A quem ajudamos?

Realmente o trabalho do grupo Inácio Ferreira é fascinante!

Nesta noite percorremos, tivemos a experiência, encontrada em dois livros de André Luiz, Libertação¹ e E a Vida Continua². No primeiro relata o episódio do julgamento num reino das trevas, onde o juiz utiliza a hipnose somado às culpas do indivíduo para transformá-lo e algum ser asqueroso, ou assustador, que fica a serviço dos chefes do mal. No segundo livro, a lição é também surpreendente, quando apresenta um espírito que inicialmente está na história como um obsessor e se torna o único amigo e companheiro de uma pobre mulher doente e moribunda. Diante do caso, separar aqueles dois seres exigia trabalhadores do plano espiritual com maiores conhecimentos e estratégias. (leia abaixo)

Onde existe trabalho para o bem, existe em volta forças para destruí-lo. Nossos mentores estão nos alertando semana após semana que a importância do trabalho exige de nós, empenho multiplicado, vigilância e oração constante. Os mentores mais uma vez lamentaram aqueles que estão se deixando vencer pelos tropeços corriqueiros da vida. Como nos alerta o ESE de Kardec “ Vivei como os homens de vosso tempo, sacrificai-vos às frivolidades” mas não desista de seu destino para o Amor e a Caridade.

Ficamos frente a frente com mais um desafio para o grupo. Maravilhoso poder abrir o jogo, expor o pensamento de todos, analisar resultados, avaliar condutas e continuar no trabalho em busca do bem. A questão é muito interessante: vale à pena ajudar alguém que não quer ser ajudado? Ou que procura a ajuda dentro do formato que quer receber? É valido a reclamação quando o resultado surpreende, frustra, desperta novas informações e causa exigências de comportamento e fé diferentes do que a pessoa quer?

Encontramos parte da resposta no livro Além do Infinito Azul, de Antonio Demarchi, uma fortaleza dentro da Doutrina:   ….quando em repouso, o espírito encarnado desvencilha-se do corpo denso e livre das amarras materiais, busca ambientes que lhe são afins… O rapaz parecia hipnotizado….  A solução de seu problema espiritual, depende muito mais dele próprio, que dos trabalhos de desobsessão, pois de nada adianta doutrinarmos alguns espíritos perturbadores se o atendido não muda sua vibração, continuando a oferecer campo de atuação a outros espíritos que continuarão a assediá-lo.

Podemos nos perguntar: estamos nos reunindo para atender uma pessoa ou um grupo de espíritos que a envolvem e na maioria precisam muito mais de ajuda. Ajudar muitos espíritos que envolvem um atendido e segunda ao visão dele (atendido) não conseguir satisfazê-lo em suas expectativas é falha do grupo de encarnados ou dos trabalhadores do plano espiritual?

A pergunta básica é: a quem ajudamos? Qual é a parcela, a participação de cada um de nós neste trabalho?

Bárbaro, não?! A resposta nos exige cuidado, disciplina, bom senso, estudo, dedicação, fé, caridade, perseverança.

Outra coisa maravilhosa que aconteceu durante nossa discussão de caso: colocamos a problemática de um dos espíritos que foram atendidos no mesmo patamar de todos nós encarnados. Falamos da situação do lado de lá, como a mesma valoração do lado de cá. Pare para pensar nesta situação. Foi naquele momento que foi descrito o diálogo com uma entidade atendida, que informou sempre se furtar de acompanhar os encarnados que dizia amar e estar preocupada, quando estes vinham até o Auta ou faziam Evangelho no Lar. Fora chamada na “moral” sobre sua astúcia. Nos referimos aos encarnados e ao espírito no mesmo nível, o espírito estava totalmente integrado à nossa discussão de caso, na mesma medida.

Ainda bem que temos mais trabalho nos esperando pela frente…

¹livros Libertação – André Luiz cap 5 – Transformação da aparência dos espíritos – Hipnose

Nesse ponto, o orador fez pausa e reparei os circunstantes.

Olhos esgazeados pelo pavor jaziam abertos em todas as

máscaras fisionômicas.

O juiz, por sua vez, não parecia respeitar o menor resquício

de misericórdia. Mostrava-se interessado em criar ambiente negativo

a qualquer espécie de soerguimento moral, estabelecendo nos

ouvintes angustioso temor.

Prolongando-se o intervalo, enderecei com o olhar silenciosa

interrogação ao nosso orientador, que me falou quase em segredo:

– O julgador conhece à saciedade as leis magnéticas, nas esferas

inferiores, e procura hipnotizar as vítimas em sentido destrutivo,

não obstante usar, como vemos, a verdade contundente…..

