Os atendimentos da noite estavam destinados a atender uma grave situação de envolvimento e farsa junto a um grupo de encarnados. A atitude deles, está prejudicando uma comunidade e foi solicitado ajuda espiritual por parte daqueles que estão sendo atingidos.
Desde a leitura da preparação, mais uma vez o assunto despertado, era completamente dentro do que estava por vir. O livro¹ está quase no final do relato de um atendimento a espíritos envolvidos na segunda guerra mundial. O primeiro destaque foi um atendimento de uma injeção que o dialogador “aplicou” no espírito atendido para que ele se sentisse mais calmo. Ficou claro que é possível recuperar a forma, aplicar remédios, aliviar as dores, fazer cirurgias, quando o dialogador confia totalmente no plano espiritual presente. Não pode haver nenhuma dúvida nestes momentos maravilhosos de recuperação de um espírito que está em sofrimento atroz.
Continuando o comentário da leitura, foi destacado o socorro final aos militares de alta patente que comandavam as trevas e orientavam uma vingança implacável contra um general desertor durante a guerra. Os últimos três “chefes” estavam cansados, descrentes, derrotados, diante dos projetos trevosos que comandavam. Quando chegou a vez do último conversar, se dizia vazio, o nada pela frente. Para ele não haveria um hospital para abrigá-lo, a alma estava vazia. Lembramos do livro Os Dragões que se refere a este grande momento de dor para a humanidade:
Não existirá regeneração sem renovação do submundo astral no qual estão plantadas as raízes da maldade, que alonga seus frutos indigestos como uma hera sobre a face do orbe. Egressos da brutalidade, apenas começamos a galgar etapas significativas com destino ao esplendor da regeneração. Primitivismo, raciocínio, moralização e espiritualização são as estradas pelas quais peregrinam os habitantes terrenos. Recém saídos da barbárie, palmilhamos os primeiros passos em direção à civilidade.
No começo do século XX, com as duas grandes guerras mundiais ocorreu a limpeza da subcrosta e libertação de parte da semicivilização que nela reside. As sombrias regiões da ignorância e da maldade organizada necessitaram sair de suas furnas par vir ao campo de batalha. Precisavam combater as conquistas da humanidade nos últimos quinhentos anos para o progresso e melhoria do planeta. O inferno subiu para a crosta. Se a obsessão e as ciladas são mais prováveis, as chances de salvação e de socorro também se ampliaram.
O espírito chegou falando baixinho:
– fecha o portão porque eles vão invadir
– aqui ninguém vai invadir, não se preocupe
-feche o portão, eles vão entrar, são muitos
– não precisa se preocupar…
-feche o portão, é perigoso, vão invadir o castelo
-veja nossa segurança são índios enormes, veja os pés deles
– em que ano você está?
– 1.600
– não reparei em nada, não sei o que você está falando…
-estamos no ano 2.016, praticamente faz 500 anos que você está fechando este portão
– como é que não vi?……
-estou vendo muitas máquinas que não conheço
– veja quem veio te buscar
-minha mãe…..
-ela já morreu
-você também
-então vou com ela
Desde o início da idade medieval até a Renascença, foram mil anos de escuridão, dor e martírio. Técnicas eficazes de domínio mental são exercidas como forma de reter milhões de almas. A reencarnação é controlada, os espíritos para reencarnar são escolhidos pelos dominadores do mal. A escuridão domina a mente e a ação dos homens. Durante toda a Idade Média houve uma diminuição da população da Terra e muita dor. A partir dos ares novos trazidos no século XVI com os grandes descobrimentos, novos continentes, novos conceitos sobre a Terra, foi que a humanidade retomou seu curso em direção ao seu progresso espiritual. Como resquício de toda esta história, milhões de almas, ainda permanecem nas celas infectas do Vale do Poder no psiquismo do Velho Mundo. Aos poucos são transportadas para renascer aqui entre nós.
O espírito chegou de mansinho, não dava para saber se era um ou uma jovem. Falava como uma criança tímida, como quem é bonzinho.
