Presente Divino que não existe pagamento

Quando terminou o trabalho de desobsessão, estávamos estupefatos. Ou acreditamos ou estamos loucos!

 

Como sempre, o aquecimento começa no grupo de estudo do livro do Inácio Ferreira, Alma do Mundo. Uma jovem suicida estava sendo atendida. Ela é suicida contumaz, deu chance, se suicida. Inácio estava tratando ela com muita preocupação já que ela estava com a mente completamente fechada para qualquer contato externo. A ideia de morrer, tomou todo seu espaço mental. No nosso grupo, temos uma psicóloga que deu como exemplo, uma paciente que a qualquer sugestão diz não. Não consegue aceitar nada que venha de fora, muito embora esteja reclamando sofrimento. Para tudo que ouve, diz não. Não é sua resposta para o mundo exterior. Não há contato. Situação sutil, porque no cotidiano, isto pode passar despercebido como sendo algo importante. O NÃO é a sua doença. Inácio vai além, chama este isolamento uma doença moral gravíssima. Não há troca, interação, movimento interno.

 

Um dos assuntos que gerou muita troca, foi o “fogo amigo”. A história começa assim. Inácio, acorda bem cedo e junto com a Domingas e o Manuel Roberto, passam por uma ala do hospital em direção a uma ala onde iria se encontrar com outros amigos para uma reunião de estudo. Ao passar por um paciente, este o cumprimenta alegre por vê-lo e eles trocam algumas palavras. Passa em seguida por outro paciente que começa dizendo: chegou a luz da minha vida e deste hospital…. Inácio mal responde e segue contrariado. Seus companheiros vendo-o contrariado puxam conversa e ele explica que não gosta de bajuladores, que suas vibrações fazem mal. Continuando a explicar, fala do perigo das vibrações de pessoas que se dizem amigas, mas que apesar do sorriso e do abraço estão emitindo um descontentamento, farpas, energias de raiva, inveja, despeito. Inácio nos diz que são energias muito perigosas, que é preferível aquele que te ofende às claras, do que aquele que sorri e enfia a faca. Pensando sobre o assunto podemos encontrar o “fogo amigo” em total atividade e movimento dentro de cada casa, cada lar, cada família.

 

O exemplo mais descarado é a mãe  ou o pai que deseja frequentar um centro espírita, ou uma igreja, ou um curso de desenvolvimento pessoal e a família se une para impedir. Nas duas horinhas que a pessoa fica fora de casa o filho cai da cadeira e se machuca, o pai fica com fome e “não encontra” nenhuma comida em lugar algum, a avó que faz dez anos que está doente piora bem nestas horas, e assim vai. A semana tem 168 horas, a família vai aos trancos e barrancos por 166 horas. Nas 2 horas que o pai ou a mãe buscam encontrar a paz, uma saída, alguma melhora da situação, tudo de ruim acontece e é lógico que por culpa da pessoa que se ausentou. Se prestarmos bem atenção pode ser que encontraremos uma batalha ferrenha de “fogo amigo” dentro de nossas casas. No local de trabalho o “fogo amigo” chama-se “puxada de tapete”.

 

Abrimos o ESE no capítulo 18, item 4  “E quando o pai de família tiver entrado, e fechado à porta, vós estareis de fora, e começareis a bater à porta, dizendo: Abre-nos, Senhor! E ele vos responderá, dizendo: Não sei de onde sois. Então começareis a dizer: Nós somos aqueles que, em tua presença, comemos e bebemos, a quem ensinaste nas nossas praças. E ele vos responderá: Não sei de onde sois; apartai-vos de mim todos os que obrais a iniquidade.”  Podemos comparar àquelas pessoas que procuram uma igreja, um centro espírita, um templo, ouvem, conhecem e depois abandonam, completamente desinteressados. É aquele que chega no centro espírita cheio de problemas, mas no momento que lhe explicam que terá que buscar dentro de si mesmo as mudanças para viver melhor, se afastam, decepcionados, pensando que não encontraram o que vieram buscar. Ficam do lado de fora da casa, continuam sofrendo e atordoados, sentindo-se abandonados por Deus.

 

O mentor veio abrir o trabalho, alegre, confiante, distribuindo boas energias e dizendo: não precisam ter medo. Segurem a medalhinha que está pendurada no pescoço e vão em frente, sem medo e com coragem. O trabalho mais difícil nós fazemos. Vão firme!

