A maioria dos desencarnados continua resistente à Reencarnação

Estudar em grupo, da maneira como fazemos, é cada vez mais empolgante. Desta vez nos concentramos no tema lembrança do passado. Qual a utilidade de lembrar nosso passado? Até que ponto temos que resgatar erros do passado? Estamos falando de passado próximo ou longínquo? Estamos encantados com o livro A 5ª Terra de Domingas e Bacelli.

 

“- Em o Livro dos Espíritos ´explanou Dr. Odilon – na questão 308, Kardec perguntou: O Espírito se recorda de todas as existências que precederam a que acabou de deixar? Analisemos a resposta: “Todo o seu passado se desenrola diante dele, como etapas de um caminho que o viajante percorreu. Mas, como já dissemos, não se lembra de maneira absoluta de todos os seus atos, recordando-os apenas na razão da influência que tenham sobre os estado presente. Quanto às primeiras existências, as que se podem considerar como a infância do Espírito, essas se perdem no vago e desaparecem na noite do esquecimento.”

 

Lembrar do passado e de quem fomos em vidas pregressas acontece raramente, somente para pessoas preparadas. Como continua o estudo do livro, com a afirmação do Dr. Odilon: “- Isso, conforme sabemos, por experiência própria, não corresponde à realidade. A grande maioria não se recorda dos atos praticados em sua última romagem do corpo”. Veja o detalhe: em sua última romagem do corpo. Que dirá, outras anteriores!

 

Como foi citado, no livro de estudo, André Luiz no livro Nosso Lar, conta que os pais do seu amigo Lísias, para recordarem o passado, situação necessária para programar o projeto da futura reencarnação, estudaram por dois anos suas fichas pessoais, para depois começarem os exercícios de indução da memória do passado! É processo demorado e ainda para poucos…

 

“- Domingas – disse D. Modesta -, você parece estar lendo o meu pensamento, porque há muita coisa do ontem que eu gostaria de esquecer completamente; que diria do anteontem?! – Felizmente, as recordações mais vivas que possuímos neste Outro Lado são as oriundas da existência que acabamos de deixar, a qual, de certa maneira, refletem tudo quanto fomos e temos sido até o presente momento.”

 

Nossa troca de ideias ficou entusiasmada porque inevitavelmente vem a questão do resgate dos erros do passado; da falta do conhecimento dos nossos erros pretéritos e as causas dos nossos dissabores presente.

 

“Explicou Odilon: – Espíritos comuns como nós não têm acesso a todo seu acervo mnemônico, nas experiências vivenciadas no pretérito, a não ser através de pequenos lampejos intuitivos que nos induzem a refletir sobre possíveis deslizes cometidos.”

 

Quem trabalha com desobsessão, conversando com os espíritos, fica sempre surpreso quando as entidades demonstram que não se lembram às vezes, nem do seu passado imediatamente próximo, quanto mais de qualquer situação vivida mais distante. A grande maioria, sequer, consegue perceber que já deixou o corpo físico, que já morreu para esta vida material que estamos presentemente.

 

É Inácio Ferreira que comenta: “- Se todo espírito, ao desencarnar, acessasse, de maneira consciente, as experiências vivenciadas por ele no passado, se convenceria de imediato da realidade da Reencarnação; não obstante, não é o que vemos acontecer. A maioria dos desencarnados continua resistente à Reencarnação!”

 

Inácio vai mais além, se referindo aos espíritos que ainda tem pouca compreensão. “- O que um espírito tem a lembrar das existências pregressas, caso elas tenham se constituído em circulo vicioso? Existem reencarnações tão repetitivas, que por assim dizer, os espíritos em ação de vivenciá-las sempre se veem dentro da mesma situação – lembrou-se de uma, lembrou-se de todas!”

 

Uma pergunta surgiu entre nós, difícil de estabelecer uma boa resposta. – Se somos espíritos em evolução, muitos desatinos que fizemos, eram perfeitamente apropriados para a época que estávamos vivendo. Um exemplo são as antigas sociedade bélicas, que por lei todo homem deveria ter um cavalo, uma arma e boa saúde para estar sempre pronto para a luta. Podemos ter um bom exemplo no filme Os Três Mosqueteiros, de 2011, uma repaginação do romance de Alexandre Dumas, em que o jovem D’Artagnan sonha em se tornar um mosqueteiro. Para alcançar seu objetivo, ele tem a ajuda de Athos, Porthos e Aramis, que, juntos, farão de tudo para defender o trono francês. Desde garoto, o sonho dele era lutar, vencer o inimigo. Matar o inimigo faz parte do objetivo daquela sociedade. E quantas outras no passado? Já se sabe que na história da Humanidade, desde 4 mil anos antes de Cristo, portanto nos últimos 6 mil anos, a Humanidade ficou sem uma guerra por apenas 30 anos! No restante sempre alguém estava matando e alguém estava morrendo!

