Nós pertencemos a tudo aquilo que imaginamos nos pertencer

Algumas coisas acontecem durante este estudo, que nos empurram para frente, despertam, ficamos mais atentos. Hoje foi uma destas noites. Tudo começou já na chegada. Um dos médiuns, que psicografa nossas mensagens, chegou mais cedo, estava alegre, tinha um brilho de alegria diferente. Os outros médiuns foram chegando também bem antes da hora, a energia estava muito positiva.

 

Começamos com a leitura do ESE cap. 6, O Cristo Consolador, item 6. “Venho ensinar e consolar os pobres deserdados. Venho dizer-lhes que elevem sua resignação ao nível de suas provas; que chorem, porque a dor no Jardim das Oliveiras, mas que esperem, porque os anjos consoladores virão enxugar as suas lágrimas.”

 

O que significa DESERDADO, DESERDAR? Só é deserdado aquele que tem a condição primeira de herdar. Do que podemos ser DESERDADOS? O que é que temos e podemos perder? Herança de dinheiro, família, grupo social. Quem tem família é tido por ela. Você tem pai e o seu pai o tem como filho. Você pertence a uma família e a família é sua também. Nós pertencemos a tudo aquilo que imaginamos nos pertencer. Ser DESERDADO é perder o que iríamos HERDAR.

 

Um exemplo desta dor de não pertencer eram as rodas dos enjeitados. Toda criança que não deveria nascer dentro de alguma família, mas que insistia em vir ao mundo, era enjeitada no nascedouro, depositada no nicho especial nos conventos. Era uma passagem com uma porta. Alguém colocava uma criança lá e tocava o sino. Ia embora sem deixar qualquer informação. As freiras quando ouviam o badalar do sino, sabiam que uma criança fora deixada. Esta criança órfã, crescia sabendo que foi enjeitada, provavelmente por alguma família rica. Seu destino traçado desde o primeiro minuto de vida: viver e morrer no convento ou seminário, com a vida dedicada ao monastério. Com certeza as família faziam grandes doações para este depósito de seus DESERDADOS.

 

Quantas pessoas que ao se divorciarem, são tratadas como em pecado. Até muito pouco tempo atrás eram excomungadas. Significa DESERDADAS da sua crença, da sua religião. Hoje, com o problema das drogas, quantos são afastados de suas famílias, DESERDADOS do aconchego amoroso familiar. A grande quantidade de pessoas que vão “morar fora”, nascem em um país e de alguma forma sentem que tem que ir para outro, é uma auto DESERDAÇÃO, um rompimento afetivo grave, um abandono das próprias raízes.

 

“Que elevem sua resignação ao nível de suas provas” Na nossa vida pessoal, passamos por provas ou por problemas? É muito diferente viver sob o jugo de uma prova, do que passar por problemas que nos fazem aprender e crescer. Quando reclamamos, estamos reclamando de uma prova ou de um problema? Aprendemos com nosso problemas ou reclamamos tanto, até que ser tornem provas difíceis de suportar?

 

Diante dos problemas que você já viveu, e que vive neste instante, será preciso que “os anjos consoladores venham enxugar as suas lágrimas”? Pergunta difícil, resposta mais difícil ainda. Fizemos diferente e a dor permaneceu, ou repetimos sempre a mesma coisa e a dor não vai embora? “Meu jugo é suave, meu fardo é leve” disse Jesus, mas para que seja assim, precisamos sair da nossa zona de conforto, do conhecido, do mesmo, da teimosia, do medo de mudar, da inércia. Quem faz, para si faz.

 

A troca foi intensa entre nós. Cada um foi se vendo nesta armadilha que criamos para nós mesmos. Partimos para a leitura do livro LIBERTAÇÃO de André Luiz e Chico Xavier. Final do capítulo 4 e início do 5. É sempre bom atentar que todas estas informações sobre a vida na camada chamada Trevas, chegaram até nós em 1949. Até agora são 33 edições publicadas. Significa que muita gente já leu, e quase ninguém entendeu.

 

“Alguns transeuntes repulsivos ombrearam conosco e Gúbio considerou prudente silenciar.

