“Quando, pois, o pensamento se dirige para algum ser, na terra ou no espaço, de encarnado para desencarnado, ou vice-versa, uma corrente fluídica se estabelece de um a outro, transmitindo o pensamento, como o ar transmite o som. A energia da corrente está na razão direta da energia do pensamento e da vontade. É assim que a prece é ouvida pelos Espíritos, onde quer que eles se encontrem, é assim que os Espíritos se comunicam entre si, que nos transmitem as suas inspirações, e que as relações se estabelecem à distância entre os próprios encarnados.”. (ESE cap. 27 item 10)
Que maravilha o trabalho desta quinta-feira!
A primeira grande alegria foi a presença da velha companheira, demorou, mas voltou!
Na abertura, as palavras do mentor nos trouxeram uma informação preciosa. O trabalho de quinta-feira está despertando curiosidade entre trabalhadores espirituais de outros Centros. Muitos deles estão nos visitando para conhecer como ocorre, qual nossa dinâmica. O mentor nos informou que na medida em que o trabalho for fortalecendo, estes trabalhadores de outros centros, trarão espíritos necessitados para também serem atendidos.
Isto pode parecer algo inusitado, mas é mais comum do que imaginamos. Nem todos os Centros tem trabalhos de atendimento espiritual, de desobsessão e algo similar. No entanto todos os Centros estão ás voltas com espíritos muito necessitados de acolhimento, esclarecimento, esperança, lucidez. A maioria dos Centros atualmente dedicam-se mais ao esclarecimento dos encarnados do que dos espíritos desencarnados. Especializam em escolas doutrinárias, na evangelização, na reforma íntima dos seus assistidos encarnados. Outros Centros canalizam toda sua energia em trabalhos de curas. Alguns preferem focar mais nas palestras públicas e passes. E assim por diante. Tudo importante e muito válido.
Diante desta realidade, estabelece-se um intercambio de assistência espiritual entre os vários postos socorristas, instalados nos Centros Espíritas. Nada de estranho. Encontramos estas informações nas literaturas mais recentes. Divaldo Franco, Robson Pinheiro, alguns romances da Zibia Gasparetto.
Todos vibraram juntos com a alegria do nosso dirigente, inspirado nos trabalhos da casa, que teve a visão da nossa salinha, como um imenso espaço, tamanho de um campo de futebol. Entre nós, os que são videntes, nos tem informado de grupos enormes de pessoas sendo trazidas durante o trabalho , recebem os cuidados necessários e muitos “correm” para uma mesa farta.
Muita gente tem curiosidade sobre qual a finalidade dos trabalhos da quinta-feira. Afinal a curiosidade faz parte do desenvolvimento humano. Poderíamos dizer que o que fazemos é “doutrina aplicada” nos seus fundamentos básicos. Todos nós temos um passado a corrigir, um presente a ser conduzido com lucidez e a possibilidade de um futuro mais equilibrado, mais amoroso, mais justo. É isto que fazemos, tudo o que aprendemos até aquele instante do trabalho, procuramos exercer da melhor forma. Cada um a seu modo, a seu coração, a sua esperança, aos seus projetos de vida.
E que alegria tudo isto nos dá! Brincamos, mexemos uns com os outros, afinamos nossos corações e começamos o trabalho. É isto, só isso. Estamos dentro deste clima alegre porque aprendemos sempre. E aprendemos muito com o atendimento prestado ao universo da amiga atendida hoje. O passado vivo, gritando por se expressar! Que benção, uma menina tão jovem poder ficar diante de suas responsabilidades! Ter tempo hoje para direcionar seu presente, enfrentar seu passado, o que é inevitável e se Deus quiser construir um futuro digno da oportunidade que está recebendo. Bendita Auta de Souza que abre este espaço do servir, para todos nós.
A pessoa atendida, tem como característica hoje, encarnada, de além de ser muito bonita naturalmente, simpática, alegre, gentil, usar batom de cor vermelha radiante. O contraste entre sua pele muito clara, cabelos castanhos e lábios bem vermelhos chama realmente atenção.
Nas comunicações das entidades ligadas a ela, nenhuma parecia estar comprometida com relações pessoais do presente. Era o passado que batia a porta. Havia sido uma bela cortesã e muitos atribuíam suas quedas e mazelas à ela. Esposas a acusavam de desmanchar casamentos, homens reclamavam que não tiveram sua fidelidade.
Conversando com uma destas entidades, ela justificando sua raiva diz: – ela ainda usa esse batom vermelho!
A final do trabalho, esta exclamação foi motivo de muito riso e troça sobre ela. Vivemos assim, um grupo alegre e cheio de vontade de ajudar.
Hoje mais uma novata entrou para o grupo. Muito preocupada em servir e não atrapalhar, no final nos contou: “Quando nos concentramos nas faixas vibratórias de energia para iniciar os trabalhos tive algumas sensações muito esquisitas, senti umas vibrações em minha cabeça, parecida com tontura e um peso, mas logo passou.”
