Salvou a galinha e orientou pessoas para fazer coisas melhores Libertação cap 5

Vivendo e aprendendo. Ás vezes, quando estamos diante do sofrimento de alguém amigo, conhecido, ficamos buscando meios de ajudar, e também fazer compreender o que é o socorro espiritual, sua possibilidade de realmente ajudar, a necessidade  da fé e da crença, para poder ser ajudado. Nem todas as pessoas sabem como funcionam seus compromissos espirituais, seu passado se apresentando no presente e às vezes cobrando contas bem altas.

 

No estudo desta noite, nos prontificamos a atender duas pessoas amigas, relacionadas com pessoas do grupo de estudo. Uma está doente, muito doente, lá no continente europeu, e estamos vibrando desde a semana passada. É um caso bastante delicado, como já foi informado pelo plano espiritual. Outra pessoa, herdou uma dívida enorme do ex marido, e por mais que pague, não consegue saldá-la, virou bola de neve, ribanceira abaixo com forte pressão dos credores.

 

Começamos o estudo com a leitura do Evangelho Segundo o Espiritismo capítulo 13 – QUE A VOSSA MÃO ESQUERDA NÃO SAIBA O QUE DÁ A VOSSA MÃO DIREITA, item 4, Os infortúnios ocultos. “Nas grades calamidades, a caridade se agita, e veem-se generosos impulsos para reparar os desastres. Mas, ao lado desses desastres gerais, há milhares de desastres particulares, que passam desapercebidos, de pessoas que jazem num miserável catre, sem se queixarem. São esses os infortúnios discretos e ocultos, que a verdadeira generosidade sabe descobrir, sem esperar que venham pedir assistência.”

 

Foi feita a pergunta para todos: como você ajuda as pessoas? Como você socorre os infortúnios ocultos? As primeiras respostas são sempre as mesmas: com uma palavra, com um sorriso, fazendo uma vibração… E o que mais? No geral as respostas são tímidas. Como espírita, qual é o seu recursos para ajudar, o que você sabe para poder ajudar? As respostas continuam sendo tímidas, temerosas até. Então porque estamos nos reunindo para aprender? Quais os recursos que cada um tem de verdade, para diante de um infortúnio oculto poder enviar energias que de fato vão fazer a diferença na vida da outra pessoa?

 

Muitos exemplos surgiram. Um muito interessante foi de uma companheira que durante o sonho, convenceu um grupo de pessoas a não judiarem de uma galinha preta para fazer trabalho. Conversou e explicou o que sabia, até que o grupo deixou a galinha em paz, soltando-a. Isto durante uma atividade espiritual durante o sono. A pessoa muito temerosa, acordou com medo de que alguma coisa estaria por acontecer. Não percebeu que já aconteceu e foi um sucesso: salvou a galinha e orientou pessoas para fazer coisas melhores. Veja a dificuldade do olhar otimista.

 

Surgiu a situação de sermos abordados por pessoas na rua, pedintes, e muitas vezes, a vibração que estão emitindo, é muito ruim. Às vezes, quem tem muita sensibilidade e não sabe se fechar, pode passar mal, sentir náuseas, dor de cabeça. Isto aconteceu com uma das nossas companheiras. Veio a pergunta, temos que dar a mesma atenção a todos que nos interpelam na rua? É errado se sentimos alguma repulsa vibratória em relação a alguém? Nos expusemos claramente sobre esta questão, cada um contou sua experiência, seus sentimentos de culpa em relação à estas situações, outras bem resolvidas, onde tiveram coragem de abordar um desconhecido e conversar para aliviar um sofrimento estampado. Não foi muito fácil para todos nós esta exposição.

 

O sentimento de culpa, deixa muito resíduo, principalmente se temos uma cobrança interna inalcançável no momento, de perfeição e bondade. A pergunta para quem tem este ranço de culpa é: qual foi a sua escolha? Qual foi o impulso que você escolheu? Porque escolheu fazer desta maneira? Tem que ficar muito claro para a pessoa. Ver com os olhos da realidade e não do que poderia ter feito. Analisar fatos com os olhos dos sentimentos confusos não dá certo. A dona culpa fica só de bituca, esperando uma brecha para se instalar. Não devia ter feito isto, devia ter feito aquilo. Como somos seres em evolução, não se preocupe com suas culpas, os fatos sempre se repetem para quem não conhece sua própria história.

 

Partimos para a continuação do estudo do livro LIBERTAÇÃO de André Luiz e Chico Xavier, capítulo 5. Este capítulo tem tantos ensinamentos, que vamos lendo de pedacinho em pedacinho.

“— Venha! Venha! Com expressão de sonâmbula, a infeliz obedeceu à ordem, destacando-se da multidão e colocando-se, em baixo, sob os raios positivos da atenção dele.

— Confesse! Confesse! — determinou o desapiedado julgador, conhecendo a organização frágil e passiva a que se dirigia.

A desventurada senhora bateu no peito, dando-nos a impressão de que rezava o confiteor e gritou, lacrimosa: — Perdoai-me! Perdoai-me, ó Deus meu! E como se estivesse sob a ação de droga misteriosa que a obrigasse a desnudar o íntimo, diante de nós, falou, em voz alta e pausada:

— Matei quatro filhinhos inocentes e tenros… e combinei o assassínio de meu intolerável esposo… O crime, porém, é um monstro vivo. Perseguiu-me, enquanto me demorei no corpo… Tentei fugir-lhe através de todos os recursos, em vão… e por mais buscasse afogar o infortúnio em “bebidas de prazer”, mais me chafurdei no charco de mim mesma…

De repente, parecendo sofrer a interferência de lembranças menos dignas, clamou: — Quero vinho! Vinho! Prazer!…

Em vigorosa demonstração de poder, afirmou, triunfante, o magistrado: — Como libertar semelhante fera humana ao preço de rogativas e lágrimas?