-você quer passear comigo?
-não
A dialogadora sabe que teor e qualidade dos espíritos que são atendidos numa reunião deste padrão. Não é lugar para “inocentes”.
– porque você não quer ir lá, passear comigo? Está cheio de flores.
-não quero passear lá com você, não gosto daquelas flores
– ela vai comigo, sempre que a chamo, ela vai. Ela gosta de flores…
– não gosto daquelas flores que cheiram velhas. Elas têm mais de um dia quando chegam lá.
– é… mas eu gosto do cheiro delas, da areinha, da terrinha.
– não gosto e não vou com você. Veja este jardim, é mais bonito que aquele.
A dialogadora sabe que está sendo convidado para ir no cemitério.
– tem muitas flores, mas prefiro aquele…
– sita o perfume… veja que gostoso…
– gosto do perfume destas branquinhas, é cheiroso
– sinta o cheiro daquelas verdes, sinta o cheiro daquelas plantas (mentalizando ervas)
-que cheiro bom…. (abre o semblante de alegria) lembra o chá que minha mãe fazia!
– cheire mais, a gente fica preenchida com estas plantas
– é o cheiro do chá da minha mãe!
-você não está sozinho
– não. Olha, tá todo mundo aqui, você chamou para o jardim e veio todo mundo
– eles estão gostando do cheiro das plantas?
– todos estão gostando
– aqui está um chá igual ao da sua mãe para todos vocês
– você está dando chá para todos nós? Mas nós não temos dinheiro para pagar…
– o chá é para todos, sintam-se em casa. Podem ficar no jardim…
Este momento nos deixou muito emocionados. Prometemos sempre que estivermos diante de ervas, pensar neles com carinho. Retribuíram o mesmo desejo.
Muitos espíritos freqüentam cemitérios buscando revigorar suas forças para o mal. É somente mais um recurso, dentre tantos que as trevas usam para impedir que o bem encontre terreno fértil no homem. Como diz Modesta Cravo4
Somente tomando consciência da nossa origem perceberemos que as trevas ou adversários são expressões de nós mesmos, frutos de nós próprios. Queiramos ou não, viemos desses sítios de dor e buscamos a luz. As forças contrárias que nos perseguem são extensões de nossa família espiritual. E somente quem se escraviza na vertigem de superioridade pode-se imaginar tão distante da condição dessas almas feridas e carentes de amor e orientação.
O espírito atendido tinha consciência que estava desencarnado, e era a segunda vez que a Casa o atendia, mas acabou retornando para seu lugar de origem, cheio de ódio, raiva…
– me sinto como se tivesse ido a um hospital tratar uma doença mas não fui curado.
– é por isto que você está aqui, para poder ser ajudado. É sinal que você tem merecimento para deixar o lugar que estava e vir para cá.
– hum…
-você tem condições de tirar esta amargura dentro de você, pode se perdoar e principalmente não ficar alimentando tanta raiva…
– a única coisa de boa que eu fiz na vida enquanto encarnado, foi ter criado minha filha. Ela ainda está encarnada … tenho muita vontade de poder falar com ela…
– um dia você pode ter essa possibilidade, para isso ele precisa mudar seus pensamentos e ter muita fé. Você mudando a maneira de pensar, não vai voltar naquele lugar de sofrimento. Na medida for se livrando desse ódio, vai conseguir perceber o quanto as pessoas encarnadas e desencarnadas vibram pelo seu bem estar.
Acatou a mensagem cheio de esperança e decidiu ficar na casa para aprender. Nosso trabalho é um berço de amor. Ali depositamos todos os que querem se aninhar, sentir proteção, encontrar o caminho do bem. Sabemos que a Luz nos orienta, e nosso trabalho é confiar e amar.
O espírito chega sem conseguir respirar. Está sufocado.
Recebe passes de desconstrução, passes para soltar tudo que está grudado nele.
Depois passes de equilíbrio dos chacras. Começa a respirar melhor. Fica mais calmo.
– ainda bem que me trouxeram para este hospital. Se fosse naquele outro hospital, nem sei…
– já estou melhor e estão me chamando.