 

O que são os joguinhos eletrônicos que todas as crianças aprendem jogar o mais cedo possível, com dois anos ou menos, senão matar, destruir? Estes jogos estão em todas as casas, com adultos, jovens e crianças. Se não estamos jogando, estamos assistindo algum filme que acaba mostrando alguém matando e alguém morrendo violentamente.

 

Esta é a pergunta: quantas vidas atrás, em média, podemos afirmar que tínhamos compreensão das consequências dos nossos atos, de forma individual, responsabilidade íntima, percepção das nossas escolhas? Se agimos como massa, como cardume, como bando, como rebanho, a responsabilidade é do coletivo, diferente da consciência individual. Exemplo de responsabilidade coletiva é a que o Brasil tem para com o Paraguai e com os escravos negros. Na Guerra contra o Paraguai quase todos os homens paraguaios foram mortos.  O governo paraguaio tinha dificuldade de convocar seus homens para a guerra. Promovia uma grande festa em uma cidade. Embriagava os homens e depois os aprisionavam e sequestravam para irem para a guerra. Só sobraram vivos,  os velhos e os meninos pequenos. E o Brasil foi matando um a um, até vencer a guerra.

 

A Guerra do Paraguai foi o maior conflito armado internacional ocorrido na América do Sul. Foi travada entre o Paraguai e a Tríplice Aliança, composta pelo Brasil, Argentina e Uruguai. A guerra estendeu-se de dezembro de 1864 a março de 1870. Historiadores atribuem o início da guerra aos interesses da Inglaterra. De acordo com essa corrente historiográfica, o governo britânico teria pressionado o Brasil e a Argentina a declararem guerra ao Paraguai, oferecendo vantagens econômicas e empréstimos caso impedissem a ascensão econômica do Paraguai, pretendendo impedir o aparecimento de um concorrente comercial autônomo que serviria de exemplo aos demais países latino-americanos, que eram totalmente dependentes do império inglês. As consequências foram  gastos com a guerra altos que prejudicaram a economia brasileira, aumentado a dívida externa e a dependência de países ricos; a Inglaterra aumentou a sua influência no continente, consequência dos empréstimos de dinheiro e apoio militar oferecidos aos países da Tríplice Aliança.

 

Uma boa questão para pensar é o quanto de cada participante desta luta sangrenta, onde 70% dos homens paraguaios foram mortos, qual a responsabilidade individual e qual a responsabilidade coletiva. A Argentina aproveitou esta guerra e enviou todos os homens negros para a luta. Na Argentina contam-se os negros nos dedos. É uma sociedade completamente branca e com uma religião muito predominante. Hoje o Papa é argentino.

 

Quando na preparação do trabalho de socorro espiritual programado lemos o Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo 11 Amar o próximo como a si mesmo, item 14 Caridade para com os criminosos. O esclarecimento veio em cheio: “Pensai que sois mais repreensíveis, mais culpados que aqueles aos quais recusais o perdão e a comiseração, porque frequentemente, eles não conhecem Deus como conheceis e lhes será pedido menos que a vós.”

 

Uma pergunta que ficou sem resposta foi: na próxima reencarnação terei mais ou menos dificuldades em relação às vicissitudes que experimento hoje? A conversa deu pano para manga, como diz o ditado. Ou, minha próxima encarnação será pior do que esta? Isto significa que regredi? Quem se esforça para ser bom, poderia ter uma próxima vida com mais dificuldades do que agora? O que você pensa sobre estas perguntas? Quais suas dúvidas?

 

Foi iniciado o trabalho programado de desobsessão. O espírito orientador veio até nós, sempre muito amoroso e abriu o trabalho.

Boa Noite

Muito bom estar aqui com vocês, trabalhando para o bem. Muita coragem e determinação é preciso. Muito apoio a esta família.

Fiquem com Deus e bom trabalho!