Em seguida, fixando sobre ela as irradiações que lhe emanavam do temível olhar, asseverou, peremptório: — A sentença foi lavrada por si mesma! Não passa de uma loba, de uma loba…

À medida que repetia a afirmação, qual se procurasse persuadi-la a sentir-se na condição do irracional mencionado, notei que a mulher, profundamente influenciável, modificava a expressão fisionômica. Entortou-se-lhe a boca, a cerviz curvou-se, espontânea, para frente, os olhos alteraram-se, dentro das órbitas. Simiesca expressão revestiu-lhe o rosto.”

 

Culpa, oh culpa! Como somos destruídos muito mais pelos nossos sentimentos de culpa do que pelo que fizemos de verdade. Como todos sabem a VERDADE tem três lados:  a minha verdade, a sua verdade e a verdade verdadeira. A culpa se instala porque dificilmente nos abrimos para ver todos os fatos como são e ficamos acreditando nas fantasias que aprendemos com nossas crenças, limitações, proibições, tradições… Nos últimos 70 anos da Humanidade, os valores de 1950, praticamente se dissolveram nos valores de 2020. O que era proibido em 1950, hoje não é nem motivo de espanto, caiu no vale tudo. O maior palavrão que se falava em 1950, hoje está na boca de criancinhas. Alguns trajes que usamos hoje, eram inimagináveis em 1950. E existem milhares de pessoas com mais de 70 anos! O que era culpa em 1950, hoje nem é considerado importante… Como é que fica a pessoa culpada do século 20, vivendo no século 21 onde os valores que geraram a culpa nem existem mais!?

 

Um pouco antes dessa leitura uma companheira nossa contou que fora visitar uma parente que estando com câncer, se afastou do emprego, das pessoas e se enterrou dentro de casa. Agora fica a lamentar tudo o que perdeu por causa da sua doença. Ela é vítima duas vezes, da doença que dói, e do enclausuramento a que se condenou. “À medida que repetia a afirmação, qual se procurasse persuadi-la a sentir-se na condição de …” Na medida que a pessoa fica repetindo para si mesma o quanto está sofrendo e perdendo, vai se fechando… O que nossa companheira pode fazer por sua parente foi injetar bom animo, alegria e convidá-la a sair para fora de si mesma, procurar outras fontes de contato…

 

Começamos nosso exercício de desdobramento desta vez com a finalidade de atender os dois casos solicitados. Todos concentrados, ligados aos amigos espirituais estudantes, professores, grupos socorristas, nos desdobramos, cada um dos seu jeito, e fomos levados direto para o hospital, no continente europeu, onde está internado nosso amigo que está doente.

 

Os orientadores disseram então que o socorro seria com cromoterapia. Para nos concentrar ao máximo nas cores, nas energias das cores, que este seria o tratamento. Um tratamento na aura do paciente reforçando seus centros de força físicos e espirituais. Começamos com a cor azul. Foi envolvido por inteiro no azul, como um analgésico. Vermelho no básico, para aumentar sua energia vital. Depois o laranja, no baixo ventre. No plexo solar um amarelo bem forte. No cardíaco mentalizamos uma espiral, se movendo com as cores verde e rosa… Subimos para o laríngeo vibrando azul. Ficamos mais tempo neste chacra. Foi retirado uma massa miasmática preta e também feita uma ligação com os rins que receberam a vibração azul. Recebia também na garganta um pouco de rosinha e verde. O verde para cura. No frontal foi vibrado o índigo e o violeta. Por fim no coronário o branco dourado.

 

O trabalhador explicou que a assistência espiritual está sendo feita, porém o doente tem que se entender com os compromissos que tem com o passado. Daqui para frente é ele que tem que se ajudar para melhorar. Proteção espiritual não está faltando…

 

A outra socorrida, no sul do Brasil, estava aprisionada numa caverna de estalactites. Espremida e com cinco estalactites cravadas nas costas. Na medida que ia sendo socorrida, as paredes da caverna se desmanchavam. Foram retiradas as lanças cravadas nas costas. O ambiente foi abrindo, sendo iluminado pela luz do Sol. Do lado de fora também foi sendo limpo, ampliando o arejamento.

 

O ambiente fica gelado, tudo fica branco, as paredes geladas, e por baixo do chão um ser grande azul, gemendo. A médium não capta nenhum sentimento, ele geme e rosna. O orientador conversa com ele, vai sendo retirado e encaminhado. Não é um espírito e sim uma forma pensamento do tamanho do sofrimento da pessoa atendida. É uma criação mental dos seus medos, angústias, sofrimento e desespero. O calor volta ao ambiente…

 

Vem um membro do grupo espiritual que atendeu os dois casos. É um grupo de magnetizadores. Sempre com humildade, agradecem por poderem fazer parte do trabalho de socorro aos dois. Explicam a nossa participação, como pudemos colaborar no atendimento. Fala que a moça atendida deixou a luz interna se apagar. Tem que acender sua própria luz. Contou que o problema que ela está vivendo com o dinheiro, hoje, nasceu numa brincadeira no passado que deu errado. Começou com uma brincadeirinha simples, que aumentou e perdeu o controle. A moça tem que fazer muito pela frente para poder resolver esta situação do passado em que ela se enovelou. É por isto que hoje por mais que esteja fazendo e pagando, o nó não desata. Muita oração e despertar da luz interior.

 

Terminado o aprendizado, ficamos um bom tempo trocando ideias e contando o que vimos e sentimos. Agradecemos ao Pai e a Jesus por esta noite tão especial aos nossos corações.

 

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