E foi embora.
O outro caso, era uma mulher que pensava ser uma parede. Não acreditava que havia sido descoberta e que estavam falando com ela. Pedia ajuda, como alguém falava com ela!?:
– eu a vejo com os olhos do coração
– mas eu sou uma parede.
– o que faço, o que faço?
– se olhe bem, se observe, você não é uma parede. Estou conversando com você e parede não tem boca pra falar.
Ela ficou bem perdida e começou a pedir ajuda e falava:
– o que eu faço agora, eu não sou parede…
– veja, você é gente, não é parede
-não estou falando com você…
Mais um dialogador vem se juntar ao diálogo e pergunta com quem ela estava falando
Nesse momento veio o ” chefe” todo agressivo
– tenho olhos em todos os cantos da casa, vejo tudo o que acontece aqui…
Os escravos eram paredes para ver e ouvir tudo o que se passa na Casa (hipnose)
Passou a rir da ingenuidade de todos os que ali estavam.
– agora você não tem mais nada, o pessoal que cuida da Casa fez uma limpeza.
– vocês tiram um e coloco mais escravos ; você não quer ser meu escravo?
Por fim, foi aplicado passes e muita luz para ele se acalmar e ele foi posto pra dormir e levado.
Muitos trabalhadores, médiuns, estudiosos da doutrina, acabam ficando com receio de ser atingido por espíritos que lhes deseja o mal. Alguns desistem ou param de buscar novos conhecimentos pelo caminho. Imaginam que se não souberem mais, menos responsabilidade terão. É uma forma também disfarçada de apoiar a “pureza doutrinária”. A idéia é ler uns poucos livros e se convencer de que já conhece o céu e seus habitantes. Vejamos o que Modesto Cravo diz sobre isto:
Não existe responsabilidade unilateral no processo de influência mental entre os mundos físico e espiritual. Existe interação, compartilhamento de aspirações e desejos.
Não existe domínio sem aceitação, sem pressão sem sintonia. É totalmente injustificável a crença na força do mal sem escolha íntima e posicionamento mental propício
Somente com sentimento educado, ampliaremos as chances de realizar o mergulho consciente nas profundezas de nós mesmos. E nesse mergulho temos que ter a coragem de conhecer nossas raízes espirituais, que se acham mais entrelaçadas com os “gênios do mal” do que imaginamos. Os chamados vales da maldade são extensões da família terrena, a parcela mais adoecida da humanidade. Em tese representam o lado mais frágil de todos nós.
Veio uma senhora que dizia : Paz em Jesus. Irmãos queridos, aprendam duas coisas importantes na vida : Amor e Humildade. Todos erramos muitas vezes e é hora de rever nossas atitudes. Tudo tem sua hora, não se apressem. Aguardem com humildade, aprendam a amar seus irmãos sem distinção, principalmente os mais difíceis e não se esqueçam de que todos já tivemos nossas dificuldades. Afinal somos filhos do mesmo Pai.
No outro atendimento ela está agoniada, as roupas não param de cair sobre ela. Estão sendo atiradas nela, sem parar. Durante a maior parte do diálogo fica se livrando das roupas que lhe caem em cima.
– tire estas roupas de cima de mim. Estão fedidas, velhas
– são suas roupas
– não reconheço estas roupas
-pois é; você não deu suas roupas para ninguém e elas te cobriram
– mas eram minhas, não tenho que dar para ninguém. Comprei com o dinheiro de meu marido.
– você ficou com as roupas e seu marido foi embora
– é mesmo, ele foi com outra…
– então, com tanta roupa na casa, o marido ficou sem lugar…
– não me lembro bem o que aconteceu. Não conheci a mulher que roubou meu marido
– agora vamos juntar todas estas roupas mal cheirosas e dar
– nunca eu vou dar minhas roupas!
– pelo amor de Deus! Como é que você não vai dar as roupas que estão te sufocando!?
– minhas roupas não vou dar, nem para quem pede
– se você juntar e der suas roupas, te dou uma roupa nova…
– é muito difícil, não consigo..
