Grupo de Atendimento Programado e Estudos de Desobsessão Inácio Ferreira
Antecedido pelo grupo de estudo do livro Egos em Conflito de Inácio Ferreira
Terça feira é dia de ser (treinamento e expansão mediúnica); os outros dias é de fazer (atendimento espiritual)
É… o Grupo Inácio Ferreira está aprendendo a fazer. Quanto mais aprende, mais ajuda. Esta quinta-feira ampliou nossos horizontes mostrando o quanto podemos expandir, ser mais pro ativo e obter resultados eficientes.
Vamos contar uma história, igual a milhares de histórias no mundo. Há treze anos atrás, uma pessoa precisava alugar ou comprar um apartamento com certa urgência, porque o imóvel em que morava foi pedido pelo proprietário. No afã da mudança encontrou um apartamento que cabia no seu bolso e se apressou em negociá-lo. Fechou o negócio, aflita para mudar, estava apertada financeiramente, pagando o outro aluguel, e tendo batido o carro. O morador do apartamento não entregou imediatamente, ficou lá sete meses, aumentando ainda mais os problemas desta pessoa.
Somente tempos depois, participando de uma reunião de moradores é que veio a saber que o antigo proprietário de seu apartamento, tinha sido síndico do prédio, praticando muitas falcatruas, deixando dívidas, enfim, uma pessoa que deixou péssimas lembranças a ponto de muitas pessoas identificarem a nova moradora do apartamento com alguém em conluio com o antigo síndico. Lembra bem o ditado que ensina: dize-me com quem andas, que te direi que és.
O tempo passou, a pessoa conheceu o espiritismo dez anos após estes episódios, hoje faz parte de nosso grupo, e percebe que no seu apartamento, sua casa, seu lar, a presença de espíritos andando de lá pra cá é constante. Mesmo tendo o hábito do Evangelho no Lar, sente a companhia dos espíritos que não foram convidados para estarem lá. Isto é sempre o que todos nós imaginamos em relação à nossa casa, não convidamos quem não é chamado a entrar em nossa casa. Puro engano!
Somando a isto, preocupada com a situação de um irmão, está se propondo a fazer Evangelho para ele, orando em dia e hora determinado em sua casa, com este objetivo. Ela já tem poucos problemas e precisa procurar mais um. Como tantos de nós que sempre arrumamos mais confusão em nossas vidas. Metemos o bedelho em problemas espirituais graves de familiares, parentes e amigos e acabamos sofrendo consequências desagradáveis. Começa com sonhos perturbados ou insônia crônica.
É muito diferente você fazer parte de uma equipe de trabalhadores encarnados/desencarnados de assistência espiritual do que querer entrar dentro de problemas de outras pessoas, sem retaguarda e conhecimento adequado da situação. Quem sabe e avalia a situação espiritual é a equipe de trabalhadores espirituais. Nós encarnados, não temos esta condição. Entender isto é básico. Quem comanda a ajuda no plano espiritual são os espíritos. Nós encarnados, fazemos parte da equipe de trabalhadores, seguimos as orientações que nos são transmitidas. Isto exige bom senso dos encarnados.
É importante deixar bem claro. Toda esta história era desconhecida do grupo Inácio Ferreira. Foi revelada ao longo dos atendimentos dos espíritos. A boa convivência do grupo, não inclui intimidades e detalhes pessoais. Muita fraternidade e pouca fofoca é uma boa receita.
No estudo que realizamos duas horas antes do trabalho, sobre o livro Egos em Conflito, costumamos utilizar os quinze minutos finais para vibrações e preparo energético e de equilíbrio para o trabalho espiritual. Isto tem sido de muita utilidade porque entramos na faixa de atendimento, bem preparados. Já é meio trabalho andado.
Iniciamos o socorro espiritual programado para nossa amiga percorrendo mentalmente o caminho, as ruas, do Ciscos até sua casa. Chegamos em frente ao edifício, e a sensação é que de fato estávamos lá. Ela descreveu com detalhes como era a fachada do prédio. Entramos juntos, todos os participantes, subimos o elevador e no hall de entrada já deparamos com uma multidão de espíritos. Abrimos a porta que dá para a escada, e tinha mais ainda. Foi muito interessante porque estávamos lá, vendo, percebendo, sentindo, relatando, perguntando. Os espíritos que estavam no hall e na escada foram avisados que não poderiam continuar lá, teriam que sair. Mentalizamos e verbalizamos esta ordem. Não foi necessário comunicação mediúnica como conhecemos. Todos os membros do grupo, médiuns, viam, ouviam, sentiam, vibravam, participavam.
Chegou o momento de abrir a porta e entrar no apartamento. Nossa amiga, foi descrevendo: corredor, cozinha e área de serviço e banheiro à esquerda, sala no final deste corredor de entrada. No meio da sala um corredor que leva aos dois dormitórios e banheiro social.
