em excesso, chama-o de volta, questiona os porquês, sofre em demasia. Nesse caso, a energia de desespero atinge o desencarnado que, também saudoso de seus entes, desequilibra-se diante dos sofrimentos sentidos.
A própria pessoa pode ser sua obsessora, seu próprio algoz, sempre que mergulha em sentimentos de autocomiseração, rancores, desilusões e autojulgamento com muita culpa.
OBSESSÃO DE ENCARNADO PARA ENCARNADO
Pessoas obsidiando pessoas existem em grande número. Estão entre nós. Caracterizam-se pela capacidade que têm de dominar mentalmente aqueles que elegem como vítimas. Este domínio mascara-se com os nomes de ciúme, inveja, paixão, desejo de poder, orgulho, ódio, e é exercido, às vezes, de maneira tão sutil que o dominado se julga extremamente amado. Até mesmo protegido.
Essas obsessões ocorrem por conta de um amor que se torna tiranizante, demasiadamente possessivo, tolhendo e sufocando a liberdade do outro. É, por exemplo, o marido que limita a liberdade da esposa, mantendo-a sob o jugo de sua vontade; é a mulher que tiraniza o companheiro, escravizando-o aos seus caprichos; são os pais que se julgam no direito de governar os filhos, cerceando-lhes toda e qualquer iniciativa; são aqueles que, em nome da amizade, influenciam o outro, mudando-lhe o modo de pensar, exercendo sempre a vontade mais forte, o domínio sobre a que se apresentar mais passiva.
Fontes: Kardec – Livro dos Médiuns; Martins Peralva – Estudando a Mediunidade; Suely Caldas. Obsessão/Desobsessão; Espírito Manoel Philomeno de Miranda – Nos Bastidores da Obsessão.