Não se matem nunca!

Muito será pedido a quem muito recebeu. Já ouvimos falar disso, mas como sempre nos achamos carentes, imaginamos que o assunto não é conosco. Quem quer se enganar, que se engane. O que recebemos de bençãos e esclarecimento no CISCOS não tem como mensurar. É muito, mas muito mais, do que merecemos. Como ninguém ganha almoço de graça, como bem diz a sabedoria popular, todas as bençãos que estamos usufruindo, uma dia terão que ser revertidas em trabalho para o próximo, muito suor na camisa de fato.

 

Para se ter uma ideia do significado da experiência que estamos tendo como encarnados, só para saber: 2/3 de espíritos desencarnados não tem noção de que estão em outra dimensão em outra experiência de vida. Para a grande maioria, apenas não sabem onde estão.

 

No novo livro de Maria Modesto Cravo e Carlos Baccelli, CASA MARIA DE NAZARÉ, tem esta informação. “- Os espíritos, talvez em, mais de 2/3, ao perderem o corpo material, que é o seu único ponto de referência do existir, assemelham-se a marimbondos, que, ao terem a sua casa destruída, permanecem, indefinidamente voejando em torno dela… Querem porque querem a sua casa de volta! Assim acontece com os espíritos no mundo todo, que, ao desencarnarem, ficam sem saber onde estão – perdem a noção de tempo e espaço, criando ilusões com a mente, a fim de poderem continuar vivendo como sempre viveram… Entram e saem do corpo sem sequer saberem se situar – morrem, mas não desencarnam!…

– Desencarnar significa muito mais do que deixar o corpo – esta operação é a mais simples de todas. Desencarnar é se integrar psiquicamente à nova condição de vida e, positivamente, poucos são os que conseguem faze-lo.

– Tem gente que reencarna sem que a sua desencarnação, do ponto de vista mental, tenha se completado. Assim como tem gente que reencarna, sem que a sua reencarnação nunca se complete, porque, do ponto de vista mental, vive sempre preso ao passado, atormentado pelo Subconsciente….”

 

Temos feito em todos os nossos trabalhos espirituais no CISCOS o exercício de nos sentirmos como espíritos, perceber toda a dinâmica das atividades espirituais com nossos olhos perispirituais. Isto com o tempo vai aumentar nossa percepção e mais eficiência na nossa colaboração com a assistência aos espíritos. Temos que sair do lugar comum, ampliar nossa percepção dos dois mundos, nos movermos do lado de cá e de lá com facilidade. É preciso treino e trabalho.

 

No mesmo livro tem um comentário sobre o que pensamos dos que dormem depois que morrem. “- Muitos espíritos não conseguem pensar as duas realidades ao mesmo tempo – ainda estão excessivamente presos ao ontem, menosprezando as oportunidades do hoje… O homem, até o presente momento, mesmo depois de morto, ou desencarnado, tem sido cego para a Vida Espiritual – por ausência de maturidade psíquica!… Até então, muitos espíritas vem acreditando que os que dormem são os adeptos do Protestantismo, que pregam a crença no dia do Juízo final, quando, então, todos haverão de ressuscitar… No entanto o número dos que dormem é muito maior, pertencentes às mais diversas escolas religiosas do planeta. Inclusive muitos espíritas, que, verdadeiramente, não cultivam pensamentos em torno da imortalidade, igualmente, adormecem, ou permanecem em estado de grande sonolência após as desencarnação…”

 

Estas afirmações podem despertar admiração e repúdio. Como que um espírita não percebe que a vida do outro lado continua?

“- A Vida que nos espera para cá do túmulo é a nossa vida mental! Ser espírita não é uma questão de rotulagem… Não basta dizer-se espírita, para, de fato, sê-lo. O Mundo Espiritual carece de ser mentalmente, concebido constantemente. Aliás da realidade integral todos estamos muito distantes! Ser imortal não significa apenas não morrer, mas viver em plenitude, com lucidez – em outras palavras, viver sabendo que está vivo, que continua vivo, que sempre esteve vivo e que sempre estará…”

 

Maria Modesto Cravo traz mais uma informação que pode ser chocante. É por isto que temos que ampliar nossa percepção do plano espiritual que envolve todo o trabalho no CISCOS! “- Identificados pela vigilância (do centro espírita Pedro e Paulo em Uberaba), passamos pelo portão central da Instituição, junto ao qual se aglomeravam muitos habitantes de nossa Esfera – a maioria, mendigos, à espera de serem socorridos com alimento.”

