Que trabalho maravilhoso! Começamos o dia na expectativa da chegada do filhinho do querido casal companheiro de trabalho. Acompanhamos os nove meses, aguardando ansiosamente a chegada do neném tão amado. Que Deus abençoe os pais e o rebento querido.
O trabalho foi esplêndido, como sói poderíamos esperar que fosse. O Evangelho Segundo o Espiritismo¹ veio conversar conosco e aclarar situações. Porque ao que tem, se lhe dará e terá em abundância, mas ao que não tem, até o que tem, lhe será tirado. Porque ao que já tem, dar-se-lhe-á, e ao que não tem ainda o que tem se lhe tirará. Aos que tem o Senhor, no seu amor misericordioso, encoraja-lhe os esforços em direção ao bem. Esses esforços contínuos, perseverantes, atraem as graças do Senhor. São como um ímã, que atraísse as melhoras progressivas, as graças abundantes. Deus não tira das suas criaturas o bem que se dignou conceder-lhes. Não é Deus quem retira daquele que pouco havia recebido, mas é o seu próprio Espírito que, pródigo e descuidado, não sabe conservar o que tem, e aumentar, fecundando-a, a migalha que caiu no seu coração; e Deus, o Deus de Amor e Caridade, dará aquele que já tem. Coragem, trabalhadores! Tomai as vossas grades e charruas; semeai a boa semente que o Senhor vos confia, e o orvalho do amor os fará produzir os frutos da caridade. Como bem refletiu uma trabalhadora: são poucos os que escolhem… O grande serviço dos atendimento aos espíritos, beneficia primeiro a nós mesmos.
A leitura do livro Com Cinco Pães e Dois Peixes² mostrou o quanto os amigos espirituais utilizam todas as oportunidades para conversarem conosco com a mensagem Compadece-te. Responderam os questionamentos que o grupo estava fazendo naquele instante. Bem nos disse o Mestre, quem tiver olhos que veja, quem tiver ouvidos, que ouça. Alerta e elucidação melhor, seria impossível. Novamente reforçando o que disse nossa companheiro: são poucos os que escolhem…
Compadece-te dos que ainda não conseguem ser diferentes do que são com a rapidez que desejas.
Muitos, no sentido de não te frustrar as expectativas de mudança em relação a eles, estarão se empenhando ao limite de suas forças.
Pensa nos hábitos negativos mais simples que, de imediato, não consegues deixar.
Se não consegues, por exemplo, abandonar determinado tipo de alimento que te prejudica a saúde, como esperar que alguém, de uma hora para outra, renuncie a esse ou aquele vício, se lhe jaz entranhado no corpo e na alma?
O livro de estudo³, utilizado na preparação do grupo para os atendimentos, nos fornece interessante informação sobre os Postos de Socorro situados próximos à crosta terrestre. O Posto de Socorro onde a história se desenrola é o Céu Azul. O rapaz, desencarnado há pouco e acolhido no hospital deste local, sai pelas ruas pela primeira vez e começa a dialogar sobre aquele lugar:
– É muito bonita! Mas, se é tão próximo assim da crosta terrestre, como o seu ambiente é sempre agradável?
– Ah! Você não imagina o quanto de esforços são despendidos para que possamos ter esse ambiente agradável, a que se refere… é preciso ter muita vigilância e oração para que o ambiente se mantenha inalterado. Não obstante, vez por outra ocorrem “tempestades vibratórias” com a aproximação de falanges de entidades ainda ignorantes e voltadas para o mal….
– Ainda assim, acho estranho que o céu seja sempre azul e sem nuvens, se, como vocês afirmam, estamos próximos à crosta…
– Bem, não “tão próximo” assim. Aqui as distâncias são difíceis de precisar. Estamos numa região de certa forma privilegiada. Existem postos de socorro em zonas bem mais densas do que a nossa, em que a atmosfera é sempre pesada, asfixiante, com neblina o tempo todo. Os irmãos que lá trabalham e residem têm muita dificuldade em manter o ambiente saudável e equilibrado.
Esta explicação contida no livro, foi a nossa inspiração para no decorrer do trabalho fazer com que todo o grupo exercitasse sua capacidade de iluminar, diluir um pouco das trevas e energizar o ambiente com energias restauradoras na Casinha Azul de Auta de Souza.
Na abertura dos atendimentos tivemos a presença de uma trabalhadora (espírito), que anteriormente foi assistida pelo grupo.
Boa noite!
Sou uma irmãzinha de vocês, também trabalhadora e venho dizer que continuem com este trabalho, mesmo quando houver dificuldades no atendimento. O trabalho vai correr como sempre correu. Entendam a missão que vocês têm, que é importante para vocês e para nós, que juntos evoluímos. Essa responsabilidade é de todos. Agradeço por estar aqui e poder conversar com vocês. Que Jesus esteja com todos.
Desta vez o início dos atendimentos teve uma tática diferente. Foi necessário outra logística. Através da condução verbal, o grupo se harmonizou vibratoriamente e foi seguindo as diretrizes das mentalizações. A pessoa atendida foi direcionando, explicando o caminho ao local de sua residência, descrevendo o localização do edifício e depois descrevendo como era seu apartamento. Enquanto falava, mentalmente o grupo acompanhava fazendo as limpezas vibratórias necessárias. De imediato uma entidade veio até nós. Estava em péssimas condições e foi-lhe explicado que seria atendida pelos médicos e que tomasse o primeiro remédio através da água pura que lhe era oferecida. Sentiu-se bem melhor e foi encaminhado.