– te ajudo, vamos juntar e você vai até a porta do seu quarto e entrega para quem passar na frente
– (sofre) será que eu consigo? Pronto já dei. E agora vou ficar com esta roupa velha?
– qual a roupa que você mais gosta?
– branco, quero um vestido branco. Que lindo!
– e o sapato?
– nossa, esqueci do sapato. Este está bom, gosto deste
– vamos sair para passear
– não estou mais no meu quarto. Estou vendo um jardim. Tem uma moça, parece…
– vá perto e veja
– será que é minha irmã?… está tão bonita… morri primeiro do que ela…
– vá conversar com ela, agora ela é que vai te orientar…
Vejamos o que Maria Modesto Cravo4 nos ensina sobre o egoísmo
O traço mais marcante da vida mental que assinala nossa caminhada espiritual é o egoísmo. Na escala evolutiva, é um legítimo princípio de ascensão que assegura a funcionalidade do instinto de conservação. O egoísmo é uma semente divina colocada no homem para o bem. Kardec no Livro dos Espíritos, 907, explica: o excesso, ou seja, a paixão exclusiva por si mesmo, é a arrogância, uma forma hibrida e adoecida do ego. Daí as condutas mais prováveis são o preconceito, a inveja e a vaidade.
A médium identifica o espírito no chão. É apenas uma cabeça, com um olho e um chifre. O dialogador com muito carinho, gentileza e ternura vai conversando e se propondo a recuperar sua forma humana:
– lembre de seus pés, pernas, braços, corpo….. Você está recuperado…
É a confiança total no plano espiritual. São eles que utilizando o ectoplasma do grupo, as energias das plantas, das ervas, das matas, vão refazendo a forma humana.
O espírito recomposto, fica contente e diz que está com fome
– o que você quer comer?
– pão
– só pão? Você não colocar mais nada no pão?
– carne, então coloca carne.
– aqui está seu pão com carne…
E saiu a comer, satisfeito
Maria Modesto4 nos alerta: Não somos atacados pelas trevas, viemos dela. Comungamos com ela. Os espíritos do mal são nossos familiares queridos cujo tempo interrompeu nossos laços de amor.
Apresentou-se para a médium como Dr Adolfo Meira, com ares de arrogância . Mostrava-se culto, conhecia a doutrina, falava muito bem e sofismava. Tentou dominar pela retórica. Dizia ter todo o tempo do mundo, mas que seu objetivo era somente ajudar. Falava com ares sarcásticos e sofismava.
– gosto de ajudar, mas só falo o que eu quero, o que me interessa
– é escolha sua, cada um faz o que quer e depois assume as conseqüências
– Ajudar a quem? “ Cada um ajuda a si próprio” mas diz que é em nome de Jesus. Ninguém na casa, diz ao contrario, não é?
– é o que você diz
– -Todos falam que trabalham em nome de Jesus, e, pelo contrário, todos acreditam estar ajudando a casa .
Denotou muito sarcasmo diante das atitudes de todos os trabalhadores da casa, mas quer influenciar a todos motivando rusgas entre colegas para que haja desavenças.
– mas Jesus….. mas Jesus…..
Mais retórica. Colocava Jesus no meio de seus discursos… O objetivo é confundir a cabeça dos outros atrás da imagem de Jesus. É difícil contestar alguém que diz que está falando em nome de Jesus.
– Jesus não vai ficar perdendo tempo comigo ou com você. Cada um é responsável pelo que faz e colhe o que plantou
– não vou reencarnar…
– você acha que vamos viver milênios pela frente e você não vai reencarnar?
Colocaram algo ao redor de sua cabeça, deixando-o sem pensamentos e foi retirado!