 

Antes de descrever nossa atividade da quinta-feira, vamos relatar dois atendimentos interessantes que aconteceram no grupo Fabiano de Cristo da quarta-feira. Uma situação nos remete ao sofisma e outra ao filho pródigo que todos nós somos.

 

Sofisma: argumento ou raciocínio concebido com o objetivo de produzir a ilusão da verdade, que, embora simule um acordo com as regras da lógica, apresenta, na realidade, uma estrutura interna inconsistente, incorreta e deliberadamente enganosa, argumentação que aparenta verossimilhança ou veridicidade, mas que comete involuntariamente incorreções lógicas; paralogismo.

 

Ele chegou com muita raiva.

você está com raiva de que ou de quem?

– quero pegar quem levou minha mulher e minha filha, estou com muita raiva

– o que aconteceu?

– cheguei em casa e elas não estavam lá, quero pegar que levou minha mulher e minha filha

– você disse que chegou em casa, onde você tinha ido, saiu para trabalhar, viajar?…

– saí para trabalhar…

– qual se trabalho?

faço sumir gente

– e pelo visto desta vez não deu muito certo

– fiz o serviço e voltei para casa

– fale a verdade, deu alguma coisa errada

– eram duas, acho que só acertei uma

– e o chefe ficou sabendo, não foi?

– é, contaram para ele

– e você quis chegar em casa bem depressa, mas o chefe te alcançou antes

– porque estou tão pesado, não consigo mexer meus braços, estou preso

– você está pesado até quando quiser se libertar, é você que vai ficar mais leve…

– quero minha mulher e minha filha, estou com raiva, estou preso neste peso

– vai continuar preso por você mesmo… o chefe te pegou não foi?

– é, me pegou… quem me trouxe aqui?

-aqueles que te amam

– ninguém me ama…

– ama sim, você deve ter tido uma mãe, a gente vive muitas vezes, sempre sobra uma mãe que nos ama…

– minha mãe morreu quando eu era ainda pequeno…

– alguém está te ajudando por amor… pode ser sua mulher, sua filha…

– onde está minha mulher? …não estou vendo ela aqui…

– aí você morreu, você sabe que morreu… e foi correndo para casa… já parou para pensar que sua mulher teve que sair correndo para fugir? Ou que você não conseguiu vê-la?

– voltei para casa… não vi… como é que não reparei nisto!?… estou solto!… mais leve!

 

Poderíamos dizer que neste instante aconteceu uma explosão de entendimento dentro deste espírito socorrido. No livro CASA DE MARIA DE NAZARÉ é falado sobre a abrangência do atendimento dentro de uma casa espírita. A maioria absoluta da Humanidade nem cogita o tamanho da ajuda que uma pequena reunião de prece, ou mediúnica, proporciona a centenas de espíritos em sofrimento.

 

“…Por incrível que pareça, numa reunião simples como esta, espíritos que nunca souberam que existiam estão tomando consciência de sua própria existência…. E estão profundamente surpresos! – surpresos e, ao mesmo tempo desapontados com o que até agora, eles tem feito do tempo – com o que eles tem feito de si mesmos… Precisamos que o homem tome consciência de si mesmo e, daí em diante, passe a ser mais responsável diante da Lei de Causa e Efeito, para que as suas experiências rompam com o seu círculo vicioso. Espíritos existem, repetimos, aos milhões, ou aos bilhões, que não cogitam do seu “Deus” interno – eles nada querem saber em termos de renúncia, devotamento, solidariedade, amor ao próximo… Não obstante, o Bem é fator multiplicador. Assim como a Verdade também o é. Um só espírito que consigamos despertar para as realidades do Além, passa a ser instrumento para que outros despertem. No fundo, a energia que se movimenta no Bem ou no mal é a mesma – possui a mesma fonte.”

 

O outro atendimento que aconteceu nesta abençoada noite de quarta-feira, mostra que todos nós, Humanidade, somos sempre convidados a deixar o caminho do mal e retornar no caminho que o Mestre nos ensinou. A leitura do Evangelho Segundo o Espiritismo capítulo 20, item 5 diz: “felizes serão aqueles que tiverem trabalhado na seara do Senhor… que terão dito trabalhemos juntos e unamos nossos esforços…”.

 

Ele chegou correndo, esbaforido, fugindo…

ainda bem que consegui fugir, não aguentava mais correr, consegui escapar…

– estava correndo de quem?