– E porque em geral tanta ociosidade neste plano? – indaguei ainda.

– Quase todas as almas humanas, situadas nestas furnas, sugam as energias dos encarnados e lhes vampirizam a vida, qual se fossem lampreias insaciáveis no oceano do oxigênio terrestre. Suspiram pelo retorno ao corpo físico, de vez que não aperfeiçoaram a mente para a ascensão, e perseguem as emoções do campo carnal com o desvario dos sedentos no deserto. Quais fetos adiantados absorvendo as energias do seio materno, consomem altas reservas de força dos seres encarnados que as acalentam, desprevenidos de conhecimento superior. Daí, esse desespero com que defendem no mundo os poderes da inércia e essa aversão com que interpretam qualquer progresso espiritual ou qualquer avanço do homem na montanha de santificação.

No fundo, as bases econômicas de toda essa gente residem, ainda, na esfera dos homens comuns e, por isto, preservam, apaixonadamente, o sistema de furto psíquico, dentro do qual se sustentam, junto às comunidades da Terra.

A essa altura, defrontamos acidentes no solo, que o instrutor nos levou a atravessar.

Subimos, dificilmente, a rua íngreme e, em pequeno planalto, que se nos descortinou aos olhos espantadiços, a paisagem alterou-se.

Palácios estranhos surgiam imponentes, revestidos de claridade abraseada, semelhante à auréola do aço incandescente.

Praças bem cuidadas, cheias de povo, ostentavam carros soberbos, puxados por escravos e animais.

O aspecto devia, a nosso ver, identificar-se com o das grandes cidades do Oriente, de duzentos anos atrás. Liteiras e carruagens transportavam personalidades humanas, trajadas de modo surpreendente, em que o escarlate exercia domínio, acentuando a dureza dos rostos que emergiam dos singulares indumentos. Respeitável edifício destacava-se diante de uma fortaleza, com todos os característicos de um templo, e o orientador confirmou-me as impressões, asseverando que a casa se destinava a espetaculoso culto externo.

Enquanto nos movimentávamos, admirando o suntuoso casario em contraste chocante com o vasto reino de miséria que atravessáramos, alguém nos interpelou, descortês:

– Que fazem? Era um homem alto, de nariz adunco e olhos felinos, com todas as maneiras do policial desrespeitoso, a identificar-nos.

– Procuramos o sacerdote Gregório, a quem estamos recomendados – esclareceu Gúbio, humilde.

O estranho pôs-se à frente, determinou lhe acompanhássemos as passadas, em silêncio, e guiou-nos a um casarão de feio aspecto.

– É aqui! – disse em tom seco e, após apresentar-nos a um homem maduro, envolvido em longa e complicada túnica, retirou-se.

Gregório não nos recebeu hospitaleiramente. Fitou em Gúbio os olhos desconfiados de fera surpreendida e interrogou:

– Vieram da Crosta, há muito tempo?

– Sim – respondeu nosso instrutor –, e temos necessidade de auxilio.

– Já foram examinados?

– Não.

– E quem os enviou? – inquiriu o sacerdote, sob visível perturbação.

– Certa mensageira de nome Matilde. O anfitrião estremeceu, mas observou, implacável:

– Não sei quem seja. Todavia, podem entrar. Tenho serviços nos mistérios e não posso ouvi-los agora. Amanhã, porém, ao anoitecer, serão levados aos setores de seleção, antes de admitidos ao meu serviço. Nem mais uma palavra.

Entregues a um servidor de fisionomia desagradável, demandamos porão escuro, e confesso que acompanhei Gúbio e Elói, de alma conturbada por receio absorvente e indefinível.

 

Quanto devemos ao nosso querido Chico! Que página esta! “Sugam as energias dos encarnados e lhes vampirizam a vida; perseguem as emoções do campo carnal; consomem altas reservas de força dos seres encarnados que as acalentam, desprevenidos de conhecimento superior. Daí, essa aversão com que interpretam qualquer progresso espiritual ou qualquer avanço do homem na montanha de santificação.”