Mais reflexões do livro Os Dragões4: As trevas não anseiam destruir a Doutrina, mas menosprezá-la, encarcerá-la nos destrutivos domínios do reliogismo estéril, piegas. Com o dogmatismo, o homem se abstém do raciocínio, e com a institucionalização cria o padrão. Se isto ocorrer teremos um novo Catolicismo dentro da comunidade espírita, regado por idéias reducionistas sobre a proposta universal da doutrina. Um novo nome surge: pureza doutrinária. Não podendo exterminar, confundem. Criação do certo e o errado. O certo é quem anda em conformidade com a “pureza doutrinária” e o errado é quem se atreve a fazer algo diferente. Os espíritas tomarão o texto de Kardec como uma nova bíblia, como se ali a doutrina estivesse pronta e acabada, quando o próprio codificador deixou seus apontamentos como marco inicial de uma interminável investigação em assuntos da alma.³
O espírito chegou cheio de dor. Estava com uma madeira cravada no ombro que o mantinha preso. Foi aliviado, quase não acreditava, mas cheio de desconfiança…
– vocês vão me prender?
– não, porque você diz isto? Não está sendo bem tratado, não cuidamos de você?
– é mas lá eles cuidaram também e depois….
Com estas informações lembramos do livro Em Nome da Lei5. Situação típica onde os incautos caem, um atrás do outro. O espírito se vê com raiva, rancor, desejo de vingança e logo aparece alguém para ajudá-lo em troca de alguma contrapartida. Em pouco tempo é um prisioneiro.
– você não está sozinho, mais gente está com você…
– tá todo mundo preso (descreve as atrocidades de cada um)
– já estamos cuidado de todos…
– eles prometeram ajudar vocês e depois os prenderam e ameaçaram…
– ele disse que nós fracassamos, que ele pode fazer sozinho…
– pode nada, ele prendeu vocês para que o sofrimento de vocês atinja quem ele quer prejudicar
– mas ele disse que pode fazer sozinho
– não pode, ele é covarde, precisa de vocês sofrendo para atrapalhar quem ele quer atingir
– agora pensando melhor é isto mesmo, ele nos enganou…
– vocês agora estão limpos, bonitos, vão comer, mas precisam ajudar a trazer ele aqui. É só pensar nele, que ele vem
– eu tenho medo…. mas acho que neste lugar bonito ele não pode fazer nada
– isto, você pensa nele porque preciso conversar com ele.
– nós vamos pensar e depois correr, não vamos ficar aqui…
Chega, bravo, desafiando, cobrando seus escravos…
– quem você pensa que é? Vai devolver todos…
– não
– você é uma…. vou pegar meus escravos…
– você é covarde… Precisa de escravos para fazer seu serviço. Quando seu chefe ficar sabendo do seu fracasso…
Fica querendo medir forças. Fala muitas ameaças
– você entrou numa fria. É melhor pensar melhor. Se for falar com seu chefe estará perdido…
– quero sair daqui e ficar em algum buraco…
– você não vai ficar em buraco nenhuma, fazendo maldade com os outros
– aqui não quero ficar… silêncio
– é aqui ou direto para seu chefe
– você não me dá escolha…. silêncio
– converse com os índios grandões…. ( grandes espaços de silêncio)
Continua resmungando como se tivesse algum poder e é levado pelos índios.
Como diz Maria Cravo4: Quando queremos mudar verdadeiramente, no princípio, nem nós próprios sabemos o que ocorre. Há uma fase mais ou menos longa de tristeza dilacerante e confusão nas intenções. Não queremos mais ser quem éramos, contudo, não sabemos quem queremos ser ou como vamos ser quem queremos. É uma situação de arrependimento vazio. Aquele em que nada se faz para ir adiante e refazer caminhos. Reencarnar é aliviar, livrar-se do ônus contínuo da recordação aprisionante.
O espírito chega usando a velha técnica de semear a desconfiança no grupo. Se o grupo não estiver bem atento, cai nesta armadilha. Chegou bem manso falando que estava triste por que as ações do nosso grupo era divergentes do que o coração de cada um sentia, que tínhamos cisco nos olhos e apontávamos o defeito do outro sem olhar os nossos…
– vocês se fazem de bonzinhos, mas eu fico observando…
– e você também não tem cisco nos olhos?