 

O atendimento de desobsessão foi demais! Abarcou os problemas pessoais do atendido da noite, o local onde está construído seu espaço de trabalho e a região da cidade em que mora. Alguns dramas difíceis de serem narrados. Grupos de espíritos sofrendo com dores parecidas. Vários espíritos quem morreram em acidentes, seja na rua, seja no local de trabalho, perambulavam, confusos, a maioria sem saber que morreu, sem entender porque ninguém fala com eles.

 

Outros, vivendo em lugares fétidos, horríveis, com muito medo de sair de lá. Não tinham nenhuma perspectiva, possibilidade de viver em situação melhor. O cheiro do lugar que estavam era repugnante.

 

Algumas magias, transformações, vibrações negras, ameaças. Receberam luz, alguns se desfizeram outros se afastaram. Interessante é que quando alguma entidade, que estava cristalizada em alguma ação, perde suas referências, não sabe o que pensar, o que fazer, chega a velhinha. Dizemos sempre que ela é irresistível. Chega pequenininha, sorridente, com uma vibração indescritível, cativa a confiança da entidade desnorteada, na hora. Ela fala alguma coisa e eles logo dizem – vou com ela, está me chamando… Divina!

 

No local onde trabalha a pessoas atendida, houve uma infestação de ratos, quase incontrolável, meses atrás. No atendimento, saiam deste lugar, do porão, todos os tipos de bichos machucados, doentes, amputados. Bichos e bichos saindo, de todos os tamanhos, de todas as raças. Surge um ancião, vestido de azul, barba branca e longa, satisfeito porque todos aqueles animais estavam podendo ser tratados. Foram levados para serem curados. Este local fica muito próximo de uma estrada que se tornou urbana, onde animais são atropelados diariamente, cachorros, cavalos, gatos…

 

A região urbana onde moram e trabalham, na grande São Paulo, pequenas cidades que se interligam, existem dramas de dor inimagináveis. Alto índice de suicídio, problemas mentais, cemitérios, penitenciárias com histórico de tristeza. Campo vibratório extremamente sofredor.

 

Ao mesmo tempo, o atendido pode se reencontrar com parceiros do passado. Alguns tem dificuldade de entender porque ele mudou. Por que quer melhorar? Se melhorar vai ficar inacessível… É interessante este desejo de continuar perto e acreditar que se o outro melhora, se tornará uma grande perda. Como é Divino poder explicar que a melhora é para todos, não é um rompimento é um convite feito para todos pelo Mestre Jesus.

 

É tão bom poder conversar com aqueles que poderiam ser tidos como inimigos, esclarecer, convidar a fazer parte do crescimento. Uma destas entidades começou a chorar

mas eu não sei fazer o que ele faz, como é que eu vou poder ficar ao lado dele?

– você pode aprender

– estão falando aqui para mim, que vou ficar aqui, vou aprender e depois posso ir ter com ele… vou ficar aqui, vou com eles

 

Isto é um presente Divino, que não existe pagamento, não há como agradecer. O que podemos fazer é pedir forças aos amigos espirituais, para nos manterem neste trabalho abençoado.

 

Um espírito que tinha sido transformado em um bicho, está agora voltando a ter forma humana. Foi trazido para conversar e através do médium, sentir a forma humana, receber ectoplasma e tudo o que for possível. Não fazia parte do atendimento programado. O que veio comunicar foi sua mente. Foi um trabalho mental, o corpo perispiritual dele, que está retornando à forma humana estava distante.

 

Muito mais aconteceu, mas as palavras ainda não conseguem retratar o que foi visto, sentido, cheirado. O importante é que a ajuda a muitos e muitos foi possível. Que Deus abençoe a todos e continue nos dando força, animo e incentivo para continuarmos o trabalho.

 

No encerramento, veio uma entidade se apresentar. Já tinha conversado conosco na terça-feira. Contou que ele e os amigos ainda tem vibrações muito pesadas. – Se vocês virem a gente, vestidos de preto não se assustem, estamos trabalhando aqui com vocês. Somos nós que vamos lá embaixo buscar o pessoal. Nós é que vamos naqueles lugares fedorentos. Estamos trabalhando e aprendendo. Queremos melhorar e o que sabemos fazer agora é isto. Estamos com vocês. Que Jesus nos abençoe.

 

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