 

Este é o grande desafio do encarnado. Vencer as dificuldade da vida material suportando o ataque ininterrupto das esferas inferiores. Não existe trégua nesta guerra. Orai e vigiai não é retórica, uma mensagem religiosa. É sobrevivência pura. “Bobeou, dançou”. Independe de raça, cor, credo, religião, fé. O tempo todo quem não tem, quer sugar as energias de quem tem. O planeta Terra tem ao seu redor mais de 30 bilhões de espíritos. Destes, somando encarnados e desencarnados, não passam de 8 bilhões em boas condições vibratórias. O restante, desencarnados e encarnados, se arrastam pela vida, 22 bilhões entre espíritos desencarnados e encarnados. Somos encarnados 7 bilhões. Perdemos a guerra todos os dias.

 

Quem leu o livro 1/3 de Vida, da Modesto Cravo, lembra que na introdução foi explicado que os grandes protetores da Terra limpam os miasmas deletérios do planeta pelo menos uma vez por semana e que nas grandes cidades, a limpeza tem que ser diária, senão não sobreviveríamos.

 

Continuando o livro LIBERTAÇÃO. “Transcorridas longas horas em compartimento escuro, aproveitadas em meditações e preces, sem entendimentos verbais, fomos conduzidos, na noite imediata, a um edifício de grandes e curiosas proporções.

O esquisito palácio guardava a forma de enorme hexágono, alongando-se para cima em torres pardacentas, e reunia muitos salões consagrados a estranhos serviços. Iluminado externa e interiormente pela claridade de volumosos tocheiros, apresentava o aspecto desagradável de uma casa incendiada.

Sob a custódia de quatro guardas da residência de Gregório, que nos comunicaram a necessidade de exame antes de qualquer contato direto com o aludido sacerdote, penetramos o recinto de largas dimensões, no qual se congregavam algumas dezenas de entidades em deploráveis condições.

Moços e velhos, homens e mulheres, aí se misturavam em relativo silêncio. Alguns gemiam e choravam.

Reparei que a multidão se constituía, em sua quase totalidade, de almas doentes. Muitos padeciam desequilíbrios mentais visíveis. Observei-lhes, impressionado, o aspecto enfermiço. O perispírito de todos os que aí se enclausuravam, pacientes e expectadores, mostrava a mesma opacidade do corpo físico. Os estigmas da velhice, da moléstia e do desencanto, que perseguem a experiência humana, ali triunfavam, perfeitos…”

 

A morte não muda o que somos, só escancara nossos sentimentos. O feio continua mais feio, o belo se faz mais belo. Como a humanidade, encarnada e desencarnada em sua estrondosa maioria, só acredita em Céu e Inferno depois da morte, a situação é calamitosa. Se só existem estas duas opções e ao morrer, não me vejo instalado ao lado de anjos, céu azul, nuvens brancas, só posso entender que não fui para o Céu e portanto estou no inferno. Simples, prático, direto, assim. Se estou no inferno, minha mente vai me instalar em um cenário condizente com minhas crenças. Como imagino o que seja viver no inferno, é pra lá que eu vou…

 

Nosso treinamento mediúnico e vibrações foram inspirados, motivados, conduzidos por uma pergunta: o atendimento espiritual em um grande Centro Espírita é igual o que acontece numa Casa como Ciscos? Uma pessoa que frequenta uma grande Casa Espírita, se tem uma dúvida, ou está ansiosa por alguma coisa, ao chegar na Casa faz o que?

– senta no salão, ouve a palestra e toma o passe?

– se precisa fazer uma pergunta, quer saber de alguma coisa, pergunta para quem?

– pode tirar um número para consulta, ficar esperando até ser atendida e perguntar sua dúvida. Provavelmente será aconselhada a fazer algum curso para aprender mais.

– recebe um passe. Provavelmente com muita energia, muito ectoplasma. Vai se sentir mais calma, com mais ânimo… O quanto vai conseguir mudar os pensamentos que a perturbam naquele dia, naquele instante? Conseguiu algum esclarecimento direto para seus problemas de hoje?