Podemos explicar que as sensações “estranhas” são normais no começo, e o médium aprende a conhecê-las. Não vão persistir desta forma, mas sabe o que significa cada uma e trabalha positivamente com elas. Parte delas diminuem ou desaparecem. Outras percepções vão surgindo acompanhando as experiências sucessivas no trabalho.
A sensação de desmaio, é quase uma perda momentânea do controle do seu corpo, mas isto também é passageiro e provavelmente passará ao conhecer quais suas aptidões mediúnicas. Para isto temos os cursos de treinamento da mediunidade. Com a freqüência por mais tempo no grupo de desobsessão, vai perceber que as sensações vão mudando e aprimorando. Hoje está lá para dar sustentação e amor.
Durante os diálogos médiuns perceberam pontinhos brilhantes saindo das mãos de um dialogador em cores laranjadas ou amarelas. Através de anos trabalhando com atendimento a quem está sofrendo muito, vamos melhorando nossas vibrações e com a ajuda Divina, passamos a ofertar aos assistidos mais do que palavras, oferecemos de fato energias reparadoras e curativas para a alma.
Recorremos a André Luiz¹ para explicar luz e cores: Das mãos de Clara e Henrique irradiavam-se luminosas chispas, comunicando-lhes vigor e refazimento. Na maioria dos casos, não precisavam tocar o corpo dos pacientes, de modo direto. Os recursos magnéticos, aplicados a reduzida distância, penetravam assim mesmo a aura dos doentes, provocando modificações subitâneas. Os passistas afiguravam-se-nos como duas pilhas humanas deitando raios de espécie múltipla, a lhes fluírem das mãos, depois de lhes percorrerem a cabeça, ao contato do irmão Conrado e de seus colaboradores.
O quadro era efetivamente fascinador pelos jogos de luz que apresentava.
Hilário sondou o ambiente e, em seguida, indagou de nosso orientador:
— Por que motivo a energia transmitida pelos amigos espirituais circula primeiramente na cabeça dos médiuns?
— Ainda aqui — disse Áulus —, não podemos subestimar a importância da mente. O pensamento influi de maneira decisiva, na doação de princípios curadores. Sem a idéia iluminada pela fé e pela boa-vontade, o médium não conseguiria ligação com os Espíritos amigos que atuam sobre essas bases.
A liberdade que temos de nos expressar dentro do grupo facilitou que a jovem estreante no trabalho continuasse a perguntar, após o término. “No final, quando fui dar os passes, em cada pessoa senti uma vibração diferente e meu corpo parecia estar em chamas (suei horrores). No Sr. X, foi mais intenso o calor em minhas mãos”.
Encontramos as explicações em Kardec² Há pessoas que têm capacidade de maior absorção e armazenamento dessas energias que emanam do Fluido Cósmico Universal e da própria intimidade do Espírito. O fluxo energético se mantém e se projeta às custas da vontade do passista, como também de entidades espirituais desencarnadas que o auxiliam na composição dos fluidos. Os fluidos estão sujeitos a impulsão da mente do Espírito, quer encarnado ou desencarnado; o pensamento e as emoções dão-lhes uma determinada estrutura, de maior ou menor densidade, conforme a pureza ou harmonia com que são emitidos. Quanto mais elevados são os pensamentos e as emoções, os fluidos são mais harmônicos, agradáveis, luminosos, saudáveis.
A jovem continuou a se expressar “Aplicar passes é algo bom, mas confesso que fique surpresa com o pedido do dirigente, até porque não tenho experiência e não sei se fiz corretamente”
Para os espíritas ortodoxos que possam estar contestando, buscamos André Luiz³- Todos, com maior ou menor intensidade, poderão prestar concurso fraterno, nesse sentido respondeu o orientador , porquanto, revelada a disposição fiel de cooperar a serviço do próximo, por esse ou aquele trabalhador, as autoridades de nosso meio designam entidades sábias e benevolentes que orientam, indiretamente, o neófito, utilizando-lhe a boa vontade e enriquecendo-lhe o próprio valor. Desde que o interesse dele nas aquisições sagradas do bem seja mantido acima de qualquer preocupação transitória, deve esperar incessante progresso das faculdades radiantes, não só pelo próprio esforço, senão também pelo concurso de Mais Alto, de que se faz merecedor
O passe foi demais. Comentamos entre nós, a força e calor das energia emitida. Para falar a verdade não abri os olhos e não vi como os passes foram aplicados, mas a energia foi tamanha que foi ligando um no outro numa mesma faixa vibratória.
Recomendamos a todos que queiram ter mais conhecimento sobre passes Apostila do Curso de passe w.atualpa.org.br/download/apostilapasse.pdf
Como diz Kardec O pensamento do encarnado atua sobre os fluidos espirituais, como o dos desencarnados, e se transmite de Espírito a Espírito pelas mesmas vias e, conforme seja bom ou mau, saneia ou vicia os fluidos ambientes.
¹ livro Nos Domínios da Mediunidade, Francisco C. Xavier e André Luiz Cap. 17
² livro Allan Kardec, A Gênese, Allan Kardec, Cap. 14
³ livro Francisco C. Xavier, Missionários da Luz, Francisco C. Xavier e André Luiz Cap. 19