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Grupo de Atendimento Mediúnico Fabiano de Cristo
Do Grupo Espírita Ciscos
Uma visita surpreendente
Desta vez, ficamos quase sem palavras! Fomos visitados por um grupo de espíritos, jovens estudantes que encarnarão no futuro como médiuns. Vieram aprender com o Grupo Fabiano de Cristo.
Foi criada instalações de observação do nosso trabalho, igual nas universidades existem o anfiteatros. Ficavam numa altura significativa nos observando. Os jovens estudantes sentavam em carteiras escolares e utilizavam material para anotações e filmagens da nossa atividade. Lá em cima ficavam a nos observar, como se fosse um mapa holográfico
Marcavam todos os integrantes do trabalho, encarnados, espíritos trabalhadores, espíritos atendidos com uma identificação. Filmavam os atendimentos para depois poderem estudar todos os nossos gestos e atitudes. Na carteira escolar existiam botões que o alunos apertavam para sinalizar se aprovavam ou não o que estava acontecendo em cada atendimento. Não emitiam opiniões, apenas batiam nos botões, com cores diferentes, marcando suas avaliações. Posteriormente tudo será estudado, analisado e compreendido.
Todos os estudantes tinham sobre a cabeça um aparelho que lembrava o corte de cabelo moicano. Este aparelho permitia que ouvissem tudo de nós, mas impedia que seus pensamentos nos atingissem, para não interferir no trabalho.
Desenhavam linhas que se cruzavam e ligavam todas as ações, dos encarnados e desencarnados.
Os espíritos que vieram para ser atendidos, tinham um que de diferente. Alguns diálogos foram difíceis. Todos os médiuns trabalhadores tiveram que ser ativos e ótimos doadores. Ninguém ficou parado ou sentado no mesmo lugar por muito tempo. Era um passe daqui, uma energia de lá, uma sustentação de cá. Parecia um balé daquele que de tanto ensaiar, todos sabem o que fazer.
O espírito chegou gemendo de dor.
-tem uma lança espetada no meu peito
– vamos tirar, você está no lugar certo para isto. Agora vamos anestesiar o local e devagar tiraremos a lança…
– aliviou…
– faz muito tempo que você está com esta lança fincada no seu peito…
– desde a briga com as tribos. Eles querem me capturar para ser escravo mas não vão conseguir. Sou um negro forte, eu fujo e eles não me escravizam. Só escravisaram aqueles lá, que são fracos, olha lá estão mortos
– faz muito tempo que isto aconteceu, veja que eles estão aqui, foram eles que te trouxeram
– eles estão mortos, eu não estou morto!
– está sim, você já viu alguém continuar vivo com uma lança destas no peito?
– mas eu não morri, sou forte, não vou ser escravo
– veja eles estão bem, você está com dor há muito tempo
– eu estou vivo, eles estão mortos
– você se tornou escravo de sua dor, da sua lança no peito, eles estão livres
– eles estão mortos, isto é liberdade?
– estão mais livres do que você, que está acorrentado na dor e na lança e não aceita ajuda
– está bem, vou aceitar ser tratado, mas não estou morto
– vamos te tratar, sua dor vai melhorar e você para de ser escravo de sua teimosia, você está morto…
Ele chegou abençoando em nome de Krishna. Não deu espaço para diálogo. Falava em amor, elevação, Krishna, sem abertura de sua mente para qualquer outro assunto. O dialogador tentava de alguma forma estabelecer algum contato. O outro médium, que estava dando sustentação energética através de passes, percebeu a chegada de dois monges na sala e avisou o dialogador.
– veja quem chegou aqui para conversar com você
– hare Krishina…
Daí para frente o diálogo foi somente entre eles e o espírito se despediu dizendo que iria acompanhá-los
A entidade dizia estar coberto de terra e estava desesperado
– tenha calma que tudo vai mudar…
– estou coberto de terra, não aguento mais
– estique seu braço para fora
A dialogadora pegou no braço dele (médium) e puxou para fora
– saí!, mas estou todo sujo, veja como estou sujo
– você agora vai tomar um banho e ficar limpo com roupas novas e depois vai poder comer…
– estou melhor…
– se veja no espelho…
– estou limpo! Com roupa nova!
Ela chegou dançando.
– gosto de dançar, você não gosta?
– gosto também, mas aqui não dá para dançar
– eu gosto de dançar, estou sempre dançando… ele me levou para longe lá no nordeste e agora tenho que dançar. Se não dançar e beber ele me bate, tenho medo, preciso dançar. Ele me manda aqui para dançar e beber.
– agora você está aqui e não precisa dançar, aqui ele não pode bater em você
– gosto de ficar aqui (começa a chorar) não quero voltar, não quero dançar, quero ficar aqui.
O espírito chegou demonstrando cansaço.
– não tenha medo do preto velho, estou sem energia. Trabalho nos terreiros, faço magia, mas agora estou cansado. Preciso de energia. Vim pra cá porque preciso de energia. Trouxe comigo meus ajudantes. Agora vou ficar aqui, vou trabalhar aqui com vocês…
O momento era angustiante, a médium se retorcia, sufocada. O espírito estava com a boca costurada. Era alguém pela metade, parecia uma almofada imitando o sol, com as pontas. Mal se aguentava.
Outro espírito estava costurado nele. Também deformado, esticado pela lateral.
A médium confusa, dizia me sinto como se fosse duas, não estou entendendo. O mal estar era total.
Aos poucos os espíritos foram sendo descosturados, separados…
Os estudantes espirituais filmavam tudo
Outro espírito, se aproximou da médium, muito bravo. Um dos médiuns recebeu a ordem
– vá até lá, porque este espírito não vem até aqui.
O médium levantou e sentou ao lado da médium que estava naquela difícil situação
– não vou sair daqui, é ela que me chama
Muito agressivo, valente. Aos poucos foi se acalmando e aceitou se afastar e procurar algo novo e bom para ele
Enquanto isto, os dois espíritos foram retirados mas deixaram um envolvimento miasmático que paralisava a médium. Passes de dispersão foram aplicados e ela aos poucos voltava, ainda bem confusa. Foi chamada pelo nome. Várias vezes até que conseguiu se recompor e ao mesmo tempo foi invadida por uma alegria imensa. Seus olhos brilhavam de alegria.
Durante este atendimento, outra médium incorporando um caboclo limpava os miasmas e vibrações deletérias que envolviam a situação.
Outros atendimentos aconteceram, mas não foi possível registra-los em detalhes. Um dos espíritos que veio para conversar e esclarecer a presença do grupo de estudo junto a nós foi enfático em dizer Neste grupo não acontece animismo. Não se preocupem nunca com isto! O animismo que ocorre é natural, faz parte de todo trabalho mediúnico.
No encerramento, um dos estudantes veio conversar conosco. Disse que vieram de longe e pediam permissão para ficar junto a nós. Finalmente tinham encontrado um lugar para aprender e nós poderíamos ensinar coisas diferentes para eles. Nos incentivou a continuar firmes no que fazemos e estudar mais, ler muito porque este trabalho exige conhecimento. Agradeceu muito e nos saudou.
Terminado o trabalho estávamos estupefatos e alegres. Ninguém queria ir embora. Uma conversa alegre perdurou por quase uma hora. Parecia uma grande festa de comemoração.