– tem cortinas? dois médiuns perguntaram
– tem muitos espíritos escondidos atrás das cortinas – os médiuns tiveram a mesma percepção
– não tem cortinas, tem sacadas; em frente a sacada da sala tem um coqueiro, que dá um cenário muito bonito e em frente as outras duas sacadas tem as copas das árvores.
– vejo uma catapulta no meio da sala; ela vai jogar uma bola de fogo em um castelo muito antigo; atrás das árvores tem um soldado observando, não sei se é bom ou mau, a roupa dele é uma armadura antiga e está brilhando, está limpa – outro médium relata
Vamos começar o atendimento. As entidades comunicantes, uma a uma, foram desvendando histórias independentes, que não tinham nada a ver uma com a outra, mas que transitavam no mesmo espaço, na mesma casa e influenciava a moradora. Morar em prédio tem dessas coisas.
Ele chegou desafiador. Não vou sair, ninguém me tira daqui. Sou que manda em todos aqui, nos meus vocês não mexem. Não saio daqui nem eles.
– acho que você não prestou atenção, eles já estão livres; estão alegres e quando viram esta beleza aqui, querem ficar
– vocês não podem ficar aqui, sou eu quem manda…
– agora tudo mudou, você não poderá voltar para lá
– mas ela me matou e eu preciso acabar com ela, vou matar ela também, destruiu meu povo
– isto foi á muito tempo atrás, agora tudo mudou, você precisa dormir para descansar … dormir… dormir…
Estava rindo, zombeteiro,
– gosto de assustar todo mundo, fico lá na escada… provoco arrepios nas pessoas.. tem um monte de gente lá, que não tem o que fazer… ficamos lá assustando as pessoas; cada um que passa a gente assusta, no prédio inteiro…risada
– como você chegou lá?
– nem sei, estava andando por aí… não tenho o que fazer, gosto de rir, sou alegre
– você estava lá na escada, agora ninguém pode ficar lá
– eu estou preso? Disseram que vocês prendem as pessoas
– não está preso, pode ir embora se quiser
– posso voltar lá?
– para lá você não volta, foram instalados aparelhos de segurança, e se entrarem lá, os aparelhos ficam iluminados; você pode ir para a rua, pode sair quando quiser.
– sozinho na rua eu não quero, não vou, é perigoso
– é perigoso mesmo; se você quiser pode ficar aqui…
– fazendo o que? Vou ficar preso? Não tem nada para fazer…
– olha lá, ali meio longe…
– só tem gente triste, tem jovens, mas estão tristes, não gosto de tristeza…
– por isto precisamos muito de sua ajuda, de sua alegria, você pode nos ajudar a animar estes jovens
– não sei fazer isto
– veja esse moço que chegou aqui, ele pode te orientar como fazer
– mas ele tem cara muito séria, não vai me querer
– ele precisa muito da sua alegria para poder ajudar aqueles jovens, você pode nos ajudar?
– posso sim, vou com ele
Ele reclama:
– Estamos presos dentro do apartamento, não podemos sair de lá, o chefe não deixa, se a gente sair apanha
– agora não precisam fica lá, podem ficar aqui conosco
– precisamos voltar para lá, o chefe quer que atormentemos ela, somos muitos, obedecemos o chefe
– já saíram de lá
– o chefe mora na caverna, escura, cheia de paus e galhos secos; se não fazemos o serviço direito ele prende a gente lá na caverna, nós não podemos ficar aqui
– o chefe não pode mais fazer nada contra vocês; como é que você foi parar naquela caverna?
– não sei, me levaram para lá
– quando você chegou viu os índios que fazem segurança aqui?
– aqueles índios grandalhões!?
– está vendo? Com estes índios seu chefe não pode
– e o que vai acontecer com a gente, somos muitos… estamos sujos, fedorentos
– primeiro vão tomar um banho, roupas novas e depois uma boa comida
– o que aconteceu!? Estamos limpos! Roupa nova! Sapato, olha meu sapato novinho (olhava para os pés, sorridente)
– o que você mais gosta de fazer?
– pensou, rosto profundo e arriscou – gosto de plantar, ver a sementinha nascer… mexer na terra
– então você veio para o lugar certo! Estamos precisando de gente para ajudar a plantar… veja
– nossa! É tudo o que eu quero!
– seus amigos também podem trabalhar na terra, todos estão convidados a ficar aqui junto com você
– (sorrindo) vou plantar de tudo, flores também; a primeira flor que eu colher vou trazer aqui para você…
Em seguida médium sintonizou o chefe, que chegou indignado.
– ela é minha e ninguém vai tirar ela de mim, quero ela de volta, é minha mulher
– o tempo passou, as coisas mudaram e ninguém pertence aos outros, as mulheres são livres
– de jeito nenhum, ela é minha mulher e tem que fazer o que eu quero, não pode me deixar, eu é que mando
– agora tudo mudou
– mudou nada, dei tudo o que ela queria, eu sei o que ela quer e dou para ela, ela é minha, quero ela de volta
– o que você dava para ela, hoje não serve mais, ela já nasceu e morreu muitas vezes, é outra pessoa
– não é não, é igual ao que ela era, só que agora ela se veste de homem (calça comprida) e às vezes veste aquele vestidos de puta (vestidos usados atualmente)
– ele já nasceu e morreu muitas vezes, você ficou parado, não aceita que morreu
– morri nada, veja meu castelo, sou eu quem manda aqui, mando nela também, mulher tem que obedecer
– em que ano você está?
