Participar de um trabalho nos salva de nós mesmos

 

Depois disse a Tomé: Introduz aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos. Põe a tua mão no meu lado. Não sejas incrédulo, mas, homem de fé.
Respondeu-lhe Tomé: Meu Senhor e meu Deus!
Disse-lhe Jesus: Creste, porque me viste. Felizes aqueles que crêem sem ter visto!
João 20:27-29

 

A cada dia que passa, mais estamos nos aproximando de Tomé. A imensa vantagem dele sobre nós, é que conviveu diretamente com o Mestre e nós ainda estamos na fase de acreditar que Ele realmente existiu.

Como!? É claro que acredito em Jesus!

É?! Podemos afirmar realmente que acreditamos Nele? O dia que chegarmos a este patamar, provavelmente estaremos em outras paragens de experiências.

 

Nós acreditamos, pero no mucho… Se fosse de outra maneira, nossas atitudes seriam completamente diferentes do que somos agora.  Fé sem obras, é projeto de Fé. Os discípulos de Jesus, lutavam para fortalecer a própria Fé, enquanto que ao mesmo tempo saíram para a grande luta de divulgação da Boa Nova. Evangelho significa Boa Nova.

 

Porque estas divagações? Pelos resultados que acontecem a cada reunião do Grupo Inácio Ferreira. Desta vez não relataremos detalhes dos diálogos, mas vamos refletir na oportunidade que estamos vivendo nesta encarnação. Nosso grupo é pequeno, pouco mais de uma dezena de participantes atuantes. Muitos já passaram por aqui, uns retornam de vez em quando, outros se declaram descrentes graças a Deus. Poucos permanecem sem arredar pé da própria Fé. Isto não quer dizer que tenham Fé inquebrantável, significa apenas que estão exercitando a oportunidade da Fé. Só isto, sem nenhum heroísmo.

 

Quantos milhões, bilhões de pessoas, ainda que não acreditem na reencarnação, se perguntam de onde vim, para onde vou… Iniciados, taoístas, induístas, budistas, espiritualistas, espíritas – minoria absoluta – ainda encontram nas explicações de suas religiões, alguma coisa em que se apegar. O restante destes bilhões ficam apenas nas conjecturas inúteis e desesperançosas. Algumas destas religiões falam categoricamente da reencarnação, porém, garantindo a permanências dos privilégios, do retorno às suas castas, ou à miséria a que estão condenados pela eternidade. Somente a Doutrina Espírita se mostra mais ousada e democrática, afirmando que o Céu e o Inferno pertencem a todos, não necessariamente nesta ordem. Mesmo sendo uma filosofia de vanguarda, guarda ainda o ranço da religião mater, numa visão reduzida de céu, inferno e justiça divina segundo nossos julgamentos pessoais. É um deus pequeno, humano, temperamental, que se for justo, julgará conforme nossa opinião e desejo. Perceber a grandiosidade da Divindade, ainda está a milhares de experiências futuras.

 

A oportunidade que temos de nos reencontrar com nosso passado, reorganizar papéis, esclarecer desencontros e mal entendidos é privilégio de uma minoria absoluta de humanos sobre a mãe Terra. Quantos de nós tem plena consciência deste privilégio. Alguns dirão mas eu me esforço para isto, me sacrifico, me privo de outras coisas…  Mentiras que dizemos a nós mesmos e de tanto repeti-las acabamos acreditando. O que recebemos é muitíssimo maior do que damos se é que de fato damos alguma coisa.  Vejamos: doamos nossas melhores energias. Quem pode dizer sobre a qualidade das energias que temos?! O fato de ser o nosso melhor, não ultrapassa sua verdadeira composição. É apenas a nossa energia. Menos vaidade vai nos ajudar muito nesta auto avaliação. Outro argumento: doamos nosso tempo e dedicação. Muito bem. Se não estivéssemos participando, dentro, do trabalho espiritual, estaríamos aonde, fazendo o que? Provavelmente estaríamos fazendo nada ou coisa pior, pensando no que não devia. Portanto participar de um trabalho nos salva de nós mesmos. Podemos reclamar: mas ser médium é muito dolorido, sacrificial, insuportável. Aí entra o acreditar ou não nas informações do Plano Espiritual Superior que afirma que o médium é um devedor nato do próprio passado.

 

Individualmente, cada um de nós, que faz parte do Grupo Inácio Ferreira, está tendo de quando em quando, a oportunidade de fazer contato com sua própria história evolutiva. Este encontro com o passado está sendo gradativo para cada um, em doses suportáveis, compreensíveis para o privilegiado da vez. Nos encontramos em uma situação aflitiva, meio sem saída, e recebemos como bônus trabalho, um atendimento para nossos companheiros espirituais pessoais. Hoje alguns são atendidos, se acalmam, nossa situação de encarnados fica amenizada. Passa um tempo, a vida nos aperta, ganhamos outra oportunidade de ir falar com nossos companheiros vitalícios, outra reconciliação e esclarecimento acontece, a vida volta a fluir com mais facilidade. E assim vai. De pouquinho em pouquinho vamos nos aprofundando em nós mesmos. Se tivermos a oportunidade de acrescentar à própria existência mais conhecimento, terapias psicológicas, tratamentos médicos, grupos de apoio e estudo, o aproveitamento destes eventos do outro mundo, serão melhor compreendidos e assimilados. Não basta saber o que fizemos no passado, o mais importante é encaminhar o grupo de seres que pertencemos para realizações melhores. Mais do que perdoar, é ser capaz de ser perdoado e para ser perdoado tem que ser melhor do que foi até agora. Tudo o que fizemos até agora, gerou muito ódio de companheiros de jornada. Este ódio só vai se transformar em Amor com a transformação do próprio gerador do mal estar. Ninguém poderá fazer esta reconciliação no nosso lugar. Meu passado me pertence. Esta é a chave do nosso futuro.

 

O trabalho desta quinta-feira mostrou isto. A cada etapa de encontro com os inimigos espirituais, mais vai sendo desenterrada as raízes da dor. Um dia esta árvore daninha será extirpada. O joio será separado do trigo. Deixem que cresçam juntos até a colheita. Então direi aos encarregados da colheita: Juntem primeiro o joio e amarrem-no em feixes para ser queimado; depois juntem o trigo e guardem-no no meu celeiro.

 

Enfim mais um presente divino aconteceu. Que Jesus continue a proteger a todos nós, e que sejamos dignos e lúcidos desta proteção.

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