– talvez, mas fico vendo e ouvindo tudo na casa (e nossa atitude o incomodava)…
– qual o seu objetivo de ficar aqui na Casa? É para nos ajudar, trazer harmonia?
Tem uma ação de recuo. Fica surpreso com a pergunta.
– não… estou aqui para aprender…
– que bom que você fica conosco… é que somos falíveis igual a você. Seja muito bem vindo aqui e fique para nos conhecer melhor. Temos os cursos …
– então vou ficar, vou freqüentar os cursos…
O trabalhador espírita, sempre é cobrado, exigido em ações que ainda não consegue realizar. Aqueles que não se dispõem a caminhar em busca do Mestre, são os primeiros a cobrarem e atirarem pedras de tropeço. Como diz Modesto:
Os últimos 500 anos da história humana foram resultados de importantes intervenções do Mais Alto na preparação dos caminhos para a regeneração. Enquanto isso, o Brasil, já desde o século XV, era um laboratório invisível do Cristo com vistas ao futuro. A Tenda do Senhor foi literalmente erguida em solo brasileiro.²
Somos todos atraídos para as blandícies do Evangelho. Mesmo estando na árdua tarefa de correção espiritual ou ainda atolados nos pântanos das falanges perversas, não passamos de lamas em busca de redenção consciencial. Raros são os espíritas que escapam deste percurso. Urge a instauração de uma comunidade espírita consciente da extensão do serviço que aguarda quantos se matricularam na escola bendita do Espiritismo. O transporte da árvore evangélica da Palestina para o Brasil ainda se processa neste momento.
No final do trabalho o mentor nos alertou. Nosso bem ainda é condicional. Basta que se firam as fibras mentais do interesse pessoal, e logo se revela o velho homem espiritual com suas mágoas, aversões, revolta e ódio. O amor é o único remédio capaz de nos salvar dessa condição moral. Superar ilusões, ser solidário, conviver fraternalmente e desenvolver atitudes de amor, respectivamente é o que devemos ter em nossa mente sempre em alerta.
Uma linda história à parte, com uma médium linda de coração e delicadeza. O que é um médium totalmente “dentro” do universo do atendido.
No trabalho da quarta-feira o atendimento tem outra implicação, outro tipo de assistidos. A médium começou a balançar as pernas. Dava para perceber que era uma criança. 6
-você parece feliz…
– minhas pernas estão se mexendo…
– você sarou
– olha, tenho um tênis!
A médium pensa consigo: o tênis é meu! Deixa pra lá, depois eu pego…
– como é que eu sarei?
– você está em outro hospital
– fiz outra cirurgia? A que o médico fez não deu certo… Ele falou que não vou melhorar…
– agora você pode andar, ficou bom
– se mudei de hospital preciso avisar minha mãe e meu pai
– eles já sabem. Toda vez que eles fazem uma oração sabem que você está bem
– você não quer ir brincar com as crianças?
– quero, mas tenho baixa imunidade, não posso sair…
– pode ir, você já sarou de tudo
Neste instante a médium pensa: como ele vai andar se ele não podia andar e não sabe andar?
A criança vacila…
– não vou conseguir…
– chame uma criança para te ajudar
– aquele ali, que está olhando para mim. (é uma criança que acompanha a médium nos trabalhos) Ela veio, tem mais gente me ajudando, tchau, vou brincar….
Não há necessidade de informar ao espírito criança que já morreu, Com as outras crianças será mais fácil esta compreensão.
¹ livro Desobsessão, Terapia dos Imortais, Luiz Gonzaga Pinheiro
² mais detalhes no livro Brasil, coração do mundo, pátria do Evangelho do Irmão X e Chico Xavier
³ Francisco Candido Xavier, após Kardec publicou mais de 450 livros trazendo mais LUZES para a doutrina espírita. É a confirmação da imortalidade para o mundo físico.
4 livro OS DRAGÕES, Maria Modesto Cravo e Wanderley de Oliveira
5 livro Em Nome da Lei de Márcio Fiorillo
6 livro Meninos também Crescem no Além de Wilma Stein