– 880
– então enquanto você ficou parado no seu castelo ela já nasceu em, 900, nasceu no ano 1000, 1100,1200,1300, 1400, 1500, 1600, 1700, 1800, 1900, 2000… já estamos caminhando no dois mil, ela nasceu muitas vezes, é outra pessoa agora
– ela está igual…
– veja suas roupas…
– ???? você quer me deixar confuso… está me deixando confuso, não consigo pensar…
– você precisa dormir…dormir…dormir…
A entidade que chegou, chorosa, rancorosa, foi sua irmã que morreu em algum acidente provocado por ela. Não consegue perdoá-la. Está sempre cobrando, acusando ela ser culpada pela sua morte.
Nossa companheira se aproximou e enviou muito amor, pediu perdão pelo acontecido. Foi abrindo brechas naquele coração tão magoado, foi entrando…
– você sempre volta no local em que eu morri; não sei se é para confirmar que estou morta ou para saber o que aconteceu…
O Amor venceu, esta tristeza secular e reuniu o que não deveria estar separado.
A médium ficou confusa com a entidade que se dizia um bebê, chupava os dedos. Com o diálogo, cresceu até os 5 anos, já não era bebê. Dizia que tinha sido abandonado. Não se conforma, seu entendimento aumentou. Procurava uma pessoa que não era sua mãe. Reclamava de ter sido abandonado quando criança, mas queria encontrar uma pessoa específica que não era a mãe.
– você não está mais criança
Precisava de ajuda e paz.
Este atendimento foi mais complexo e demorado. Era um cobrador, fez um pacto com o antigo dono do apartamento e cumpriu a parte dele, agora queria receber o prometido. Era astuto e inteligente. Sabia pressionar.
– só quero trabalhar; ele me chamou para ajudar e ajudei
– agora as coisas mudaram
– ela também fez um pacto comigo quando quis o apartamento; ela queria o apartamento e falei para ela que podia ajudar; ela aceitou e agora tem que pagar o prometido.
– você foi abandonado
– ?
– a pessoa que te contratou não voltou mais lá, foi ele que não cumpriu o acordo e te abandonou. Você ficou lá cobrando pessoa errada…
– nossa… é verdade… fiquei parado lá…
Fazia parte de um grupo, estava no apartamento por causa do morador anterior. Fechavam tudo, lacravam para não entrar luz. Colaram as cortinas bem rentes ás paredes para fechar tudo, e se escondiam atrás delas
– não estou nem aí para ela
Estes foram aqueles primeiros detectados no início do trabalho, enquanto visitávamos mentalmente prédio e o apartamento
Eram muitos, estavam com fome. Ficavam nos corredores do prédio e se alimentavam das energias dos moradores.
Tinha dias que conseguiam muito alimento, sugando as energias daqueles que chegavam, passavam pelo hall até abrir a porta do apartamento. Outros dias, o moradores tinham menos energias deletérias para oferecer. Nestas ocasiões ficavam com fome.
– temos aqui um caldo substancioso para vocês
– também quero falar
– fica quieto doidinho
– vocês falaram também quero falar
– deixa o doidinho falar… agora vocês vão ficar limpos, colocar roupas novas e tomar esta sopa deliciosa.
Outro grupo estava no apartamento para fechar, vedar, manter inviolável. Os espíritos que estavam fora não podiam entrar e os que estavam dentro não podiam sair. Não tinham nada a ver com a dona do apartamento que morava lá. Estavam lá muito antes. Ficaram admirados, nunca tinham visto os aparelhos usados para abrir e derreter a cera que colocaram em todas as frestas.
Enquanto isto uma mulher ficava na janela só observando…
Veio uma entidade que recomendou:
– tem muitos espíritos trazidos aqui que estão sofrendo mas não são maus; é só chamar que eles vão. A energia está muito boa, levem eles para o jardim
No encerramento recebemos a mensagem de um índio. Ele estava muito distante e falava uma língua diferente, não dava para entender. Outro espírito ouvia como se estivesse ouvindo um eco longínquo e repetia a mensagem. O início era repetido e aos poucos passou a ser fluente.
Eu fico aqui, eu fico aqui, na quinta-feira, na quinta-feira e eu fico aqui ritmando, fico aqui ritmando, que nem lá no meu povo e hoje todo mundo estava batendo o pé do mesmo lado. Isto quer dizer que vocês tem afinidade.
Toda vez que todo mundo pensa e junto bate o pé do mesmo lado… Foi bonito pensar junto, igual o meu povo.