… E incidindo toda a força magnética que lhe era peculiar, através

das mãos, sobre uma pobre mulher que o fixava, estarrecida,

ordenou-lhe com voz soturna:

– Venha! venha!

… E como se estivesse sob a ação de droga misteriosa que a obrigasse

a desnudar o íntimo, diante de nós, falou, em voz alta e

pausada:

– Matei…..

… Em seguida, fixando sobre ela as irradiações que lhe emanavam

do temível olhar, asseverou, peremptório:

– A sentença foi lavrada por si mesma! Não passa de uma loba,

de uma loba…

À medida que repetia a afirmação, qual se procurasse persuadi-

la a sentir-se na condição do irracional mencionado, notei que a

mulher, profundamente influenciável, modificava a expressão

fisionômica. Entortou-se-lhe a boca, a cerviz curvou-se, espontânea,

para a frente, os olhos alteraram-se, dentro das órbitas. Simiesca

expressão revestiu-lhe o rosto.

Via-se, patente, naquela exibição de poder, o efeito do hipnotismo sobre o corpo perispirítico.

² livro E a Vida Continua – André Luiz Vínculos de difícil rompimento. O milagre da libertação e do encontro com o Amor

Jamais faria idéia do quadro que se lhe abriu, de imediato, à

visão. Elisa descansava… O corpo magro, o rosto mais profusamente

vincado de rugas e os cabelos mais grisalhos… No entanto, junto

dela, estirava-se um homem desencarnado, aquele mesmo sobre o

qual atirara, tantos anos antes, ao desvairar-se pelo ciúme!…

Estacou, aterrado… Num átimo, recordou a última caçada que

empreendera, integrando uma equipe de três companheiros, e na

qual adquirira o remorso e o sofrimento que lhe haviam acompanhado

grande parte da vida… Sim, aquele homem sem corpo

físico era Dedé, o colega de sua meninice, ou melhor, Desidério

dos Santos, o assassinado, cuja sombra supunha ele haver removido

para sempre da própria casa. Acusou-se ralado de arrependimento,

cheio de angústia…

Fantini chorava para dentro de si, ralado de desespero. … ali, diante

dele, ao pé de Elisa, se estendia o inimigo triunfante, dominador…

Agüentaria com êxito os desafios que a vida lhe propunha,

depois da morte? Decerto rentearia, por fim, com o homem que

não suportava. Ambos desencarnados se defrontariam agora, quais

estavam, tais quais eram.

Diligenciou Fantini asserenar-se e deu um passo adiante.

O antagonista, em silêncio, deitou-lhe um olhar sarcástico,

ostentando a tranqüilidade de quem se sabia num momento esperado,

mas, com estupefação para ele, Ernesto, a esposa anotou-lhe

a presença e desferiu grito terrível:

– Maldito!… Maldito!… – rugiu ela, positivamente obsidiada,

na penumbra do quarto, que o luar filtrado pela vidraça fracamente

alumiava – fora daqui, Tinhoso!… Fora daqui, assassino!…

Assassino!… Socorro, Dedé!… Socorro, Dedé! Leva este infame

para fora! Sai, Ernesto! Sai! Matador!… Matador!…

… Plantou-se à frente de Ernesto e, barrando-lhe o passo:

– Você acreditava que era só acabar comigo, hein? Fique sabendo

que, intentando privar-me do corpo, não obteve outra coisa

senão colocar-me em sua própria casa… Vivo aqui, moro aqui e

sua mulher me pertence!…

Hoje, chamam-me os amigos, sem corpo terrestre, de Espírito obsessor… que mais posso ser?

Sou quem sou, o homem ultrajado, o empreiteiro de minha própria

vingança!…

… vagueei pelas estradas de ninguém, entre as maltas das trevas, até que me instalei

definitivamente ao pé de Elisa, sua mulher, cuja silenciosa

ternura me chamava, insistentemente… Aos poucos, do ponto de

vista do espírito, ajustei-me a ela, como o pé ao sapato, e passei a

amá-la com ardor, porque era ela a única criatura da Terra que me

guardava na memória e no coração…

(nos momentos que antecediam à sua morte) Elisa, pedindo mentalmente a Desidério

que a resguardasse e defendesse. Bastou essa deliberação

irrefletida e, qual se lhe agarrasse, ávido, os pensamentos que lhe

seriam os derradeiros, no envoltório carnal, o acompanhante

colou-se a ela, dando a idéia de quem lhe sorvia todas as forças…

… Desidério, que não se desvinculava de Elisa,….

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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