– de uns inimigos por aí, sabe, gosto de farra, de provocar brigas e às vezes a gente vai arrumando inimigos pelo caminho… eles às vezes conseguem me pegar, aí minha turma me ajuda e escapo, quando eles me pegam aí é dureza, eles não tem dó, batem mesmo… se não é minha turma me ajudar a fugir… agora eles quase me pegaram, consegui fugir… estou aqui, que lugar é este?..

– é um bom lugar para você ficar e se sentir protegido…

– mas eu gosto é de farra, de briga, bebida, dança, arrumar confusão… vivo assim…

– e de tanto arrumar confusão o pessoal vai te pegar…

– eu sou assim mesmo…

– só que você está prejudicando muita gente, causando o mal…

– eles vão na balada porque querem… tem gente que fala para eles não irem, mas eles são teimosos e vão… aí eu me divirto, ajudo a arrumar confusão, quem mandou eles irem lá, se vão é porque já sabem do perigo do lugar…

– só que muitos estão indo pela primeira vez e não têm defesa, não têm experiência…

– não quero nem saber, se eles foram foi porque quiseram

– só que você está em vantagem sobre eles, eles não sabem que você e seus amigos existem e você sabe tudo deles… é claro que você vai sair ganhando e eles perdendo…

– mas não sei fazer outra coisa…

– vai ter que aprender…

– é, se eu sair daqui, lá fora eles me pegam…

– e se pegarem você está frito…

– tem uma mulher aqui do meu lado que está dizendo que posso ficar aqui e ajudar

– você pode ajudar porque você conhece os jovens e sabe como eles pensam… pode ajudar dando estas informações

– eles falaram que não vou trabalhar direto com os jovens, vou ficar dando as informações para eles poderem orientar

– com suas informações, eles podem dar intuição para os pais, amigos, professores saberem o que falar para estes jovens

– ela falou que vou com ela

 

O trabalho da quinta-feira, do grupo Inácio Ferreira, foi mais dramático. A família atendida, tem um histórico de muitos conflitos e desarmonia. A figura central, a mãe, está dentro de um quadro obsessivo de difícil solução, principalmente porque não tem interesse em mudar a situação.

 

A única forma de começar a mudar a energia da casa, reduzir conflitos, melhorar as relações, será com alguns dos filhos junto com o pai, começarem se se cuidar espiritualmente. Exemplo do pai estes filhos tem. O pai é um médium dedicado, agora mais familiares terão que se juntar ao esforço de melhora espiritual do grupo familiar.

 

Na abertura os orientadores espirituais trouxeram os recados:

 

Salve!

Que nosso irmão Jesus conduza nosso trabalho, nossos corações, nossas ações hoje e sempre.

Pedido feito com Fé sempre é ouvido, não importa a distância.

O tempo de Deus é outro, por mais ansiedade em nossos corações. Isto não significa que não há amparo e a cura já comece.

Muitas falanges, exus, pretos velhos, índios, todos se uniram seguindo a trilha do Senhor Jesus. Com apoio dos boiadeiros e caboclos.

Muita Fé e alegria no coração! Vamos pensar no sorriso e abraço de Jesus.

Vibrar com o alto.

Graças a Deus!

 

 

Senhor Jesus, quero desejo agradecer por essa oportunidade de participar e aprender tanto nessa reunião Ciscaniana. Deus abençoe a oportunidade que buscam e continue no esforço diário de oração e esforço na convivência.

Irmã Bento

 

O primeiro espírito tarefeiro, uma mulher, pediu para mentalizarmos a casa. Nós iríamos entrar na casa para deixar um presente lá dentro. Era só para ajudar a ir até lá, deixar e voltar. Não era para conversar com nenhum espírito que estivesse lá.

mentalize uma flor bem miúda num fio dourado. Vamos entrar e deixar uma flor no meio da sala, do banheiro, do quarto

 

Vieram um em seguida do outro. Dificuldade de expressão, dor, simulação, desespero. Cada um na sua tragédia particular. Todos foram aliviados na medida possível e encaminhados para tratamento adequado, conforme a doença do corpo ou do comportamento.

 

O primeiro espírito induzia o desejo pela droga. Coração duro.