Após este atendimento, um aglomerado energético se concentrou no meio da sala. Não era possível definir os espíritos que o compunham. Era fácil perceber a vibração, a presença indefinida desta força. Uma longa vibração foi emitida sobre este aglomerado até que suavemente foi sendo retirado da sala, com a promessa de continuar este atendimento na próxima semana.
As vibrações então tomaram outro rumo. Passaram a ser dirigidas para a Casa de Auta de Souza que sabemos ser um importante Posto de Socorro, necessitado no momento de vibrações mais intensas, coerentes, definidas e elevadas. Conforme o estudo na abertura, os Postos de Socorro quanto mais próximos da crosta, tal qual nossa Casinha Azul, mais sofrem as influencias das vibrações densas e pesadas, acrescidas de ignorância de milênios da humanidade terrestre atual.
Começamos pela segunda feira. Caminhamos pelas salas com atividades, emitimos luz, carinho, boas vibrações. Sutilmente abrimos frestas no piso e enviamos luz para o subsolo, para os porões espirituais que sabemos que a Casa possui. Com nossa luz fomos acendendo tochas, velas, candeeiros, lamparinas, que estivessem nas paredes deste buraco. Deixamos uma luz esmaecida em todo o ambiente e fechamos as frestas no piso.
Para a terça feira as vibrações exigiram mais energias. Mentalizamos as árvores frondosas, que apontam para o céu, com seus troncos grandes e maduros, como pinheiros, ciprestes e eucaliptos. Nos transportamos para as florestas canadenses, imensas, imponentes, retirando de lá as energias necessárias para preencher as necessidades da Casa. Aspiramos o perfume dos pinhos, ciprestes e eucaliptos, nos inebriamos até sentirmos bem saturados e novamente abrimos as frestas no piso e deixamos a energia entrar, como se fossem nuvens caminhando dentro daquele porão fracamente iluminado. As energias foram procurando todos os cantinhos, buracos, frestas para preencher. Após esta operação energética, fechamos novamente as frestas do piso.
Fomos para a quarta feira. De imediato se nos afigurou uma festa, na beira de um rio, perto de plantas, com lanternas redondas, lembrando pequenas lanternas japonesas, iluminado a festa. Parecia uma cena de uma festa do filme Chocolate4, à beira de um rio. As crianças corriam e brincavam alegremente. Os adultos conversavam, se cumprimentavam, sorriam, falavam alto. Muita comida era servia e a música empolgante alegrava ainda mais o ambiente. A alegria se espalhava pelas ruas, qual festas típicas com suas barracas e todos conversando com todos. Tudo era uma grande e alegre vibração. Novamente abrimos as frestas e deixamos aquela alegria penetrar nos porões. O riso das crianças, a empolgação dos adultos, a música alegre. Tudo impregnando o porão… fechamos mais uma vez.
Com a quinta feira o ambiente foi outro. A Casa estava circundada por guerreiros, centuriões, como seus elmos, e escudos de metal. Demonstravam mais seriedade, deixando a certeza da proteção garantida ao ambiente. A uma dúvida, não percebida por nós de onde veio, um dos soldados se afastou como que abrindo um espaço, logo voltando ao lugar, igual o movimento de uma porta que abre e fecha. O recado foi que tudo o que abre e deixa passar, está sob a vigilância destes guerreiros do Mestre Jesus lembrando a mensagem não se turbe o vosso coração…
A sexta foi muito diferente. A roda dos índios era muito grande. Tudo nas mãos do grande chefe Ubirajara. No centro uma enorme fogueira que jogava suas labaredas de fogo para bem alto, indicando a luz e a força do trabalho da Casa. Alimentamos ainda mais a fogueira, era necessário que fosse muito grande, com muito fogo para espantar animais peçonhentos. O fogo não desce, mas seu calor imenso foi enviado para o buraco. Abrimos as frestas uma pouco mais e deixamos o calor entrar, até aquecer todo o espaço, paredes e esconderijos. A fumaça intensa também entrava para espantar animais peçonhentos escondidos. A fogueira ficou lá e continua queimando.
O sábado recebeu o calor da fogueira da noite anterior. Os trabalhos foram fortalecidos. A UB ficou iluminada com energias sutis. Agradecemos todos os espíritos que trabalham no atendimento das casas daqueles que vem pedir socorro e ajuda. Agradecemos os fundadores da Casa de Auta de Souza que sabemos trabalhando com afinco no sábado à tarde. Saímos todos viajando pelo ar, como se estivéssemos montados em aviões luminosos. A energia era espalhada por toda a região que cobre a Casa. Energias sutis se espalhavam e brilhavam.
Terminada esta viagem espiritual e vibratória, após os agradecimentos ao alto e ao Mestre, o trabalho foi encerrado com o compromisso de dar continuidade ao atendimento iniciado nesta noite.
¹ Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec cap. 18 item 13
² livro Com Cinco Pães de Dois Peixes – Irmão José e Carlos Bacelli cap. 44
³ livro Céu Azul de César Augusto Melero e Célia Xavier Camargo
4 filme Chocolate ano 2000 ‧ Romance com Juliette Binoche, Johnny Depp
Jovem mãe solteira chega a pequena cidade da França com sua filha de seis anos e abre uma loja de chocolates exatamente em frente à igreja local. A população não a vê com bons olhos, mas aos poucos começa a desfrutar de seus maravilhosos produtos.