 

Como sempre fazemos, mentalmente o grupo é levado até o local a ser atendido. Descrevemos o trajeto e chegamos na porta do local. Vamos descrevendo todos os detalhes do lugar e o grupo vai percebendo o que está acontecendo. Um vê isto, outro intui aquilo. Com a prática, aprendemos a buscar, a fuçar os mais furtivos lugares, escarafunchamos, descortinamos o máximo que for possível. Tem espírito que fica muito bravo, ao ser descoberto e retirado de seu esconderijo.

 

Logo no início, quando todos estavam entrando na casa, percorrendo chegaram na cozinha. É uma cozinha comprida. Um dos médiuns viu dois esqueletos pregados na parede, um em cada ponta. Foi projetado luz e a imagem se dissolveu.

 

Ela chegou de imediato. Reclamando que não queria vir, queria ficar com ela. Braços esticados e retorcidos, o corpo também meio enrolado, demonstrava dor, raiva, ressentimento. Está há muito tempo junto à dona da casa. Quer continuar fazendo o que sempre faz, causando dor de cabeça, confusão mental, mal estar. Acusa a encarnada por tê-la prejudicado e agora é a vez dela fazer o mesmo. Está inflexível que continuar fazendo o que sempre faz. Demorou a entender e aceitar ajuda, queria continuar a viver na vingança…

você não merece viver assim, sofrendo, aceite nossa ajuda, vai se sentir melhor, não precisa continuar…

– não quero, vou continuar, não vou deixar, ……

– você pode ficar melhor…

– sou velha, muito velha, nada vai mudar…

– não precisa continuar velha, pode remoçar, se sentir bem…

– sou velha, nada vai mudar…..

– em que ano você está?

– 1930

– você não está mais neste ano, agora estamos em 2019… as pessoas quando ficam muito velhinhas morrem ninguém é eterno, ninguém vive para sempre…. você agora é espírito, não precisa continuar velharejuvenescer…esticar, tratar das articulações, sem este peso da velhice… se veja no espelho… olha quem veio te buscar, é quem gosta de você

 

Chegou muito triste

– o que aconteceu com você para estar triste assim?

– me sinto muito sozinho, ninguém fala comigo

– você fica perto da família mas está difícil eles conversarem com você

– gosto tanto da minha família, gosto de jogar futebol

– onde você joga?

– perto de casa, minha família também vai, a gente joga, às vezes depois sai para beber um chop… não falam mais comigo…

– seus amigos vieram te buscar, te ajudar…

– amigos!… amigos querem me ajudar!?…

– você sabe o que aconteceu com você mas está difícil aceitar… vamos lembrar aquele dia…

– não quero lembrar, doeu muito…

– o que aconteceu..

– doeu muito, depois passou, voltou tudo a ficar bem…

– mas foi depois deste dia que você não conseguiu mais falar com sua família… você sabe o que aconteceu mas não quer aceitar…

– não quero ficar longe deles… como você me achou?

– é que também somos amigos e fomos te buscar para ficar um pouco aqui conosco… vamos te ajudar…

– amigos… vieram me ajudar… e não vou ver mais minha família!?

– você poderá ver um pouco mais tarde, primeiro terá que se preparar e aprender para poder voltar e ver sua família…

– você promete que vou poder voltar e vê-los?

– você vai estudar, se preparar e poder voltar de outra maneira para ver aqueles que você ama

 

Ele não queria conversa, estava muito bem onde vivia, não ia sair dali

– onde você mora?

– lá na esquina, deitado no chão… só fico vendo as pessoas passarem… quero ficar lá….às vezes nem vejo o corpo, só vejo as pernas passarem…

– você não precisa viver no chão, tem lugares melhores que viver, pode ficar um pouco aqui conosco…

– quero ficar sozinho…

– onde você morava?

– lá no barranco, eu e meus amigos, mas eles foram desaparecendo, indo embora e fiquei sozinho…

– agora você não está mais sozinho, veja quem veio te buscar, olhe…

– parece o Geraldo… mas está mais novo…

– ele veio te buscar com carinho…

– não quero saber de carinho de homem…

– ele quer te ajudar, dê uma abraço nele

– não abraço homem… gostei de ver o Geraldo..

– ele veio te buscar, vai te levar para uma casa nova, com lugar para você…

– isto é bom, mas estou muito sujo para ir com ele… ele está limpo, de roupa nova…

– você pode também tomar um banho e colocar roupa nova e ir com ele…

– assim é melhor, vou com ele...