– quero que eles sofram mesmo, merecem sofrer…

Ficava próximo dos jovens da família para incentivar o desejo pela droga. Recebeu um banho de luz violeta. Derreteu, sumiu…

 

Em seguida, chega no maior desespero e dor. Não podia falar, o sofrimento era atroz. Recebeu muita luz azul no laríngeo, passes de recuperação orgânica e alívio da dor. Pediu um papel e lápis e escreveu:

NÃO

se matem

nunca

A morte

não

existe

 

 

 

O outro espírito que chegou, meio zombeteiro e com dedo apontado.

fico dedando todo mundo

– desculpe, não entendi

– você é surdo?  E ainda vem com esta luz em cima de mim…. os outros estão aqui e ficam rindo… porque você não coloca luz neles também?

– a luz está chegando em todos eles e não só em você

– querem que eu trabalhe, não gosto de trabalhar

– está vindo uma turma para falar com todos vocês e encaminhar

– não gosto do meu irmão

 

 

Chega  na situação de raiva, fechado, falando pouco

fui traído, ele era meu melhor soldado e me traiu, me matou pelas costas

– talvez tenha existido uma situação que causou esta reação… as coisas não acontecem ao acaso, geralmente tem causas no passado, mesmo que seja distante

– ele era meu melhor soldado, tratava ele como filho, acho que gostava mais dele do que do meu filho, ele me traiu

– qual a sua patente? cabo, capitão, coronel…

– cabo?…cabo?…

– são as patentes acima do soldado, você tinha qual patente?

– ge…ne…ral… raiva, sinto raiva

– e quais ordens você dava para seus soldados?

– mandava matar! Você não sabe para que serve soldado?… lutar …

– matar todos…

– isto!… matar todos que pudesse… para isto são soldados, ele era meu melhor soldado! bem treinado…

– você mandava matar e ele sujava as mãos…

– soldado é para guerra, para matar os inimigos…

– pode ser que ele cansou de matar, os outros também cansaram de matar, de cumprir suas ordens e ele teve que matar você para parar de matar os outros…

– ele não podia me matar…

– se você for ser morto por todos aqueles que mandou matar, vai morrer muitas vezes, vai ficar todo furadinho…

– não estou entendendo o que você está dizendo…

– estou falando de lógica, da sua lógica… você gosta de mandar os outros matarem para não sujar as suas mãos… eles não traíram, ficaram cansados de fazer o que você mandava

 

Chegou um grupo de espíritos que querem prejudicar a dona da casa. Reclamam que sofreram nas mãos dela e agora querem fazer ela sofrer, ela merece

mas vocês não repararam que prejudicando ela, estão atingindo outras pessoas inocentes que estão sofrendo também…

– nós também éramos inocentes e ela nos fez sofrer…

– estão repetindo a mesma coisa, a mesma situação…

– é mesmo!… nós não vimos que estávamos fazendo inocentes sofrerem…

 

 

Ela foi uma mulher muito maltratada e espancada. De tanto apanhar ficou desfigurada, feia. Não quer nem pensar em ter um homem por perto… fica grudada na dona da casa, na mãe. Gosta de ficar com ela porque ela se arruma e fica bonita… não deixa a mãe ter um companheiro…

 

 

Ele é muito exigente com ele mesmo. Não se admite errando. Um atleta, gostava de escalar montanha. Num erro acabou caindo de uma escalada que estava fazendo. Fica se culpando de ter caído. É experiente, não pode ter cometido aquele erro bobo. Vive com o pensamento, a mente, fixada na auto recriminação.

 

Chegamos ao fim do atendimento e o amigo veio conversar

 

Salve!

Todos foram muito ajudados, muita conversa, muita luta, muita luz. O Trabalho foi no nível mental e falando diretamente ao coração. Muitos corações petrificados.

Por mais difícil que seja, chamem Jesus como amigo, como irmão maior. Ele não está longe, está aqui como um camarada.

Convida Jesus para seu convívio e nos momentos mas difíceis ou de dúvida, pergunte para Ele o que Ele faria. Vamos convidar Jesus a morar conosco na casa física e dentro do nosso coração.

É uma honra trabalhar junto a esta Casa. Que Jesus ilumine nossos caminhos hoje e sempre!

 

 

Veio a vontade de cantar

 

Viver
E não ter a vergonha de ser feliz
Cantar e cantar e cantar
A beleza de ser um eterno aprendiz

 

Ah, meu Deus, eu sei (eu sei)
Que a vida devia ser bem melhor e será
Mas isso não impede que eu repita
É bonita, é bonita e é bonita

 

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