 

Muitos exemplos foram citados, esta situação diversos médiuns já experimentaram. Comparando, é muito diferente o contato que temos diretamente com os espíritos. Amigos, orientadores, trabalhadores os mais diversos, atendidos, espíritos que nos acompanham, inimigos, amigos pessoais, novos amigos que vamos fazendo…  Sentimos, constatamos a ajuda recebida para nós e para o outro. Podemos comparar, acompanhar, estimular, ajudar, torcer pela melhora, incentivar… Encarnados e desencarnados convivendo livremente, conversando, perguntando, respondendo… Foi incrível este exercício de expansão mediúnica. Vibramos todos, do lado de cá e de lá, de mãos dadas, por todos aqueles que já passaram pelo Ciscos e de alguma forma foram ajudados. Que continuem sempre amparados pelo amor de Jesus.

 

Durante todo o tempo, o médium psicógrafo, recebia ordens para escrever o que seria ditado. Escreva o que vamos falar. Preparamos para você escrever.

 

 

MENSAGEM PSICOGRAFADA

 

DA MINHA VIDA

 

Quanto tempo terá se passado todo esse suplício?

Não sei precisar.

Era terrível ter a minha mente viajando constante e infinitamente na recordação dos meus pecados, erros e maldades cometidas por mim

Várias vivências no pecado.

Vidas após vidas cometendo os mesmos erros.

Longos tempos parei em um lugar escuro e sombrio, cuja baixa vibração de minha mente me fazia sentir plenamente envolvido por vibrações escuras, inferiores, que me prendiam e me dominavam irresistivelmente.

Na verdade, eu não tinha a mínima condição de pensar em algo de bom, pois na vida material só cultivava o mal, pois me dava prazer e o mal era a minha condição de vida.

E assim, por muitos anos, vivi nesta condição, numa escuridão infernal e foram várias as perseguições que sofri. Minha baixa condição vibratória, não me dava a mínima condição de me defender.

Oração era para mim uma coisa desconhecida, uma invenção tecnológica de primeira linha para acesso aos mais privilegiados, pois eu nem sequer sabia formular uma…

Após muito tempo… como se minha mente tivesse adormecido, como que dormi para acordar num outro mundo…

Quem poderá tem me salvado?

Quero deixar claro que mesmo após ter sido retirado daquele inferno, me foi necessário muito tempo de tratamento para que eu voltasse a começar a ter controle sobre a minha mente e começar a formular algo de bom em termos de pensamentos.

Aprendi a rezar. E percebi a grande importância disso: me trazia equilíbrio, fortalecimento, me ajudava a enxergar melhor.

Passado mais algum tempo acordei plenamente de mim mesmo, passe a caminhar por alguns lugares daquela cidade-alojamento.

De início, como que saia no quintal e dava uma volta na praça.

Internamente a repercussão do mal que praticamos sobre nossos corpos semimateriais, pois no começo foi difícil voltar a enxergar claramente, ouvir claramente, falar normal, cheirar, respirar, pensar, sentir, demorou um bom tempo.

Não sei o que me movia! Talvez o susto do sofrimento, a forma como me vi retido, dominado, vencido pelo mal que criei e atrai para mim mesmo. A consequência dos erros me causou um grande estrago, me derrubou. Talvez foi isso que me chacoalhou.

Uma energia muito boa me movia e me levava a seguir a orientação dos Instrutores e assim passei a estudar muito, muito mesmo.

Interessante como a vida encaminha a gente.

De repente!

Eu estava trabalhando e esse trabalho começou do básico; pequenos serviços, ali dentro daquela colônia.

Com o passar do tempo, as oportunidades vieram e passei a ajudar os necessitados, os sofredores.

Em grupos, sempre acompanhado e orientado, saíamos em grupos de socorro e com o passar dos anos ganhava muita especialização, muita habilidade nesse tipo de serviço.

Tornou-se para mim um prazer, um alivio, uma consolação. Me entregar ao socorro-resgate dos sofredores, pecadores, era uma satisfação inacreditável.

Hoje tenho a dizer que:

Servir a Deus

Faz parte

Da minha Vida

Obrigado!

 

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