 

Estava sofrendo, revoltada, era velha e a colocaram num asilo

fiquei velha e meus filhos não quiseram mais tratar de mim e me jogaram no asilo

– pode ser que eles não tivessem condições de cuidar de você, a gente quando fica muito velha dá trabalho e se eles tinham que trabalhar para sustentar a casa, não conseguiam cuidar de você

– fiquei no asilo, abandonada, maltratada

– faz tempo que você está no asilo?

– faz muito tempo…

– você sabe que quando ficamos muito velhos, morremos, o corpo não vive para sempre…

– não venha falar deste jeito comigo!

– está vendo como você às vezes é impertinente… pode ser que a família não aguentou seu jeito de ser… agora estão pedindo por você…

– onde estou?

– é um lugar de acolhimento, você vai ficar bem aqui…

– estou vendo muita gente em camas, macas, vejo lá fora, pela janela, um jardim…

– temos um jardim muito lindo aqui, você vai conhecer…

– estou com fome

– então pode se servir á vontade… depois você vai tomar um banho e colocar roupas novas…

– vou comer...

 

Chega perguntando

– cadê meu jipe, o que você fizeram com meu jipe?

– pergunta para esta amigo que acabou de chegar..

– faz uma careta… ele falou que não é mais importante…

 

Toda agitada andando pela casa

o que você está fazendo na casa?

– nada, fico pra lá pra cá, não tenho o que fazer… mexendo nas coisas…

– e como você entrou?

– me chamaram, estava na rua, alguém abriu o portão e me chamou…

– olha o que mandaram entregar para você

– uma vassoura! Deu risada

– temos um médico amigo nosso que receita vassoura, acho que foi ele que deu para você

 

Veio a intuição para a médium para os moradores terem mais cuidado com as coisas que trazem para dentro da casa. Muitos espíritos entram junto com os objetos, roupas e outras coisas. Explicaram que é atrair forasteiro para dentro de casa.

 

Foi aberto uma porta do buffe da sala. Dentro um ser parecido com uma enorme cobra, mais cabeça do que corpo. Saiu do móvel se arrastando para o chão da sala. Era disforme, meio pastoso. Aos poucos foi recuperando a forma humana até voltar no corpo de um homem. As duas médiuns que o socorriam, uma de incorporação e outra de esclarecimento, bem treinadas para estas situações, completaram o socorro fazendo a limpeza vibratória da casa. Com mangueiras e jatos de água e muita luz, lavaram do teto ao chão. O lixo que caia no chão era puxado com rodos grandes. Muita luz foi projetada. Veio a recomendação para não juntar coisas demais. Muito cuidado com acumulação.

 

O espírito chegou se contorcendo de dor no estômago e garganta. Não conseguia falar. Foi tratado com energias e cores até recuperar a garganta e conseguir falar. Dizia – veneno, veneno. Aos poucos foi sendo esclarecido para os médiuns que o atendiam que não era veneno material e sim o veneno das palavras, das emoções, dos sentimentos. O problema se refere aos alimentos envenenados por vibrações deletérias, negativas, pelos pensamentos da pessoa que está preparando a comida.

 

A entidade chega forte, altiva, mantem-se em silêncio. Nada o fazia conversar. Carregava um escudo que o protegia. Estava dentro de uma pirâmide, enraizado, endurecido…

vivo numa pirâmide, aqui eu sou forte, se saio dela fico mais fraco…

Continuava imponente até que chegaram muitas crianças e fizeram um circulo a sua volta

matei essas crianças

As crianças foram fechando o circulo e se aproximando cada vez mais… até que ele se encolheu e ficou fraco. Assim pode ser levado e encaminhado. As crianças que lhe foram vítimas no passado, hoje vieram socorre-lo.

 

Uma velhinha estava sentada na poltrona. Se sentia abandonada. Aos poucos remoçou e se sentiu bem. Foi encaminhada…

 

No encerramento do trabalho, um espírito amigo veio até nós e falou

 

Salve!

Que bom que estamos todos juntos! Que bom! Poucos reunidos, porque ninguém quer responsabilidade com quem ensina, com a palavra, com a palavra que ensina e esclarece.

Se todos tivessem tempo para se dedicar igual ao que aqui fazemos, teríamos menos doenças, menos coisas tristes.

Que todos possam aprender um pouquinho, encarnados e desencarnados, pedir por todos, pedir de coração,  que Jesus sempre ajuda a todos.

Boa noite!

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